Sombra da Proteção

Confusos e confusões

Eun-Woo estava concentrado em consertar a campainha da casa, joelhos no chão e expressão focada, enquanto ouvia os sons suaves vindos da cozinha, onde Ji-Woo preparava o almoço. Ele procurava uma chave de fenda que havia deixado de lado, quando uma mão estendeu o objeto na sua direção.

— Ah, obrigado — ele disse automaticamente, erguendo os olhos para a pessoa. Quando seu olhar encontrou o rosto à sua frente, seu corpo enrijeceu, e o maxilar travou em uma linha tensa. Era Hyun-Ki, o ex-namorado de Ji-Woo, o mesmo que havia partido seu coração. A raiva cresceu imediatamente dentro de Eun-Woo.

— O que você quer? — ele perguntou, sua voz baixa e cheia de desprezo.

— Calma, eu só vim saber se você sabe onde a Ji-Woo está — respondeu Hyun-Ki, com um sorriso cínico no rosto.

— Por que você quer saber? — Eun-Woo replicou, a frieza em sua voz quase cortante. — Ela não quer mais ver a sua cara.

— Isso não é problema seu, então não se mete. Responde onde ela está — retrucou Hyun-Ki, impaciente.

Eun-Woo o encarou mortalmente, os olhos cheios de uma ira que ele raramente deixava transparecer.

— Você não tem vergonha? Depois de tudo que fez com ela? Tem noção do quanto ela chorou por sua causa? — Ele deu um passo à frente, o corpo todo em alerta.

Hyun-Ki manteve o tom calmo, mas sua expressão mostrava que ele estava começando a perder a paciência.

— Exatamente por isso que eu quero vê-la. — Sua voz saiu firme, mas as palavras fizeram Eun-Woo cerrar ainda mais os punhos.

— Eu sugiro que você vá embora — disse Eun-Woo, firme, aproximando-se mais para mostrar que estava falando sério.

— Não antes de você me falar onde ela está — Hyun-Ki rebateu, erguendo o queixo de maneira desafiadora.

A tensão no ar era palpável. Eun-Woo sentia a responsabilidade de proteger Ji-Woo, e não havia absolutamente nenhuma chance de deixar Hyun-Ki se aproximar dela novamente.

— Vai embora e nunca mais toque no nome dela outra vez, você não tem esse direito, seu desgraçado — disse Eun-Woo, a voz firme, mas sem causar alarde. Sua presença dominava o espaço, e a tensão entre os dois crescia. Ele não tinha medo de enfrentar Hyun-Ki, mas estava determinado a evitar qualquer cena que pudesse preocupar Ji-Woo.

A proximidade entre Eun-Woo e Ji-Woo parecia crescer ainda mais naquele momento. Algo dentro dele o fazia querer protegê-la a qualquer custo, como se seu papel em sua vida fosse mais do que apenas um simples guarda-costas. Ele era o escudo que ela nunca teve.

— Ela está muito bem sem você — continuou Eun-Woo, cada palavra marcada pela frieza que escondia a raiva contida. — Não precisa de você para estragar tudo de novo.

Hyun-Ki deu um passo para trás, tentando manter a compostura, mas a aura de autoridade de Eun-Woo o intimidava. Ele sabia que não conseguiria passar por ele, e seu olhar vacilou por um momento. Sem outra opção, ele balançou a cabeça com desgosto e se virou para ir embora, mas não sem antes lançar um último olhar de desafio.

Eun-Woo permaneceu firme, observando-o se afastar. Quando finalmente Hyun-Ki desapareceu de vista, ele respirou fundo, ainda sentindo o sangue pulsar com a adrenalina. Sem perder tempo, voltou a mexer na campainha, mas agora com uma determinação renovada. Ele precisava consertar aquilo, voltar para dentro e garantir que Ji-Woo nunca precisasse saber que o fantasma do passado tinha estado tão perto.

— Eun-Woo… — a voz de Ji-Woo soou atrás dele, doce e suave. Instantaneamente, um sorriso involuntário surgiu em seu rosto ao ouvi-la.

— Oi? — respondeu, virando-se para encará-la.