Taylor Swift.

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O VENTO frio chicoteava meu rosto conforme eu caminhava, coloco minhas mãos no bolso do moletom pra esquenta-las. Observo os carros passarem. Eu deveria estar em casa agora.

Enquanto caminhava pelas ruas de Atlanta, o som da cidade preenchia o ar ao meu redor. O barulho dos carros, as risadas distantes e a música que ecoava dos bares criavam uma atmosfera vibrante. Mas, à medida que me afastava das áreas mais iluminadas e entrava em um beco escuro, uma sensação estranha começou a se instalar em mim. Algo não parecia certo.

Foi então que ouvi vozes—gritos e risadas, mas havia algo naquelas vozes que me deixou alerta. Curioso e preocupado, me aproximei um pouco mais, tentando discernir o que estava acontecendo. E foi quando a vi: A garota da festa, encostada na parede fria do beco, com um olhar assustado nos olhos. Ela estava cercada por um grupo de meninas que pareciam mais interessadas em intimidá-la do que em qualquer outra coisa.

Meu coração disparou. Ela parecia ser uma garota doce e gentil, e vê-la naquela situação fez meu sangue ferver. As meninas estavam rindo e fazendo comentários cruéis, e a expressão no rosto dela me atingiu como um soco no estômago. Não podia ficar parado.Sem pensar duas vezes, avancei para o beco.

— Ei! — Exclamo — O que está acontecendo aqui?— minha voz saiu mais firme do que eu esperava. As meninas se viraram para mim, surpresas pela minha interrupção. Algumas pareciam desdenhosas, mas outras hesitaram, como se não esperassem ser confrontadas.

—Deixa ela em paz—, continuei, olhando diretamente para as garotas com uma expressão séria. Não era apenas sobre ela; era sobre todas as vezes que vi pessoas sendo intimidadas sem ninguém para defendê-las. Não iria permitir que isso acontecesse diante de mim.

As meninas começaram a murmurar entre si, e eu percebi que algumas delas estavam começando a recuar. O poder da presença estava mudando a dinâmica da situação.

— Vocês realmente acham que isso é engraçado? Intimidar alguém só porque acham que podem?— perguntei com firmeza.

Uma das garotas tentou manter a postura desafiadora, mas eu podia ver nas suas expressões que elas estavam reconsiderando suas ações. A tensão começou a se dissipar lentamente.

Ela parecia mais tranquila agora; seus olhos brilhavam com gratidão enquanto ela se endireitava um pouco mais.

— Obrigada— ela murmurou para mim, sua voz quase inaudível acima do barulho da cidade.

Quando as garotas finalmente decidiram recuar e sair do beco, soltei um suspiro de alívio. Eu sabia que tinha feito a coisa certa ao intervir—não apenas por ela, mas por todos que já se sentiram vulneráveis como ela naquele momento.

— Você está bem?— perguntei a ela assim que ficamos sozinhos no beco agora silencioso. Ela assentiu lentamente, ainda um pouco abalada, mas agora havia uma chama de determinação nos seus olhos — O que estava fazendo por aqui?

— Eu estava indo pra lanchonete perto daqui. — Explicou.

— Eu te levo até lá.

— Não precisa, obrigada. —Sorriu, ajeitando sua bolsa.

— Por favor. — Peço — Também estou com fome.

Ela pareceu pensar e repensar na ideia várias vezes.

— Você pode me pagar esse favor com isso. — Sorrio — Você me deve uma.

— Tudo bem. — Deu-se por vencida.

[...]

O caminho foi tranquilo, conversamos o caminho inteiro. Seu nome era Amélia, e como eu suspeitava, estudava no mesmo colégio que suas amigas.

The other side, Javon W.Onde histórias criam vida. Descubra agora