Podemos conversar?

37 7 34
                                    

Minho não sabia ao certo quanto tempo haviam ficado abraçados, mas ao olhar pela janela do carro, percebeu que já era noite, e uma fina chuva caía. Hyunjin adormeceu em seus braços. Ele fez o melhor que pôde para não acordar o ômega, acomodando-o cuidadosamente no banco do passageiro e colocando o cinto de segurança no pequeno. Dirigiu sem pressa até o apartamento onde o outro morava com os amigos. Pegou o elevador, carregando Hyunjin nos braços, e, assim que as portas metálicas se abriram, deu de cara com Taemin e Karina. Sabia que eles estariam esperando por ele, já que o porteiro o havia olhado de forma estranha, só não imaginava que estariam bem na porta do elevador.

- O que você fez com ele?-- Taemin falou em um tom aparentemente calmo, mas Minho tinha quase certeza de que ele estaria gritando se não estivessem em uma área comum do prédio. Minho não precisou explicar nada, pois Hyunjin acordou naquele exato momento.

- Pode me colocar no chão, por favor - sua voz era sonolenta. - Ele não fez nada. Choi apareceu no parque - disse, esfregando os olhos, tentando afastar o sono.

- O que aquele médico de quinta categoria fez? Aquele cretino teve a ousadia de chegar perto de você? Ele tocou em você? - Taemin começou a examinar Hyunjin, virando-o de um lado para o outro para verificar se estava tudo bem.

- Ele apenas disse as mesmas coisas de sempre, tentando me machucar - Hyunjin sentia-se cansado e triste. Queria apenas tomar um banho quente e deitar em sua cama.

- Agora que você está seguro em casa, vou deixar você descansar. Ligo amanhã para saber como está se sentindo.

- Karina, Taemin, podem nos dar licença por um momento?

- Ok, mas não demore. Vamos, Taemin - Karina puxou Taemin de volta para o apartamento.

- Desculpe por hoje. Tenho certeza de que não era assim que você queria que a noite terminasse.

- Não é culpa sua.

- É sim, eu sou essa confusão toda. Me desculpa por ainda não ter te contado - Hyunjin encarava os sapatos, envergonhado de olhar nos penetrantes olhos do alfa.

- Olhe para mim, por favor - pediu Minho.

Hyunjin levantou o rosto. As orbes negras de Minho estavam fixas nele, e um arrepio percorreu sua coluna. Sua pele toda se eriçou.

- Não é culpa sua - disse Minho, tocando suavemente o rosto delicado de Hyunjin com a ponta dos dedos. - Eu já te disse que espero. Não tenha pressa.

Hyunjin fechou os olhos, sentindo o toque gentil do alfa em seu rosto. Queria confiar, mas tinha medo de que Minho desistisse depois de ouvir sua história.

- Eu... - começou, mas não pôde continuar, pois o alfa colocou um dedo sobre seus lábios, silenciando-o.

- Quando você se sentir pronto - sorriu Minho. - Tome um banho quente, coma um pouco e descanse. Amanhã eu ligo - deixou um beijo suave na testa do ômega.

- Tudo bem, obrigado pelo passeio. Boa noite, Minho.

- Boa noite, Hyunjin.

Minho acompanhou o ômega com o olhar até vê-lo entrar no apartamento e fechar a porta. Virou-se e entrou no elevador. A descida foi rápida, e logo as portas se abriram no térreo. Minho caminhou rapidamente até o local onde seu carro estava estacionado.

Taemin e Karina, que haviam escutado a conversa por trás da porta, correram assim que ouviram os passos se aproximando. Hyunjin parou ao pé da escada e lançou-lhes um olhar.

- Eu sei que vocês estavam ouvindo a conversa.

- Nós não... - começou Taemin.

Levantando a mão em um gesto para que o amigo parasse de falar, Hyunjin sorriu:

Uma chance para ser feliz - HyunhoWhere stories live. Discover now