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69. Miguel Nassif

Seu Nome 

Eu odiava o meu período menstrual, pelo motivo de que eu não conseguia fazer nada além de ficar deitada e rolando de dor.

Meu namorado tinha pedido para mim ir assistir o seu jogo de hoje que seria um dos mais importantes da temporada, já que se tratava de um derby na semifinal do campeonato paulista.

Mas amanheci o dia com cólica, tomei vários remédios e nada diminuía as dores. Apenas mandei uma mensagem pro Miguel, avisando que não iria conseguir ir. A dor era tanta que nem consegui explicar o porquê não iria.

Miguel só visualizou as mensagens, provavelmente achou que eu estava enrolando para não ir no jogo. E se for isso, ele tá com muita sacanagem pro meu lado, pô eu não perco um jogo na fazendinha.

Já tinha se passado duas desde o final do jogo, e ainda não tinha recebido nenhuma mensagem do meu namorado.

Entrei em seu instagram e vi que ele tinha acabado de fazer uma postagem. O corinthians tinha ganhado e se classificado com dois gols dele.

Esse é um grande sinal de que ele tá me ignorando, mas eu fiz um ótimo papel de namorada de ter curtido e comentado o parabenizando.

Aproveitei que minha cólica tinha diminuído e fui tomar um banho, e quando saí do banheiro dei de cara com Miguel deitado na minha cama.

-- ah, lembrou que tem namorada? -- Parei na sua frente o encarando e coloquei as mãos na cintura -- pensei que não fosse lembrar nem tão cedo.

-- você lembrou que seu namorado tinha jogo hoje? -- Rebateu bloqueado o celular e me encarando -- acho que não, né.

-- você viu a mensagem que te mandei? Tive um imprevisto, Miguel!

-- o imprevisto se chama lembrei do jogo faltando meia hora pra ele começar? -- Falou debochado e eu neguei -- conta outra, SN.

Nesse momento meus olhos se encheram de lágrima e eu só queria chorar. Porra, já não basta passar o dia com dor, e agora vou ter que brigar com o meu namorado.

-- o que foi, amor? você tá chorando? -- Miguel pergunta ao me ver limpando algumas lágrimas -- o que aconteceu?

-- o que aconteceu é que eu passei o dia com dor Miguel, e agora você vem brigar comigo. Eu sempre vou nos jogos, e no único que não vou você faz questão de me sacrificar -- Desabafei até pelo o que eu não tava sentindo -- foi isso que aconteceu, acha pouco?

Me joguei na minha cama e fechei os olhos, eu só queria me livrar daquela briga logo.

-- você não me falou nada que tava ruim, se tivesse me explicado eu tinha entendido amor -- Meu namorado se aproximou -- você sabe que entendo quando se trata de algo sério.

-- você sabe como eu fico quando tô com cólica, não deu pra explicar -- Terminei de falar e senti como se tivessem esmagando meu útero -- me deixa quietinha amor, quero que passe logo.

Miguel apenas concordou e se levantou saindo do quarto, eu não sei aonde ele foi e minha dor não me permitia ir atrás.

Depois de alguns minutos ele entrou no meu quarto com um comprimido e um copo de água.

-- toma amor, é pra você tomar esse remédio -- Colocou os dois na minha mão -- minha mãe falou que esse é mais forte, e que vai passar rápido.

-- obrigada vida, acho que daqui a pouco tô melhor -- Falei após tomar o remédio -- não precisa se preocupar, vou ficar bem.

Fechei os olhos e me aconcheguei na minha cama, para ver se passava logo. Senti a cama afundando do meu lado, meu namorado iria ficar ali comigo.

-- deita aqui, amor! -- Falou batendo no seu peito -- deixa eu fazer um cafuné, talvez te ajude a relaxar mais fácil.

Deitei e ficamos por um bom tempo ali no silêncio, ouvindo apenas o barulho da nossa respiração.

-- tô aqui pra tudo, tá? -- Miguel diz quebrando o silêncio -- desculpa por ter sido um babaca, devia ter perguntado antes o que tinha acontecido.

-- tá tudo bem, eu errei também -- Falei olhando nos olhos dele pela primeira vez no dia -- eu devia ter explicado logo, sei o quanto assistir o jogo é importante pra você.

Não tava nada bem, mas eu só queria evitar brigas e terminar aquela conversa logo.

-- eu que tenho que te pedir desculpa, fui o maior errado. Eu gosto de te ver lá, mas prefiro te ver bem, sem essa dor -- Dei um sorriso e ele retribuiu -- gosto de ver esse sorriso.

-- Guel, vamos deixar isso pra lá mor -- Chamei pelo apelido que eu o dei e ele negou -- tá tudo bem, eu já tô melhor.

-- só quando você falar que me desculpa -- Falou e eu fiquei em silêncio -- então vou fazer cócegas.

Seus braços me rodearam e ele rapidamente começou a fazer cócegas em mim, me arrancando uma gargalhada. Ele sabe que eu sou fraca pra isso e vem logo no meu ponto fraco.

-- pa..para amor -- Falei já passando mal -- tô ficando sem ar, lindo.

-- fala que me desculpa e eu paro, vida.

-- eu te desculpo, tá desculpado amor -- Assim que falei ele parou -- nossa, obrigada.

Meu namorado mudou nossas posições ficando por cima de mim e colocou seu rosto no meu pescoço, deixando um cheirinho ali.

-- eu que agradeço por ter me desculpado, te amo gatinha.

Levantei seu rosto pelo queixo e deixei um leve selinho em seus lábios.

-- eu também te amo, meu jogador.