Capítulo 2 - História 2

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-É sério, eu vou matar quem nos prendeu aqui...-Disse com raiva, enquanto encarava as quatro mamadeiras dentro da geladeira.

Haviam três mamadeiras com leite e algumas daquelas papas prontas mais abaixo da geladeira, mas nada que fosse realmente comestível. Bati a porta da geladeira com força e olhei para o Linn, que mexia em algumas coisas nos armário da cozinha.

-Achou alguma coisa?

Não tive respostas, apenas Linn me olhando com cara de cansaço e depois me mostrando outra mamadeira, mas dessa vez ela estava vazia, pelo menos se tirasse a tampa serviria para tomar água caso sentissemos sede.

-Ah, que ótimo.-Bati a mão em minha testa, que decepção com essa maldita situação! Preferia estar preso em qualquer lugar, menos naquela creche onde nós pareciamos ser as crianças.
-Parece que agora vamos ficar com fome até sairmos dessa casa.-Linn se levantou.-Ou talvez não, mingau não é ruim.
-O problema não é "o mingau ser ruim", o problema é que ele é quase líquido! E dentro de uma droga de mamadeira, eu não vou tomar dessa coisa.
-É, então é melhor sairmos logo daqui, se não vai ser uma grande tortura ficar preso nesse lugar enquanto passa fome.

Acenei com a cabeça e iria sair da cozinha, mas bati de frente com o Torajo parado na porta junto de Zulmi. Meu coração deve ter parado por alguns segundos por causa daquele idiota, nunca tomei um susto tão grande!

-TORAJO! QUER ME MATAR DO CORAÇÃO!?
-CALA A BOCA, MORAJO! A gente só veio aqui avisar que... A porta da frente tá trancada por fora.

Parei por alguns segundos.

-O QUE!?
-Pois é, o que a gente faz agora?-Zulmi perguntou.
-Acho que é melhor esperarmos. Vocês dois conseguiram mandar mensagem para alguém nos buscar, certo?-Linn se aproximou de nós três.
-Sobre isso... O Whatsfruit caiu.

Me mantive em choque por alguns segundos enquanto encarava o Torajo, e ali mesmo eu percebi que o silêncio era a melhor resposta. Bati a mão em minha testa mais uma vez em meio a um baixo resmungo e empurrei Torajo e Zulmi da frente da porta.

-Eu não vou falar nada, só vou dormir para ver se eu acordo no meu quarto e percebo que tudo era um pesadelo idiota.

Caminho apressadamente até o quarto em que Linn havia encontrado e fecho a porta assim que entrei. Rapidamente me joquei na cama e enfiei meu rosto no travesseiro, ótimo, agora estava preso em uma casa com 3 imbecis, usando fralda e sem comida alguma, que incrível! Era impossível daquilo piorar.

Me mantive ali por algum tempo, confesso que gritei um pouco no travesseiro também para aliviar a tensão e a raiva que percorriam o meu corpo naquele momento, que vontade de morrer... Enquanto estava ali, sofrendo em silêncio, ouvi o som baixo da porta do quarto se abrindo devagar e se fechando em seguida, eu iria olhar quem era, mas decidi me manter onde estava.

Os passos lentos se aproximaram da cama e senti o peso de alguém se sentando ao meu lado, depois provavelmente se deitando também. Uma luz baixa despertou minha curiosidade em saber quem estava ali, olhei sorrateiramente e é, era o Linn. O quarto estava escuro, ele provavelmente apagou as luzes quando entrou e agora estava deitado ao meu lado e virado para mim, mas não estava me olhando, muito pelo contrário, estava mexendo em seu celular.

-Você tá bem?-Perguntou, ainda sem olhar para o meu rosto.
-Gostaria de estar melhor.-Me deitei de barriga para cima e coloquei minhas mãos sobre meus olhos.

A sensação de usar fraldas era estranho, com o silêncio entre nós dois e a ausência de movimentos bruscos eu pude perceber isso com mais facilidade, era realmente estranho. Era macio, quentinho, confortável, fazia um pouco de cócegas nas minhas coxas quando eu mexia as pernas... Mas era horrível de usar quando se lembrava o que era ou para que servia!

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⏰ Última atualização: Sep 09 ⏰

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