o despertar de Simone

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(Não revisado)

Simone abriu os olhos lentamente, sua cabeça latejando de dor. Seus lábios estavam secos, e ela sentia uma sede insuportável. Olhou ao redor, tentando se situar, mas não reconhecia o lugar. Onde estavam seus pais? A última coisa que lembrava era um acidente, mas agora tudo parecia confuso. Ela estava em um hospital, isso era óbvio, mas não entendia por que estava ali. "Cadê minha mãe?" pensou, ansiosa.

A porta do quarto se abriu, e um médico entrou apressado. Ao vê-la acordada, seus olhos se arregalaram de surpresa. Ele conferiu os aparelhos e, depois de um momento de silêncio, disse:

— Simone... Você acordou!

Mas Simone não reconheceu o homem à sua frente. O médico rapidamente chamou outros colegas e, em seguida, notificou alguém especial: Soraya. No entanto, o que o médico não sabia era que Simone havia perdido uma grande parte de sua memória. Para ela, tinha apenas 15 anos novamente, embora já tivesse 38. Ela lembrava de seus pais, de seu irmão, mas Soraya? Para Simone, Soraya era apenas uma inimiga dos tempos de escola.

Quando Soraya chegou ao quarto, ansiosa e esperançosa por ver Simone acordada, a recepção não foi como ela esperava. Simone a encarou com uma expressão de estranhamento e frieza.

— O que você está fazendo aqui? — Simone disse, com uma voz firme. — Eu nunca casaria com alguém como você!

Soraya tentou explicar, com lágrimas nos olhos:

— Simone, você não lembra de nada... Por favor, me escuta. Eu sou sua esposa.

Simone balançou a cabeça, confusa e irritada.

— Isso é loucura. Eu não quero ouvir mais nada. Chame meus pais, agora! Eu vou com eles, não com você.

Os médicos, percebendo a gravidade da situação, tentaram intervir. Mas a mente de Simone estava presa em outro tempo, onde Soraya não passava de uma rival da escola, e o amor que elas compartilharam durante anos era agora apenas uma memória apagada.

Simone segurou o telefone com força, finalmente ouvindo a voz de sua mãe do outro lado da linha. Seus olhos se encheram de lágrimas, e ela falou com ansiedade:

— Mãe, me leva embora daqui! Eu não vou com essa... essa cretina!

Havia uma pausa do outro lado, e então a voz da mãe de Simone ficou firme:

— Simone, você vai com a Soraya. Ela vai cuidar de você até eu poder te buscar. Não tem discussão.

— Eu não vou! Não vou andar com ela! — Simone rebateu, irritada.

Mas sua mãe elevou o tom de voz, algo que raramente fazia:

— Se você não obedecer, vai ficar de castigo, entendeu?

Simone ficou em silêncio por um momento, surpresa com a resposta firme. Ela olhou de relance para Soraya, que estava claramente aflita, e sentiu a pressão de ceder, mesmo que ainda se recusasse a aceitar a situação. A dor de cabeça a impediu de discutir mais, e ela acabou murmurando:

— Tá, eu vou...

Após desligar o telefone, o médico se aproximou de Soraya, vendo sua preocupação.

— A memória dela pode voltar com o tempo, mas vocês precisam tentar. Mostre a ela como vocês estão juntas, como são uma família. Isso pode ajudar.

Soraya assentiu, tentando manter a esperança, mesmo diante do olhar distante de Simone, que só queria estar com seus pais.




Acho que demorei um pouco mais aí vai outro cap, espero que gostem deixe opinião qualquer erro me desculpa

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