Capítulo 2

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Já no quarto, Julie relembra o seu aspeto no espelho e das coisas que os seus ditos "amigos" lhe dizem e dos nomes que lhe eram atribuidos e tudo mais, olhou em volta e viu uma lamina, olhou-a bem e pensou se era realmente o que queria fazer, mas não contendo as lágrimas, nem a dor que sentia cortou a pele, não muito profundo mas este ato fez com que se senti-se mais aliviada da sua dor. Isto foi se tornando um vicio e continuou sempre a perfurar a pele descontroladamente sem parar.

Seus braços antes ensaguetados, já estavam doloridos e com marcas, estas que nunca irão sair tão facilmente.

Durante tempos continuou sempre a fazer o mesmo, cada palavra má que lhe diziam ou cada vez mesmo que se olhava ao espelho o fazia. As pessoas podiam lhe dizer coisas boas e dizer que ela era linda,mas o que o espelho dizia era a realidade na cabeça dela. E isto ia-se agravando cada vez mais.

Julie bem escondia os cortes,mas não por muito tempo, a mãe conseguiu ve-los e a repreendeu, já cansados da atitude da filha, os pais tinham de tomar medidas e a arranjaram um psicólogo, acharam que podia a fazer ver as coisas com mais clareza e verdade.

Julie, eu e mãe temos algo para te contar, e não vale a pena ficares amuada ou seja lá o que for, é para o teu bem. Arranjamos-te um psicólogo e terás amanha consulta.

Julie, ficou completamente perplexa e nem abriu a boca,apenas abanou a cabeça e saiu, no dia seguinte de manha esperando pela sua vez na consulta, sempre de cabeça baixa e com ar triste.

Menina Julie?- chama-lhe a psicóloga

Então? Que a menina tem? A sua mãe contou-me já algo, "espelho"?

Não quero falar sobre isso, ninguem me percebe, todas as pessoas dizem que sou bonita e boa pessoa mas os outros não dizem isso, os meus colegas não dizem isso, o espelho mostra-me como gorda e feia, não há ninguem que perceba, as unicas que me percebem são as laminas! Fazem-me sentir bem!- responde Julie tristemente

Não podes ficar assim, Julie, tens de parar, esse espelho não te vai vencer, acredita, pensa, és bonita, és uma menina muito inteligente, não acabes com a tua vida por causa dos outros ou de uma pedaço de vidro que diz o contrario- responde-lhe a psicóloga.

Julie olha-a fixamente mas não se convenceu e ao sair, outra vez a mesma rotina diária, chegar a casa, perguntas sobre o dia, as mesmas que achava aborrecidas. Mais uma vez foi para o quarto, ainda tentou meter um lençol por cima do espelho e esquecer tudo,mas não consegui e olhou-se de novo.

Derrepente sentiu algo dentro de si incontrolavel e deu um grande murro no espelho, o que fez com que ele se parti-se e acabado aos pedaços.

A mãe ouviu um barulho e subiu rapidamente, abriu a porta e viu o espelho aos pedaços e Julie a gritar e a chorar. Ainda tentou acalmar a filha mas não conseguiu, era mais forte que tudo.

Nesta mesma noite,Julie deita-se com um acalmante .


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