Prólogo

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Essa fanfic vai ser um chute no que eu já escrevi até hoje, vamos abordar temas sérios e uma zona que pode e (vai gerar) desconforto e gatilhos! Teremos romance monstro com cenas hot, ferimentos, assédio, abusos mentais e outras coisas! Leiam por conta e risco e abandonem quando se sentirem desconfortáveis!

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— Pessoas como você de fato não tem salvação— A voz da diretora chefe soou mais alta naquela sala, sua mão segurava um arquivo batendo sua ponta contra a sua mesa— Foi dado uma nova chance e você, simplesmente a jogou fora.


Os olhos de Avery Hazel pareceram como duas orbes desafiadoras, suas mãos indo até a máscara descartável a pondo em seu rosto— Será um prazer trabalhar com a senhora— Dizia sem se abalar. Seus olhos viram demônios demais para um humano lhe por medo.


— Senhorita Elara Brooks— A voz chamou como uma ordem um colega de trabalho e não demorou para que a jovem mulher vestida igual Avery entrasse pela porta, olhos fundos e sem qualquer brilho humano. Eles não tinham mais isso— Apresente a mesa de trabalho para a Senhorita Avery.


— Claro, senhora— Sem precisar pedir, a figura agora tão diferente de meses atrás alcançou aquela que lhe apresentaria seu pequeno inferno. Passos curtos e cheios de um ruído contra o infinito corredor— Você vai estar designada ao computador três, ele monitora duas criaturas capturadas.


— Capturadas? — Sua voz era uma falsa curiosidade.


— Já correm fofocas que você foi quem recuperou o cristal— Seus olhos foram até a figura de Avery, um rápido julgar— Algumas criaturas foram capturadas depois... Estamos ainda nos adaptando aos seus comportamentos.


Seus passos vacilaram um pouco, mãos se contraindo enquanto ela lembrava daqueles meses que passou submersa em um laboratório abandonado por Deus. Os monstros que pareciam desejar seu sangue a cada porta aberta e... Por fim sua mente vagou para a figura que não permitiu enlouquecer, mas seria terrível se ele tivesse sido capturado novamente.


Avery vivenciou o que aqueles cientistas fizeram, como Sebastian era instável e carregava um profundo ódio por todos os descartáveis e por todos da Urbanshade. Então a porta se abriu, uma sala enorme que comportava mais de vinte cientistas e o que parecia um aquário.


Não demorou para que seus passos a levassem até sua mesa, tão perto do vidro daquele aquário que agora poderia absorver toda sua estrutura. Ela parecia ser móvel, o vidro de camada grossa parecia conter o diabo ali dentro, cheio de água e algumas mãos metálicas que ficavam perto do vidro quando desligado.


Havia duas fileiras de canaletas para o escoamento da água, mas no momento ela estava desligada, como a luz que fazia visível o que tinha lá dentro. Avery escutou as instruções básicas, viu a tela de descanso de seu computador ser ligada — agora ela iria cuidar daquela bugiganga e teria de decorar a sua senha— com infinitas pastas e planilhas.


— Precisamos que você organize o relatório deixado pelo antigo cientista— Antigo cientista? Será que ele estava ainda vivo? — A Diretora Chefe prefere receber tudo em seu Email meio dia e vinte minutos antes do final de cada expediente. Não falhe.


Então ela finalmente pode ficar só com sua mente, algo que turbilhoavam questionamentos infinitos. Se acomodando em sua mais nova cadeira, um fio de ar escapou de seus pulmões como uma linha fina e contínua, o relógio não marcava ainda horário do começo de seu expediente, mas ela iria ter de se acostumar a ser novamente uma prisioneira... Agora em um laboratório cheio de humanos.


O relógio bateu com o anuncio das sete horas da manhã, as luzes ficando mais fortes enquanto cadeiras desocupadas agora não mais deixavam de ser inutilizadas. O líquido começou a se iluminar enquanto luzes em volta acendiam acordando a criatura, Avery Hazel se focou no que ela iria cuidar, ansiedade fazendo seu coração errar uma batida quando tudo foi revelado.


Sebastian Solace estava no centro, seu corpo boiando enquanto seus olhos se abriam aos poucos de maneira desinteressada. Diferente de seus dias como um vendedor, a face ainda mais irritada agora encarava os cientistas enquanto a isca se mantinha desligada.


Se o seu coração pudesse parar, essa seria a hora. O passado e presente se misturaram e parecia infinito aquelas memórias compartilhadas...



Seu engatinhar era barulhento, os metais velhos e descuidados rangendo enquanto o duto de ventilação ficava aos poucos mais iluminado lhe dizendo que finalmente havia chego. Seus passos saíram finalmente daquele lugar exprimido e Avery notou quando o tom de voz de Sebastian mudou de um cumprimento indiferente e automático dado aos descartáveis para um mais íntimo.


— Você aqui— Sua voz fingia um falso desinteresse, no entanto, lá estava ele se abaixando para que seu corpo pudesse ficar um pouco mais na sua altura.


— É bom te ver também, Sebastian— Avery sorriu, aquela que lhe garantiu seu apelido carinhoso— Eu vim comprar algumas coisas e conversar.


— Um pandemônio quase te matou, Axolote?


— Algo do tipo— Dados foram puxados de sua bolsa agora postos a visão de Sebastian, olhos curiosos que viam até onde sua cliente favorita iria— Vamos ver... Que tal a gente diminuir o valor das baterias?


Fazendo o sinal de dinheiro, Avery sorriu dando sua primeira proposta de valor. Aquela mania de tentar desconto foi o que os fizeram conversar mais que simples pedidos de cliente e ofertas de vendedor, foi uma forma irritante de puxar assunto e um costume que durou.


— Se fosse por você, eu já teria falido a muito tempo— Ele não negou, sua terceira mão se abaixando para que pudesse receber os dados coletados pela mulher— Se você contar a alguém que eu faço valor mais baixo para você!


— Eu prefiro morrer que contar algo íntimo de nós dois— Sua voz era uma clara risada de raposa, algo que fez a criatura suspirar contendo sua vontade de rir— Vamos, Sebastian! Eu sei que me ver é a melhor parte do seu dia.


— Não é como se tivesse coisa melhor aqui, Axolote.



Mas agora ela era mais uma cientista, seus traços diferentes apagados e padronizados. Era óbvio que Sebastian não iria a reconhecer, não havia passado muito tempo, mas seu cabelo antes descolorido agora estava castanho, seu sorriso murcho e escondidos pela máscara.


Mas Avery Hazel Beckett não era alguém que simplesmente deixava coisas lhe abalar, seus olhos distantes vezes escondia uma determinação que a fez sobreviver. Disfarçadamente sua mão esquerda foi até o vidro não muito longe de sua mesa, seus dedos tocando a camada fria e infinita que os separavam, seus olhos se fechando enquanto sua mente se apegava a tudo o que viveram.


— Eu vou te salvar dessa merda— Sua voz não existia, mas a promessa seria cumprida e dessa vez eles iriam escapar juntos. 

Sombras Submersas / Sebastian SolaceOnde histórias criam vida. Descubra agora