A distância entre os instantes,
círculo interminável:
o tempo faz caracol do relógio —
lento e breve.
Os segundos se acumulam nas asas das borboletas,
os minutos em sua penugem suave.
Repousam as horas nas abelhas que polinizam os figos,
e em suas criptas de flores e silêncio.
E ficam para trás os anos, voando:
com as libélulas, a terra e as folhas.
Já as décadas se acumulam nas rugas —
na pele rachada e nos veios das árvores.
Os séculos são todos engolidos
a cada mordida que deixamos nas tâmaras:
a doçura seca a boca.
Escrevo a distância dos milésimos —
nossos olhos acorrentados,
areia marcada pelo vento:
um passo ou mil.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Oficina
PoetryMuito cuidado ao adentrar esta oficina - ela é como um labirinto, as palavras te hipnotizam e você se perde entre os versos! No entanto, é prudente informar que talvez você acabe gostando desse cantinho curioso e empoeirado. Talvez você se divirta b...