Capítulo XIII

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Ele acordou com uma sensação molhada entre as coxas. Lucerys se lembrava bem disso.

Já tinha acontecido antes. Muitas vezes.

Mas dessa vez foi diferente.

Sua empregada correu para o quarto antes de sair correndo para pegar os meistres. Lucerys se levantou da cama. Ele se segurou no batente da janela - o mar da noite estava calmo e quieto.

Logo amanheceria.

Ele lembrou que viu Gerardys e sua empregada segurando sua mão, implorando para que ele empurrasse mais forte. O corpo de Omega era simplesmente espantoso, independentemente do gênero de nascimento, um ômega seria capaz de gerar uma criança. Lucerys não conseguia ver, ele sabia que estava chorando, mas nenhum som escapava de seus lábios.

O parto seria sempre tão doloroso?

Por que ele nasceu?

Ele nasceu como um segundo filho, um ômega. Ele não tinha nenhuma reivindicação por quaisquer reivindicações e títulos além de um mero príncipe. Ele seria posse de alguém. Ele era de alguém.

Aemond. Por que Aemond iria querer ele?

Foi doloroso.

Em meio a lágrimas e visão turva, sua empregada trouxe-lhe algo embrulhado em pano. Ele pôde sentir um leve movimento quando o segurou.

Estava quente.

Lucerys mal conseguia enxergar, mas aquele rostinho era querido. Ele traçou o dedo ao longo do formato daquele narizinho e queixo. Alguma semelhança o fez sorrir cansado.

"É um filho, alteza"

'Oh...'

Espero que você não seja um ômega. Mas seria cruel dizer isso a uma criança, seu filho.

'-Príncipe Lucerys. Príncipe Lucerys'

'Sim?'

'Deixe-nos ajudá-lo primeiro'

Então Gerardys levou seu filho embora.

"Você está sangrando muito, Vossa Alteza..."

Lucerys olhou para baixo para ver o que tinha acontecido. Seu vestido estava coberto de sangue, que vazava pelo lençol branco de sua cama. Desta vez era diferente - seu filho estava vivo. Ele se sentia leve, como se um peso tivesse sido tirado de seu corpo, e uma visão fraca que o deixava tonto.

"Isso não será necessário"

Então ele estava de pé novamente. Cada parte do seu corpo protestava, a dor era imensa.

'Sua alteza, você precisa descansar. Você está sangrando'

Não, não posso ficar.

Ele se virou para Gerardys.

'Meu príncipe-por favor, Príncipe Lucerys. Não faça isso'

'Não me resta mais nada agora. Você sempre sabe que não me resta muito tempo'

'Você pode. Lucerys-'

'Deixe-me ir, Gerardys. Você deve me deixar ir'

O olhar nos olhos de Gerardys era de coração partido. Gerardyes soltou sua mão. Suas criadas estavam chorando, Lucerys não tinha palavras de consolo para elas.

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