Menina má.

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— Preciso perguntar? — Cruzo meus braços, encarando Jaden.

— Precisa me explicar do que está falando. — Zomba sarcástico.

— Sabe do que estou falando.

— Não fiquei com ela, se é isso que você quer saber. — Me encarou sério — Mas se ela me der oportunidade, eu fico. — Dá de ombros — Fica ciente.

— Não vamos mais dividir nossas namoradas, Jaden! Não temos 15 anos. — Me altero.

— Você nem liga pra Amélia! — Ri — Na primeira oportunidade você já foi pra de baixo da saia da Cassie! E sabe quem foi consolar a pobrezinha da sua namorada? — Disse manso — Eu.

— Você vai estragar tudo assim!

— Você está usando ela. — Dá de ombros.

— Como se você não estivesse usando ela pra se vingar de algo que aconteceu há três anos. — Argumentei.

— Parece que não somos tão diferentes assim. — Passa por mim, caminhando em direção à Amélia.

Vou atrás dele, desviando por alguns caminhos para que eu chegue antes que ele. Assim que vejo Cassie andando até mim, apresso meus passos, chegando até Amélia, passando meus braços pelo seu pescoço, por trás dela.

— Dá o fora, Javon. — Amélia vira a cabeça para o lado, me encarando.

— Como sabe que era eu? — A viro para mim, me encostando no meu carro.

— Seu perfume. — Dá de ombros enquanto desço meus braços para sua cintura.

— Mal começamos e já está me traindo? — Jaden brinca.

— Não é traição se eu sou o 01. — Aperto sua cintura.

— Não vou ficar no meio do joguinho idiota de vocês. — Amélia revira seus olhos, tirando minhas mãos de sua cintura.

— Acha que somos tão babacas assim? — Finjo me sentir ofendido, recebendo uma risada nasalada de Jaden antes dele sair.

— Não acho. — Amélia sorri — Tenho certeza.

— Qual é, Amélia. — Pego sua mão, cruzando seus dedos com os meus — Até ontem você estava tranquila comigo, o que mudou?

— Eu só não vou ser mais uma de suas conquistas.

— Acredite, não quero que seja uma conquista. — Puxo sua mão, a deixando mais perto de mim — Você vai ser mais do que isso.

— História de pescador, Javon. — Ri — Não estou interessada, procure outra disponível pra você.

— Vai me dispensar fácil assim? — Molho meus lábios — Não vai nem me dar uma chance pra mostrar que sou diferente?

— Você não está merecendo.

— Sabe o que é? — Começo, recebendo um "hum?" dela — Você está acostumada com o fracote sem atitude do seu "namoradinho", e esquece que existem homens de verdade no mundo.

— Pode até ser. — Se aproxima do meu ouvido — Mas você com certeza não é um deles, Wanna.

Com isso, Amélia se desprende e sai andando.

[...]

Deixamos Meg e Amélia em casa, e enquanto estavam todos na casa dela, pedi pra conversar com Amélia em algum lugar distante dos demais, já que sua mãe não estava em casa.

Amélia sobe as escadas, abrindo a porta de seu quarto. Ele era branco com detalhes em rosa, como edredom, pelúcias, almofadas, cadeiras.

— Não sabia que gostava de ler. — Pego um livro em mãos, "É Assim Que Acaba".

— Eu amo ler. — Se sentou na cama, fazendo sinal para que eu também me sentasse em algum lugar.

— Como você está? — Pergunto tentando puxar assunto enquanto me sento na cadeira na frente de sua cama.

— Estou bem, Javon. — Cruzou seus braços — Sobre o que quer falar?

— Qualquer coisa. — Respondo, a deixando confusa — Só quero conversar, gosto de falar com você.

— Claro. — Respirou fundo — E você? Está bem?

— Estou ótimo.

Amélia parece pensar por alguns segundos, até abrir a boca.

— O que você tem com a Cassie? — Suspiro, me levantando da cadeira e me sentando ao seu lado.

— Quadrinhos? — Pego um livro que estava em cima da cama.

— Eu gosto de quadrinhos. — Amélia guarda seu livro embaixo do travesseiro, se sentando de pernas cruzadas.

— Belo jeito de dizer que é virgem.

— Responde minha pergunta — Insiste — Ou posso continuar te afastando.

— Tá bom. — Molho meus lábios — Eu cresci com a Cassie. Sempre fomos amigos, e nunca nos vimos como algo diferente.

— Que clichê.

— Mas quando entramos na puberdade, as coisas mudaram. Nossos corpos estavam mudando, sabe? E todo adolescente fica estranho nessa fase, e aí a gente simplesmente rolou.

— Rolou?

— Transou, freira. — Reviro os olhos — Enfim, a gente namorou por um tempo, mas nunca assumi ela.

— Por que não?

— Ela não tem uma fama muito boa, e sei lá, as coisas ficariam muito reais se eu assumisse ela.

— Você é muito babaca, sabe disso, né?

— É. Eu estou tentando mudar. — Desvio meu olhar — Mas, e o Trevor?

— Nossas famílias se conhecem. — Se deita — Minha mãe acha que ele é a pessoa certa pra mim.

— Por que ela acha isso? — me deito ao seu lado.

— Ele aparenta ser uma boa pessoa, a família tem fama e poder.

— Como assim ele aparenta ser uma boa pessoa?

— Ele faz coisas — Me encara — Que não me agrada.

— Se esse filho da puta ousar te machucar — Me apoio pelo cotovelo, a vendo melhor — Me avisa, Amélia, por favor.

— Não quero que machuque ele.

— E ele pode machucar a você?

— As vezes é culpa minha, então tanto faz.

— Nunca é sua culpa. — Coloco minha mão em sua bochecha — Ele é um desgraçado, e você não deveria passar pelo o que passa.

— Na teoria é mais fácil.

— Faz algumas aulas comigo — Puxo seu rosto para ela me encarar — Só te peço isso! Faça algumas aulas de boxe comigo.

The other side, Javon W.Onde histórias criam vida. Descubra agora