Cardiole

A Cachoeira de Jasmin

Nas verdejantes terras de Esmeralda, no sul de Larimar, onde o sol toca nas cristalinas águas azuladas, onde os pescadores pescam seus fabulosos peixes dourados com escamas reluzentes e devidamente valiosos. Havia uma cachoeira magnífica no qual diziam que se jogasse uma moeda de opala, a magia da água realizaria qualquer desejo.

Um camelo caminhava pelas planícies de esmeralda, carregava em suas costas uma enorme bolsa cinza, tão pesada que fazia o camelo cambalear de exaustão. Então o zíper se abre, e uma luneta exageradamente longa surge, chegando até a orelha do animal que se assusta.

Avistando a cachoeira onde se conectava com uma montanha verdejante, a luneta retorna a mochila e o zíper se abre, saindo uma mulher bela, de cabelo curto e óculos arredondados. Tomando um gole de água em seu cantil, observou a sua volta, não havia nem sinal de vida humana, apenas alguns touros de RadaGaste, eram touros com grandes lâminas em suas narinas, capazes de cortar árvores com apenas um golpe,sorrindo, acendeu um charuto e fumou até chegar na cachoeira.

Descendo do camelo, a mulher se maravilhou com tamanha beleza natural, as águas caindo dos céus, o ar puro, cheiroso como as flores amareladas que estavam ao redor dela. As árvores próximas perceberam a presença da garota e como recepção, seus frutos caíram no chão, pareciam oferecer a ela sua própria essência e assim,pegou a maçã da terra e lançou para dentro de seu estômago, se deliciando com o fruto.

O barulho das águas despencando do alto da montanha, chamou sua atenção e a mulher caminhou até a boca do lago, onde tirou de seu bolso uma moeda de opala. Por algum motivo, a mochila despencou no chão, derrubando todos os suprimentos da mulher, e em disparada, o camelo fugiu de medo.

Uma forte ventania ressoou em suas costas, onde vozes sussurravam na orelha dela exclamando:

"Cuidado com seus desejos pois, o que aparenta ser uma benção, uma maldição no seu encalço ficará depois, será tarde demais quando perceber".

Olhando ao redor, a garota avista três corvos, os mesmos que continuavam a gritar a ela, porém, segura de si, gritou:

- Calem a boca, porra!- jogou o charuto no chão e começou a balançar a moeda em seus dedos, entrelaçando como um passe de mágica- Meu amor está me esperando através desse lago, essa cachoeira mágica vai me trazer meu amor de volta, seu corpo, sua pele, seus cabelos e seu desejo por mim, a perfeição que ele era, retornará sem erros e nada vai me impedir,nem mesmo um bando de corvos resmungões.

E no bater de asas, as aves fogem como covardes, deixando a mulher à mercê da cachoeira mágica. Se aproximando das águas, jogou finalmente a moeda de opala e fez seu desejo:

- Eu, Maritiliano, desejo que meu amor, Patrick Moskov retorne dos mortos subindo sobre essas águas sagradas, do mesmo jeito que eu conhecia!

Ao terminar suas palavras, as vozes cessaram e um silêncio tomou conta das planícies. A pele de martiliano começou a se arrepiar, presenciando em sua frente, bolhas surgirem das águas. A cachoeira que tanto fazia barulho, agora não fazia nenhum som, era como se fosse magia, fascinante.

Um homem se levanta lentamente, a água descia de sua cabeça, entrelaçando os fios lisos do cabelo. Sua pele era pálida, bela e estranhamente atraente. Seu cabelo loiro como o sol e lábios carnudos deixaram Martiliano sem jeito, incrédula com o que via.

- Patrick, meu amor!- Exclamou alegremente- Senti tanto sua falta.

- Como você me trouxe de volta, Martiliano?- Ele pergunta retirando os fios de cabelo que estavam em seus olhos

- Bem, depois que você morreu de overdose por conta daqueles Ticks, droga feita pelo Osmar. Sofri, por dois anos infernais sem querer ver alguém ou dizer algo, nunca consegui superar sua morte até que... ele apareceu.