Raiva

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Soraya foi o caminho todo para casa calada, o rosto fechado, sem sequer dirigir ou trocar palavras com Simone. Uma coisa ela tinha certeza: se Janja ousasse chegar perto de Simone novamente, não sairia sem uma boa surra. E Simone? Bem, provavelmente acabaria voltando para o hospital.

Assim que chegou, Soraya subiu correndo para o quarto, precisava tomar um banho para acalmar os nervos antes de perder a cabeça.

Enquanto isso, Simone pegou o celular, adicionou o número de Janja e logo mandou uma mensagem. Para sua surpresa, a resposta foi imediata.

**Mensagens:**

**Simone:** 
"Oi, Janja." 

**Janja:** 
"Simone, que rápida! Adoro." 

**Simone:** 
"Ainda tá no trabalho, né?" 

**Janja:** 
"Sim, mas não fica com saudades. Logo logo você terá seu chá da tarde." 

**Simone:** 
"Não vejo a hora desse dia chegar. Não me deixe com tanta vontade. 😔" 

**Janja:** 
"Sisinha, não me provoque. Tô em reunião, amor." 

**Simone:** 
"Rsrsrsrs, depois eu falo com você. Vou tomar banho." 

Simone deixou o celular na sala, desbloqueado, e subiu para o banheiro. Soraya desceu logo em seguida, ainda apenas de roupão, e notou o celular de Simone desbloqueado sobre o sofá. Curiosa, pegou o aparelho, e assim que leu a última mensagem trocada, seu coração disparou. A frase "Deixa eu ver você no banho" fez seu sangue ferver.

A raiva tomou conta de Soraya, mas ela manteve o controle. Esperaria Simone sair do banho. Hoje, ela pagaria por achar que poderia traí-la só porque supostamente havia perdido a memória.

Simone desceu as escadas rapidamente, apenas para se deparar com Soraya sentada no sofá, bebendo vinho com o celular em mãos. O rosto de Soraya estava sério, mantendo a postura de uma mulher fria e controlada.

Simone sentiu um calafrio. Ela não sabia ao certo o que Soraya havia lido, mas o medo de que tivesse descoberto as conversas com Janja era palpável.

— Não pegue meu celular sem permissão, - disse Simone, tentando soar firme.

— Não preciso de permissão. Tudo que é seu é meu.

— respondeu Soraya, com um tom de voz calmo, mas ameaçador.

— Não, pare de ser intrometida! — Simone retrucou, tentando pegar o celular

— Tá pensando em me trair, sisinha? — Soraya levantou uma sobrancelha, o sarcasmo evidente.

— O quê? Do que você está falando? — Simone gaguejou, nervosa.

— Então esse convite para um chá é o quê?- Soraya questionou, segurando o celular no alto.

— A-apenas um chá, — Simone respondeu, a voz trêmula.

— Vem aqui, senta aqui, — Soraya ordenou, batendo a mão no sofá ao seu lado.

— Não precisa, eu vou subir.

— Simone tentou se afastar.Num movimento rápido,

Soraya se levantou e deu um tapa forte no rosto de Simone, seguido de vários socos. Simone tentou se defender, mas Soraya era mais forte, e ela ainda não estava completamente recuperada.

A dor tomou conta de seu corpo.Soraya pegou o celular de Simone e, com raiva, arremessou-o contra a parede, fazendo-o se despedaçar. Depois, jogou o aparelho fora pela janela. Simone, em choque, olhou para o que restava do celular, mas aquilo não a assustava,só a deixava ainda mais estressada.

— Você vai me dar outro celular, sua maluca! -gritou Simone, a dor e a raiva transparecendo.

— Se depender de mim, você nunca mais vai ter um celular!

— Soraya gritou de volta, os olhos ardendo de ciúmes.

— Você me bateu por causa de ciúmes, sua doida! Eu nem sou sua! -Simone explodiu, tentando se recompor.

— Ah é? Escuta aqui: se você sequer pensar em chegar perto dela de novo, eu não vou só te bater, vou te matar- Soraya sussurrou com raiva.

— Para, Soraya! Ela é só uma amiga!- Simone tentou argumentar.

Soraya agarrou o pescoço de Simone com força e disse, com a voz baixa e ameaçadora:

— Você pertence a mim. Não faça eu ser presa por sua causa.

Simone ficou em silêncio, a dor dos socos e tapas ainda latejando em seu corpo. Soraya pegou a taça de vinho e subiu calmamente para o quarto, deixando Simone para trás, estressada e em choque.







Coitada da sisa apanhou sem ter feito nada, voltem, deixei opiniões, qualquer erro foi mal

AmnésiaOnde histórias criam vida. Descubra agora