Jeonghan se mantinha isolado, vagando pelos corredores da mansão. O lugar, por maior que fosse, sempre parecia sufocante sob o olhar atento de Seungcheol. Cada encontro entre eles era uma batalha silenciosa de vontades. O alfa lúpus, como sempre, estava determinado a dobrá-lo. E Jeonghan, mesmo com todas as dificuldades, se recusava a ceder.
— Você parece cansado, ômega — a voz de Seungcheol ecoou no corredor, fria e cortante.
Jeonghan parou, sem se virar para encará-lo, mas sua postura tensa indicava que estava pronto para outro confronto verbal. Ele sabia que Seungcheol gostava de provocá-lo, de ver suas reações. A cada palavra, o alfa parecia tentar reafirmar seu controle.
— Não tanto quanto você gostaria — Jeonghan respondeu, tentando manter a voz firme.
Seungcheol se aproximou lentamente, os passos ecoando pelo chão de mármore. Ele parou ao lado de Jeonghan, seus olhos escuros observando o perfil do ômega.
— Eu disse que seria mais fácil se você apenas aceitasse sua posição — Seungcheol disse, sua voz baixa e controlada, como se estivesse dando uma ordem simples. — Eu não tenho tempo para jogos.
Jeonghan finalmente se virou para encará-lo, os olhos brilhando com desafio.
— E eu não tenho tempo para ser tratado como um objeto, Seungcheol. — Ele manteve o olhar firme no alfa, sem medo. — Eu não sou seu brinquedo.
Por um momento, Seungcheol não disse nada, seus olhos fixos nos de Jeonghan. O alfa parecia analisar cada palavra, cada movimento do ômega, como se tentasse entender o que o mantinha tão resistente. Algo naquela troca silenciosa irritava Seungcheol. Ele estava acostumado a ver submissão, obediência, mas com Jeonghan, tudo era diferente.
— Eu não preciso que você goste de mim — Seungcheol finalmente disse, sua voz ficando mais dura. — Só preciso que entenda como as coisas funcionam aqui. Isso vai acontecer com ou sem a sua aceitação.
Jeonghan respirou fundo, sentindo o peso daquelas palavras. Ele sabia que sua situação não era das melhores, mas se recusar a aceitar o que Seungcheol queria não era apenas uma questão de orgulho, mas de sobrevivência. Se ele cedesse, estaria perdido.
— Você pode continuar tentando — Jeonghan murmurou, desviando o olhar. — Mas eu não vou mudar.
Seungcheol deu um passo à frente, ficando perigosamente próximo, seus olhos agora mais sombrios.
— Eu sempre consigo o que quero, Jeonghan. — A voz de Seungcheol era um sussurro ameaçador. — Não se esqueça disso.
Antes que Jeonghan pudesse responder, um som de passos apressados ecoou pelo corredor. Era **Seokmin**, que entrou na sala com uma expressão preocupada.
— Seungcheol, precisamos de você na sala de reuniões — disse Seokmin, claramente desconfortável ao interromper a conversa. Ele lançou um olhar breve a Jeonghan antes de continuar. — É urgente.
Seungcheol olhou uma última vez para Jeonghan, seus olhos carregados de aviso, antes de se afastar e seguir Seokmin.
Quando Seungcheol saiu, Jeonghan finalmente soltou o ar que não percebeu estar segurando. Ele passou a mão pelos cabelos, frustrado. O alfa era insuportável, mas havia algo mais ali, algo que ele não conseguia definir. Mesmo com toda a frieza e o controle, Jeonghan começava a perceber que talvez Seungcheol não fosse tão simples quanto parecia.
***
Enquanto Seungcheol se dirigia à sala de reuniões, ele mantinha o semblante sério. Encontrou-se com **Hoshi**, **Wonwoo** e **Mingyu** lá, todos com expressões tensas. A situação com Jeonghan começava a distrair Seungcheol, mas ele precisava focar em assuntos mais urgentes.
— O que houve? — Seungcheol perguntou, direto.
— Temos problemas com um grupo rival no território do leste — explicou Hoshi. — Estão se aproximando demais da nossa área de influência.
— Eles estão testando seus limites — Mingyu acrescentou. — E, se não fizermos algo logo, vão se sentir confiantes o bastante para invadir.
Seungcheol fechou os olhos por um momento, processando a informação. Havia muito em jogo, e ele não podia se dar ao luxo de perder o controle de nada — nem de Jeonghan, nem de seu território.
— Dê um aviso claro — Seungcheol ordenou. — E, se isso não for o suficiente, lidaremos com eles da maneira habitual.
Wonwoo assentiu, já entendendo o que Seungcheol queria dizer. Enquanto o alfa voltava a se concentrar nos problemas externos, Jeonghan ainda rondava seus pensamentos. Ele não gostava de admitir, mas o ômega estava começando a desafiar algo além de sua autoridade — estava desafiando sua paciência e seu controle interno.
Com um suspiro, Seungcheol se preparou para lidar com os problemas à sua frente, mas sabia que a verdadeira batalha estava acontecendo dentro da mansão. E com Jeonghan, essa luta seria mais longa e complicada do que ele jamais imaginara.