Sombra da Proteção

Acidentes

Eun-Woo acordou cedo naquela manhã, sentindo a brisa fresca que entrava pela janela da sala. Ele se espreguiçou no sofá, onde havia dormido, e decidiu ir até o quintal tomar um pouco de ar fresco e sentir o sol suave do início do dia. Com passos silenciosos, ele saiu pela porta e se aproximou do jardim. O aroma das flores e o som distante dos pássaros proporcionavam uma sensação de tranquilidade rara.

Enquanto ele observava o horizonte, sentiu uma leve movimentação atrás de si. Ji-Woo apareceu na porta, ainda esfregando os olhos, o cabelo um pouco bagunçado pelo sono.

— Eun-Woo... bom dia. Você viu o meu... — começou ela, sua voz sonolenta.

Antes que pudesse terminar a frase, Ji-Woo tropeçou em algo no chão. Eun-Woo se virou imediatamente, seus reflexos aguçados entrando em ação. Antes que ela pudesse cair, ele a segurou pela cintura, puxando-a rapidamente para junto de si. O impacto suave a trouxe contra o peito dele, seus corpos ficando colados um no outro.

Por um momento, o tempo pareceu parar. Ji-Woo, surpresa, olhou diretamente nos olhos de Eun-Woo, suas respirações se misturando na curta distância entre eles. Ele a segurava firme, sua presença sólida e protetora como sempre. O toque quente das mãos dele em sua cintura fez o coração de Ji-Woo acelerar, enquanto uma corrente elétrica percorria sua espinha.

— Você está bem, Ji-Woo? — perguntou Eun-Woo com a voz grave, sem soltar o contato visual, mas claramente preocupado.

— Sim, eu... — Ela sentiu o rosto esquentar, as palavras escapando de seus lábios. O aroma dele, a segurança que emanava, tudo fazia o momento parecer mais íntimo do que deveria.

Eun-Woo a colocou de pé gentilmente, mas não antes de sentir um arrepio passar pelo corpo dela, que ele percebeu no instante em que a segurou. As sensações que Ji-Woo sempre experimentava na presença dele voltaram com força total, e por um breve segundo, nenhum dos dois parecia disposto a quebrar aquela proximidade.

Finalmente, ela balançou a cabeça, ainda tentando se recompor, enquanto Eun-Woo se afastava devagar.

— Você ia me perguntar sobre alguma coisa, Ji-Woo? — ele perguntou, tentando trazer de volta a normalidade à conversa, mas com um brilho diferente nos olhos.

Ji-Woo ainda estava um pouco atordoada, mas tentou disfarçar.

— Ah, sim... eu... estava procurando meu casaco — disse ela, quase sem fôlego.

— Está sobre a cadeira perto da porta — respondeu ele, observando-a com uma leve curiosidade, sem deixar de notar o efeito que o momento havia causado.

Ji-Woo deu um pequeno sorriso de agradecimento, mas enquanto se afastava, o impacto daquele breve contato ainda ecoava em ambos.

— Ér... Ji-Woo! — Eun-Woo a puxou de volta pela mão, com um movimento rápido e determinado.

Ji-Woo, sem entender a urgência no gesto, se virou surpresa, encarando-o.

— Sim? — perguntou, seus olhos se fixando nos dele, confusa.

Ele pareceu ponderar por alguns segundos, as palavras hesitando em sair. Seus olhos escuros refletiam uma mistura de preocupação e algo mais, algo que ele parecia relutar em verbalizar.

— É... — começou ele, mas logo parou, como se ainda não tivesse certeza do que realmente queria dizer.

— Sim? — insistiu ela, agora um pouco mais curiosa, seus lábios se curvando levemente enquanto tentava entender a atitude inesperada.

Eun-Woo respirou fundo e, então, deu um passo mais próximo dela, sua voz mais baixa, quase num sussurro.

— Você quer ir no seu apartamento hoje para ver como estão as coisas? — perguntou, a proximidade entre os dois fazendo a atmosfera ficar densa de novo.