36 • o pedido.

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A noite foi incrível, cheia de risadas, brincadeiras e descobertas. Todos dançaram até o momento em que Giovanna pediu atenção para dizer algo. A morena se levantou e foi para um local mais alto. Alessandra a observava, aguardando o início do discurso. Não tinha sido avisada sobre nada, e parecia que ninguém ao seu redor sabia do que se tratava.

Bettina se sentou ao lado da mãe, pegou na sua mão e a massageou. Alessandra a olhou, deu um sorriso e um beijo em sua testa, se afastando ao ouvir a voz de Giovanna.

— Primeiramente, boa noite a todos. Espero que todos estejam servidos... e obrigada pela atenção também.

Giovanna olhou para Alessandra, visivelmente tensa. A mulher a encorajou com um gesto de "continua, meu amor", movendo a boca sem emitir som, mesmo sem saber do que se tratava.

Giovanna acenou com a cabeça e prosseguiu:

— Alessandra, assim como todas as coisas bonitas que eu já lhe disse, essa é mais uma delas, e eu espero ter muitas outras coisas bonitas para lhe dizer... Eu poderia dizer que quero passar o resto da minha vida acordando ao seu lado, com seu rosto amassado, seus cabelos bagunçados e seu corpo em cima de mim... ou me empurrando para fora da cama.

Ela deu uma risada e continuou:

— Mas já fazemos isso há alguns bons meses... Então vou tentar dizer de outra forma. Alessandra, eu quero sentir a sensação de um amor adolescente com você todos os dias pela manhã, quando você me abraçar por trás enquanto eu preparo o café. Quero mais almoços de família como esse, quero sentir seu corpo aquecido ao meu em uma noite fria e chuvosa, quero brigar com você para decidir se assistimos a Shrek ou a uma saga de filmes de terror...

Nesse ponto do discurso, Alessandra já sentia seus olhos se encherem de lágrimas, mas se esforçava para não borrar a maquiagem.

— Quero assistir aos jogos do Corinthians com você, mesmo que eu seja rival, e espero que você faça o mesmo. Também quero que todos saibam que você é minha e eu sou sua.

Nesse momento, Giovanna começou a caminhar em direção a Alessandra, que se levantou, deixando as lágrimas caírem. Ela secou as lágrimas, tentando se conter, e começou a balançar as mãos para controlar o nervosismo.

Giovanna se ajoelhou e, nesse instante, olhou para seu filho, que estava perto da caixa de som, e acenou com a cabeça. Naquele momento, a música "Você" de Tim Maia começou a tocar. Giovanna sacou uma caixinha de alianças do bolso e a abriu com um sorriso, enquanto Alessandra se debulhava em lágrimas.

— Alessandra Negrini, você me daria a honra de ser sua mulher pelo resto da sua vida?... Em linguagem formal, aceita casar comigo?

Alessandra se ajoelhou, pegou o rosto de Giovanna em suas mãos, chorando e sorrindo ao mesmo tempo, e acenou com a cabeça.

— Sim, sim, sim, mil vezes sim! Eu sonhei com você a minha vida inteira.

Alessandra então abraçou oficialmente sua mulher. Todos os convidados se levantaram para aplaudir de pé; alguns assobiavam, cantavam junto à música, e outros choravam (áurea).

Giovanna e Alessandra choraram por cerca de 60 segundos e então colocaram as alianças de noivado uma no dedo da outra. Os olhos de Alessandra não paravam de chorar, e Giovanna não estava longe disso. Assim que elas se levantaram, a mãe de Alessandra entrou com um gato e as entregou.

— Estou dando uma parte do meu presente de noivado para vocês. Ouvi dizer que toda lésbica tem um desses.

Alessandra abraçou sua mãe, agora menos chorosa e calma, e agradeceu. Todos os convidados abraçaram as noivas, tiraram fotos das alianças e das duas juntas.

Luxúria feminina - Giovanna Antonelli e Alessandra Negrini Onde histórias criam vida. Descubra agora