Poema 1

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Outro dia vivo
Caminho oco
Semeando muito pouco
Mas é o que posso
Nesse meu microcosmo louco
Então caminho perdido
Me equilibrando e balançando sobre trilhos
Que me levarão a algum lugar
Em que eu possa não só viver
Mas também estar
Posso acabar esmagado por algum trem
Ou sentado em algum vagão
Nessa vida
Há quem diga
Que tudo é incerteza
Que tudo é indecisão
E toda a beleza desse mundo
A da natureza e a do homem
É lava de vulcão
Floresce, mata, cria, amplifica
Tal qual céu e inferno
Subjetivos no íntimo
De cada ser
Nessa imensa multidão
E ao ver a multidão
Logo penso em solidão
Retorno ao quarto
Horrorizado
Com os seres sãos
E me agarro a lençóis  frouxamente presos na cama
E ao pensar em cama
Logo penso
Como cada um ama?
Sob o sol e no escuro
Escuto promessas que mudam
No fuso horário de 1 minuto
Eu mesmo faço tais promessas
E iludo o ouvinte com absurdos
Outro dia eu vivo
Por hoje já basta
De divagar abstrações
E de degustar absinto

Espaço mortoOnde histórias criam vida. Descubra agora