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Terceira pessoa on🫦
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Jeonghan observava o horizonte pela janela, as mãos trêmulas apertando as laterais do casaco. Sabia que sua vida estava prestes a mudar de maneira irreversível. Seu pai havia feito um acordo — uma dívida impagável — e a única maneira de quitá-la era entregando seu próprio filho ao alfa lúpus Seungcheol. Jeonghan não sabia o que esperar, apenas que o destino que o aguardava não seria fácil.
Diziam que Seungcheol, como alfa lúpus, era implacável. Frio, distante, sem um pingo de compaixão. Ele era conhecido por sua liderança rígida e pela maneira controladora com que gerenciava sua alcateia. Jeonghan havia ouvido histórias sobre ele, sobre seu temperamento difícil e como ele não tolerava desobediência.
A porta do pequeno quarto em que Jeonghan estava se abriu com um rangido seco. Um dos servos de Seungcheol apareceu, sua expressão impassível.
— Venha. Ele está esperando.
Jeonghan engoliu em seco, sentindo o coração disparar. Respirou fundo, tentando conter o nervosismo que ameaçava tomar conta de seu corpo. Caminhou pelos corredores escuros da imponente mansão até chegar a um grande salão iluminado pela luz suave do fim da tarde.
Ao entrar, seus olhos caíram sobre Seungcheol, sentado em uma cadeira alta, como se estivesse em um trono. O alfa nem se deu ao trabalho de olhar para ele quando entrou, mantendo os olhos fixos em um documento que segurava.
— Esse é o ômega? — a voz de Seungcheol ecoou pelo salão, fria e desinteressada.
O servo ao lado de Jeonghan assentiu.
— Sim, senhor. Este é Jeonghan.
Seungcheol finalmente ergueu o olhar, encarando Jeonghan por um longo momento. Seu olhar era calculista, frio como gelo. Jeonghan sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas se forçou a não desviar o olhar.
— Ele parece... frágil — comentou Seungcheol, com um leve desdém na voz. — Não acredito que seja muito útil.
Jeonghan apertou os punhos ao ouvir aquilo. Ele não era frágil, e muito menos inútil. Aquelas palavras o atingiram como um soco, mas ele sabia que não podia reagir da maneira que desejava.
— Eu sou mais forte do que aparento — Jeonghan respondeu, tentando manter a voz firme.
Seungcheol arqueou uma sobrancelha, como se a ousadia de Jeonghan o surpreendesse, mas ao mesmo tempo não fosse suficiente para impressioná-lo.
— Eu duvido — ele respondeu secamente, se levantando da cadeira com um movimento fluido. — Você foi trazido para cá como pagamento de uma dívida. Não espere gentileza da minha parte.
Jeonghan sentiu o rosto queimar de raiva, mas manteve o controle. Ele sabia que Seungcheol estava testando seus limites, tentando fazer com que ele se rendesse de imediato. Mas ele não cederia.
— Eu não pedi para estar aqui — Jeonghan disse, tentando não deixar sua voz vacilar. — E, se pudesse, não estaria.
Seungcheol parou à frente de Jeonghan, cruzando os braços e o observando de cima. Ele era mais alto, mais robusto, e sua presença intimidava qualquer um. Seu olhar era cortante, e Jeonghan sentiu o peso daquilo, como se fosse julgado a cada segundo.
— Isso não importa — Seungcheol respondeu. — O que importa é que, a partir de agora, você está sob meu controle. E enquanto estiver sob meu teto, vai seguir as minhas regras. Sem questionar.
Jeonghan respirou fundo, sentindo o peso daquelas palavras. Cada fibra de seu ser queria responder, queria dizer que ele não era propriedade de ninguém. Mas sabia que precisava escolher suas batalhas. E, naquele momento, sabia que a melhor coisa a fazer era engolir seu orgulho, por mais difícil que fosse.
— Entendido — Jeonghan respondeu, as palavras saindo quase como um sussurro.
Seungcheol soltou um suspiro curto, claramente impaciente.
— Ótimo. Agora, vá para seus aposentos. Não tenho tempo para lidar com atitudes desafiadoras hoje.
Jeonghan foi escoltado para seus aposentos. A raiva fervilhava sob sua pele. Ele sabia que Seungcheol seria difícil, mas não esperava tanta indiferença, tanta arrogância. Trancado em seu quarto, Jeonghan prometeu a si mesmo que, por mais que Seungcheol tentasse, ele não quebraria tão facilmente.
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Até o próximo capítulo cherries 🍒
