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- Eu vou ficar. - Murmuro, quando meu pai se levanta do sofá e pega as chaves, me chamando. Sun estava dormindo no meu peito e eu só sairia daqui quando ela decidisse que eu podia sair.
- Vai ficar querendo, né, Javon? - Minha mãe grita da cozinha, chegando no meu campo de visão em dois tempos. - Você e a Aurora estavam se pegando agora há pouco, você acha que eu vou deixar vocês sozinhos?
- Mãe! - Acabo rindo, sem nem me mexer. então. - Relaxa. Eu vou mais tarde
- Eu tô de olho em vocês, então. Se você não tiver em casa até dez horas eu mando teu pai aqui.
Escutei algumas outras recomendações até que a casa estivesse vazia. Aurora estava tomando banho e Sun estava apagada no meu peito.
Ainda não sei lidar com a paz que estar entre elas me trás.
Escutar a respiração tranquila daquela miniaturinha de gente enquanto meus dedos se enrolavam em seus cabelos era uma das sensações mais gostosas que eu podia sentir e eu ainda não havia me acostumado.
- Jess, eu queria saber se... - Aurora vem do corredor, prendendo os cabelos e me entregando uma feição confusa, que logo se suaviza quando vê sua filha em meu colo. - Todo mundo foi embora? - Resmunga, vindo na minha direção.
- Uhum. - Devolvo, a assistindo se encolher do meu lado, de frente para mim e o queixo apoiado nos joelhos. - Pode ligar pra minha mãe se quiser falar com ela. Eles saíram agora há pouco.
- Ah, não, não era nada importante. - Dá de ombros, encarando a janela por trás de nós. - Vai ficar pra dormir?
- Você quer que eu fique? - Ergo as sobrancelhas, num tom divertido.
- N-não é isso, V. É que eu ache-
- Não precisa ficar nervosa, princesa. - Ri fraco, apertando seu queixo. - É só engraçado que você agiu como um poço de auto-confiança mais cedo, e agora tá aí, toda nervosinha.
- Você é um babaca. - Chia, me seguindo ao rir. - Pode colocar ela no quarto se quiser, vou pegar alguma coisa pra comer.
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O lugar de Sun foi substituído por Aurora. Ela estava deitada em meu peito, brincando com as correntes em meu pescoço enquanto conversamos sobre algumas besteiras.
- Eu acho que não conseguiria te agradecer o suficiente. - Ela suspira, arrastando os dedos pela minha pele agora. - Eu não estaria aqui agora se a gente não tivesse se conhecido aquele dia, na lanchonete. - Continua, seu toque subindo para o meu maxilar. - E se você não tivesse parado, me escutado. Se não tivesse atendido o telefone. Só Deus sabe onde Sun e eu estaríamos agora.
- Acredita em mim, eu não fiz nada demais. - Solto a respiração, juntando seus cabelos atrás de seus ombros. - Você é tão forte, eu queria que soubesse disso. Foi você quem conquistou tudo isso, você quem foi corajosa o suficiente pra colocar tudo no lugar.
Ela não diz mais nada. De alguma forma, ela dedilhava meus lábios agora, com a outra mão agarrada na minha camisa.
Seu silêncio começou a me incomodar quando eu podia ouvir seus murmúrios. Me incomodava ainda mais porque ela parecia tensa.
- Tudo bem? - Murmuro, abaixando o olhar e erguendo seu queixo.
- As vezes, eu me pergunto quando você vai embora. - Ela diz, a voz embargada.
- Ir embora? - Chio, um tanto confuso.
- Quando você vai sair e não vai voltar?
- Rora, do que você está falando? - Junto as sobrancelhas, Ela se senta e seca o rosto rapidamente. Eu a acompanho quase que imediatamente.
- Todo mundo vai, Jav. Até meus pais foram. - Observo suas mãos brigarem impacientemente, o arrependimento a atingir e ela respirar fundo.
-Eu não vou. - Afirmo, a dando uma certeza que eu não podia ter. - Não importa o que já aconteceu, Rora. Eu não vou te deixar.
Ela sorri fraco. Encara diretamente nos meus olhos, antes de acomodar entre meus braços. Eu a deixaria ali por toda a vida.
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