| Esse capítulo é extremamente longo, então apertem os cintos e allons-y! |
A respiração de Rose estava arfada enquanto esta ainda insistia em encarar o vidro da janela falsa que dava para o quarto aonde o desconhecido de nome fantasioso estava ainda deitado, encolhido em sua posição fetal na pequena cama de lençóis brancos; talvez aquela não tivesse sido uma de suas ideias mais geniais, mas não era como se ela pudesse retornar em sua palavra naquele momento. A mulher era orgulhosa demais para querer negar qualquer coisa depois de já ter aceitado tal proposta, e não era como se ela tivesse qualquer outro lugar para correr ao invés de ser direto para os braços daquele homem que lhe fascinava como um livro de romance dos mais antigos que poderiam existir.
Dentro de sua mente, enquanto as pessoas ao seu redor se preparavam para abrir a porta do quarto e corriam de um lado para o outro como se tivesse treinado a vida toda para aquele momento, Rose se fazia diversos tipos de perguntas; perguntas que talvez ela não deveria fazer sobre um homem que parecia quase que inocente ao toque como Morfeu - ela se perguntou se ele teria um cheiro tão doce quanto canela, ela se questionou se os fios grisalhos do cabelo e da barba deste eram tão macios ao toque quanto pareciam, e ela imaginava se a pele dele teria a mesma dureza quanto uma borracha, como todos insistiam a se referir a ela como, ou se Morfeu seria o dono de uma pele macia, tão angelical como a de uma criança recém-nascida, tão preciosa como a mais raras das pedrarias.
Sua mente ainda permanecia cheia de perguntas, e tão, tão isenta de qualquer tipo de resposta.
Sua atenção foi requerida para o momento atual novamente quando ela ouviu a baixa e tímida voz de uma enfermeira lhe chamando pelo nome, a mulher baixa e de cabelos igualmente ruivos indicando levemente com a cabeça que a porta para o quarto estava aberta e que ela poderia entrar assim que se sentisse completamente à vontade. Verdade fosse dita, talvez Rose nunca fosse estar completamente preparada para se aventurar no que se escondia por detrás daquela porta e por entre aquelas quatro paredes, mas novamente, não era como se ela tivesse algum tipo de escolha - ela já estava ali, o "sim" já havia escapado por seus lábios, sua única alternativa era descobrir quem era o homem com o qual ela teria de trabalhar por um tão longo período de tempo.
Após respirar profundamente por mais uma vez, a mulher acenou com sua cabeça para si mesma, como um pequeno gesto de incentivo, e moveu sua mão na direção da maçaneta da porta. Ela nunca havia parado para notar como uma coisa tão simples como uma maçaneta poderia parecer extremamente gelada ao toque, e ela tinha certeza que só havia sido capaz de perceber isso pelo fato de que estava completamente concentrada em tudo que ocorria ao seu redor; ela jurou que poderia ouvir os sussurros dos enfermeiros que lhe cercavam, que poderia ouvir os pensamentos impuros que percorriam pela mente do doutor que havia lhe guiado até o quarto de Morfeu e até mesmo que poderia estar prestes a desvendar o que Morfeu pensava em sua reclusão - seus sentidos estavam aguçados, e ela poderia culpar aquele fato pela adrenalina que percorria por suas veias.
Cuidadosamente, Rose virou a maçaneta em seus dedos e a porta de madeira igualmente branca se abriu com um pequeno ranger, um que poderia parecer irritante se ouvido diversas vezes num único dia e ao mesmo tempo. Uma vez dentro da sala de paredes brancas como o quarto de um hospício, Rose pareceu entender imediatamente o porquê de Morfeu estar tão encolhido na pequena cama ao canto do recinto - seu quarto era tão gelado quanto a ponta de um iceberg, e não parecia que os enfermeiros ou até mesmo os mais renomados dos médicos se importavam com o fato de que o seu mais precioso experimento poderia estar congelando até a morte bem diante de seus narizes:
- Por Deus... - Ela murmurou para si mesma, ajeitando casualmente o seu casaco ao redor de seu corpo, se arrependendo amargamente de ter escolhido uma roupa tão curta para uma situação como aquela
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Alibi
Teen Fiction"I'd give my last dime to hold him tonight, i'd do anything for that boy!" Rose sempre soube que o mundo era movido pela ganância e pelo amor ao dinheiro, mas ela nunca imaginou que poderia encontrar beleza e o desconhecido na coisa que mais lhe par...