Capítulo III

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A marca ainda queimava, como se sua pele tivesse sido tocada pelo fogo.

Agora ficaria para sempre.

Lucerys tocou a marca vermelha atrás do pescoço. Ele podia ver um vislumbre dela no espelho. Ele não era mais virgem — pensar nisso o deixava nervoso, especialmente quando pensava em Osferth.

Lucerys lembrou-se dele desmaiando não muito tempo depois. Ele acordou com um toque quente e encontrou Osferth segurando-o enquanto dormiam.

"Você fica tão lindo quando dorme, meu príncipe."

Osferth confessou isso.

Osferth disse que pensava no mundo de Lucerys desde criança, e era por isso que raramente saía do seu lado. Talvez Lucerys sempre tenha sido apaixonada por Osferth também. A gentileza de Osferth era sempre irresistível, fazendo-o cair cada vez mais fundo.

Eles escapavam dos olhos das pessoas, roubavam beijos uns dos outros enquanto se escondiam nas escadas. Lucerys até passou a noite com Osferth em uma passagem secreta da Fortaleza Vermelha. Seu Osferth era gentil e doce, mais amoroso a cada segundo que passava.

Eles estavam tão apaixonados, talvez sempre tenham estado. Loucamente, intensamente, imensamente — agora era ainda mais.

Ele ainda conseguia sentir o cheiro de Osferth. Mais como se fosse o cheiro dele agora também. Oh, como ele sentia falta de Osferth, mesmo que só tivessem se passado horas desde que Osferth teve que partir para Dragonstone ao lado de Daemon.

Lucerys levantou a gola da túnica para cobrir a marca e desceu correndo as escadas da Fortaleza de Maegor.

Agora ele estava preocupado com uma coisa.

"Meistre Gerardys."

'Sim? Meu príncipe?'

Seu velho meistre olhou para cima. Aquele sorriso gentil o fez sentir-se aliviado.

"O que o traz ao meu alojamento a esta hora, se me permite perguntar?"

"Eu... uh, tenho algumas coisas para lhe perguntar."

"Meu príncipe?"

Lucerys se remexeu nas mãos. Ele podia sentir seus olhos queimando com lágrimas que estavam prestes a cair.

"Meistre, eu fiz algo."

"Bem, nós consertaremos, como sempre."

Isso o fez chorar eventualmente.

Seu velho meistre não disse nada quando Lucerys lhe contou sobre o que tinha acontecido, entre ele e Osferth. Também, sobre a marca e o calor.

"A ferida está cicatrizando, mas ficará cicatrizada depois."

Gerardys então se voltou para seu posto para coletar ervas e seu equipamento.

"E você, meu príncipe, terá que beber chá."

'Chá da lua?'

'Sim. Não podemos deixar ninguém saber sobre isso.'

"Eu sou um idiota?"

Ele parou de trabalhar e se virou para Lucerys.

'Bem... não posso dizer que estou completamente feliz com o que você fez. Mas as coisas acontecem por suas próprias razões. Agora, vamos ver o que podemos fazer?'

O mel deixou o chá com um gosto doce. Lucerys podia sentir suas mãos tremendo enquanto ele o engolia com medo. Ele se lembrava bem da frase comum do chá da lua.

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