Capítulo quatro: hormônios

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Izuku Midoriya

Katsuki parecia genuinamente feliz. Acho que nunca o vi sorrir tanto desde que descobriu sobre os gêmeos.

E eu não sei dizer como eu me sinto em relação a isso, a sua felicidade genuína e animação. Ele não é assim, pelo contrário. Brigávamos bastante sobre qualquer coisa, eu me pergunto se ele vai agir como um homem adulto depois que as crianças nascerem ou vai continuar como um adolescente idiota.

Suspiro baixo, esfregando a mão na minha nuca e me encosto na pia e levo o sanduíche de pasta de amendoim com marshmellow até a boca, mordendo um pedaço generoso e começo a mastigar.

O loiro está no sofá da sala, apagado. Sem contar que está tarde e amanhã, ou hoje, ele finalmente vai passar menos tempo em casa.

Desde que descobriu sobre a gravidez, Katsuki vinha trabalhando em casa, não me deixando fazer nada sozinho. E já estava começando a me irritar essa privação toda em mexer nas coisas, o que devo ou não comer, as vitaminas que o médico prescreveu que tenho que tomar.

— O pai de vocês vai ser um babão, aviso logo que vocês vão odiar em algum momento essa babice toda.

Murmuro de boca cheia para o ventre sem muito volume. Estou entrando no quarto mês e já consigo visualizar o quão enorme essa barriga ficará, principalmente por serem dois.

Dois..

Ainda estou digerindo a ideia de colocar pra fora dois seres humanos pequenos e indefesos.

E isso dá um medo..

Suspiro enquanto pego o copo de cima da pia, bebendo um pouco de suco.

A luz da cozinha está apagada, não queria acordar o loiro e escutá-lo falando que eu não deveria comer um pão cheio de açúcar a essas horas da noite. Ou ter que aturar a sua presença mais do que o necessário.

Eu gostaria muito que Katsuki sentisse tudo o que andei sentindo nesses últimos três, quase quatro, meses. Tipo, absolutamente tudo. Cada enjoo, cada choro sem motivo, cada raiva - bom, isso ele já sente de sobra -, tudo.

Enfio o último pedaço do pão na boca e fecho os olhos com força quando a luz da cozinha é acesa e o meu ex-atual marido aparece ali, me encarando com as sobrancelhas franzidas e os braços cruzados.

Por três meses eu esqueci o quão gostoso ele é.

Observo o mais alto ali parado enquanto levo até a boca o copo de suco, bebendo do mesmo com calma e tento não me engasgar enquanto observo o seu.. corpo exposto. Esqueci que ele sempre teve o costume de dormir quase nu, ficando apenas de cueca.

Suspiro baixo e decido fechar os olhos, mas isso piora tudo porque a imagem da nossa última transa volta na mesma hora.

Palhaçada.

— O que está fazendo acordado a essa hora?

Deixo o copo na pia e ligo a torneira, lhe dando as costas e lavo o copo com calma.

— Me deu fome e eu vim fazer um lanche.

Dou de ombros, desligo a torneira e deixo o copo no canto da pia. Enxugo minhas mãos no pano de prato, ainda de costas para o mais alto.

— E por que está seminu na minha casa?

Me viro para lhe encarar, focando o olhar em seu rosto. Ou tento.

Preciso de um desconto, fazem três malditos meses que não fodo. E tem um cara super gato diante de mim, apenas com uma cueca apertadinha que marca absolutamente tudo! E que sei de cor muita coisa sobre o seu corpo, assim como ele sabe sobre o meu.

Meu ex me engravidou! - Em pausaOnde histórias criam vida. Descubra agora