♤ capítulo 49 ♤

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[Lk narrando]
11 e meia da noite (quinta)
📍morro do alemão

Me surpreendo pela pessoa que estava me ligando, a Fernanda

Jurava que já tinha bloqueado ela a mó cota, mas não, tava ela lá me ligando

Pego meu celular, me sento novamente e atendo

(Ligação on)

Fernanda:- eh... Lk?

Fico em silêncio na linha

Fernanda:- Porra, eu sei que você deve estar estranhando a minha ligação e eu sei que faz mais de 2 anos que a gente não conversa mas...

Ela faz uma pausa, mudando o tom de voz também

Fernanda:- tu sabe que eu comecei a andar com o Koda mesmo não concordando com certas companhias dele e... querendo evitar uma tragédia eu te peço, pelos velhos tempos pra não fazer merda

Lk:- cara, tá ficando maluca?

Fernanda:- acredita em mim, Lk. Se tudo for fluindo como tá, não vai prestar

(Ligação off)

Eu só desligo antes de escutar mais alguma coisa

Estranhei tudo aquilo e mais um pouco...

Dou mais um trago no meu fino, e suspiro, pensando em que porra aquilo poderia significar e se aquilo tinha a ver com o tal tiro da Amanda

Pressuponho que sim, já que ela e o desgraçado do Koda estavam muito juntos pro meu gosto

Mas assim, por hora não posso fazer nada

Mas ele não sabe que lhe espera se mecher com quem tá quieto.

[Amanda narrando]
Meia noite (sexta)
📍morro da rocinha

Amanda:- O que você tá fazendo aqui?

Digo praticamente em choque

Aquele dia tava realmente difícil de se viver

Primeiro o Lk, agora o... meu tio?

Ricardo:- Oi minha querida sobrinha

Caralho, eu tinha esquecido o quão nojento ele era

Ele tava num carrão cinza ou prata, não dava pra ver muito porque tava escuro na rua

Ricardo:- Não vai deixar teu querido tio subir? Quero trocar umas palavras com a minha amada sobrinha

Amanda:- diz logo o que você quer aqui

Digo séria, logo me recompondo da surpresa. Tinha que entender que eu era a dona do morro, tinha que me manter séria

Ele olha pra mim e dá um riso, visivelmente sarcástico

Ricardo:- Você cresceu, garota. Não é mais aquele cisco de gente... mas agora que é uma mulher, o tio vai falar, vim conversar sobre negócios

Amanda:- Não estou interessada em negócios com o senhor

Ricardo:- não quero falar com você, quero falar com o seu pai. Mulheres não entendem nada sobre essas coisas

Ele afirma

Dá vontade de voar na cara torta daquele idiota machista ainda por cima

Amanda:- não sei se ficou sabendo ou só tá se fingindo de idiota mas meu pai não está mais no controle do morro. Agora eu que sou a chefe aqui

Ricardo:- Oh não fiquei sabendo não. Então meu irmãozinho deixou o poder do morro pra minha sobrinha? Hum... mas enfim, vim tratar de negócios aqui

Amanda:- mas como eu disse, não quero tratar de negócios com você

Ele parece abrir um sorriso sádico

Ricardo:- tenho certeza que se me escutar não vai se arrepender. Vamos, deixe seu tio subir o morro, querida

Amanda:- Suba, mas sem o carro

Ricardo:- claro, como quiser

Ele sai do carro e uns vapores que estavam ali perto de mim e do NA levam o carro pra outro lugar daqui do morro

O NA tava atrás de mim a todo momento

Agora entendo porque ele tava tão apavorado lá em casa

O véio, eu e o NA subimos o morro até um dos escritórios do morro. Não levei pro meu escritório não

O engraçado é que o caminho INTEIRO ele ficou tentando arrancar informações mas só respondi seca "não sei", "não lembro"

Eu me sento na cadeira atrás da mesa e o NA fica perto da porta, enquanto o Ricardo se sentava na minha frente

Eu simplesmente não conseguia chamar aquilo de tio

Amanda:- diga o que você quer

Ricardo:- Bem... vamos dizer que fiquei sabendo que você teve uma desavença com o controle de um morro vizinho e por coincidência é um desafeto meu

Amanda:- Se estiver se referindo ao Lk, saiba que não tenho nada contra ele, apenas distância graças ao bom Deus

Ricardo:- Não parecia essa narrativa que eu escutei - ele diz em tom sarcástico - Mas quem sou eu. Enfim, mas nós, como família, podemos nos alinhar, sabe?

Amanda:- Não, Ricardo. Não estou interessada. Pelo contrário. Acho que esses anos todos sem lhe ver só fizeram bem pra comunidade por inteiro

Ricardo:- Bem minha sobrinha, não diga depois que eu não avisei... - ele faz uma pausa para continuar -... Porque se você é parecida com o seu pai, vai colocar na minha culpa a limpa que vai ocorrer na região

Amanda:- só sai daqui, Ricardo

Digo apontando pra porta e o NA se aproxima dele

Ricardo:- como quiser...

Ele sai em companhia do NA e eu fico sozinha no meu escritório, de novo

Quando eu digo que a minha vida tá uma zona, ninguém acredita

Mas tudo isso aconteceu em praticamente 24 horas, desde eu ir pra Angra até agora

Porra

Eu vou até a adega e pego um whiskey, sirvo um copo e tomo num só gole

Pego o meu celular e mando mensagem pra Jade

(Chat on)
Jade mana 💖💖💖

Amanda:- Jade, avisa teu irmão que vai ter limpa na região

(Chat off)

Eu poderia parecer odiar o Lk e os karai a 4

Mas tinham que entender que eu dei aquele tiro pra desencargo de consciência

Não era pra matar

E eu queria ele bem, bem longe de mim

E se for pra ver a Jade chorar é melhor eu cuidar daquele encosto pra ele não morrer sem aviso

Enfim, pelo menos a minha parte eu fiz

Aquela conversa com o Ricardo, que não via a anos, foi bem direta

E sobre ele dizer que se for parecida com o meu pai vou colocar culpa nele é porque meu pai acusou ele na morte da minha mãe

A gente nunca teve a resposta mas eu também carrego isso comigo

Enfim...

Fico lá mais um pouco, resolvendo umas coisas e volto pra casa

Me jogo na minha cama e apago, não tenho nem coragem de colocar o pijama

Esse foi o episódio, genti
Espero que vcs tenham gostado
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O Acaso - REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora