"Felicidade não é uma questão de sorte, mas de escolha."- Jane Austen
Eu sei que eu não deveria ter dado trela para a garota, mentir desse jeito não era do meu feitio, mas me pareceu muito divertido fingir por um momento que eu era seu personagem literário que criou vida! Eu não consegui resistir.
Principalmente depois que ela disse ser Agathe B. A dama era uma das escritoras da minha editora, e a mais vendida! Se nosso pequeno encontro a incentivava a escrever, minha consciência podia ficar limpa!
No entanto, foi uma boa surpresa descobrir que seu novo personagem masculino tinha o mesmo sobrenome que o meu, e aparentemente, a aparência. Eu não frequentava muito a editora, preferia lidar com esses assuntos em casa, e tão pouco meu nome era divulgado por aí.
Se eu acreditasse no destino, eu diria que é culpa dele!
Refletindo sobre o encontro, não pude deixar de pensar em como Agathe era diferente do que eu imaginava. Em minha mente, com base no conteúdo sexual dos livros que ela escrevia, eu havia esperado algo completamente distinto—talvez uma senhora experiente e viúva ou até mesmo um homem, alguém que parecesse mais maduro e sério. Mas não. Ali estava ela, com seus cabelos ruivos e olhos brilhantes, tão jovem e cheia de vida, uma verdadeira surpresa.
Era uma beleza inesperada, uma vivacidade que não tinha nada a ver com a imagem que eu havia formado. Ela era encantadora de uma maneira que eu não havia antecipado, O cabelo ruivo como fogo, bochechas coradas e sardentas, os olhos mais verdes que já vi embaixo de um óculos redondo, e aquelas curvas...santo deus! a mulher era o pecado, a própria Afrodite em forma humana. Não havia a menor dúvida de que o que eu pensava ser apenas um jogo, uma pequena interação para aliviar a monotonia, estava se transformando em algo mais intrigante.
Deixo minha cabeça cair para trás, fito o teto branco e sem graça da casa que herdei do meu tio a anos, eu sempre vinha aqui quando buscava tranquilidade, mas com essa autora solta por aí seria difícil...
— Acho que estou muito tempo sem uma mulher — reclamou comigo mesmo. Infelizmente Cornualha era pequena demais para oferecer esse tipo de entretenimento fora de bordeis mediocres.
Se eu quisesse companhia feminina, eu precisaria de uma amante.
— Aidan! Seu maldito papagaio está me chamando de vaca! — Alice entrou pela porta vermelha, segurando uma grande gaiola com meu papagaio verde dentro.
— Vaca! Vaca! — repetiu ele.
— Me desculpe, Alice — eu pego a gaiola das mãos dela com um sorriso discreto.
Alice Crawford era minha irmã um ano mais velha, que infelizmente resolveu me seguir até a Cornualha assim que descobriu que eu estava de partida.
— Em que tipo de ambiente você tem criado esse animal? — ela pergunta levando as mãos até a cintura raivosa.
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As Linhas do Desejo
RomanceQuando Ágatha Bridgerton aceitou o convite de sua prima Philomena para passar uma temporada com ela no campo, ela imaginou que não teria muito o que fazer além de trabalhar em seu novo livro, mas para sua completa surpresa, seu vizinho se mostra ser...