|Capítulo 38|

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Autora Point Of View

Marília...

Céus! Um arrepio passou pelo corpo da garota, Marília sentia que seu coração estava prestes a pular do peito, suas pernas estavam bambas e suas mãos tremiam um pouco, mas ela não podia falhar nesse momento. Mesmo considerando a maior loucura que estava fazendo naquele ano, a loira não pediu permissão para entrar no apartamento, apenas passou pelo corpo da mais nova.

Maraisa ainda estava paralisada olhando as costas de Marília. Como Marília tinha a encontrado? Por que o porteiro não avisou a chegada de Marília? Quais eram os motivos por Marília estar ali?

Lentamente ela fechou a porta e caminhou até a loira parada no meio da sala, a mesma olhava o apartamento detalhadamente enquanto se livrava do seu sobretudo e do cachecol. Marília sentia mais calor do que o normal, talvez seja o aquecedor ligado no máximo, ou talvez seja a presença da mulher olhando sua nuca.

— É um belo apartamento. - Marília disse por fim, sua voz soou indiferente.

— Co-como sabia onde eu estava?

— Mandei rastrear seu celular. - Marília deu de ombros e andou até a cozinha.

Marília estava tão elegante usando roupas simples, Maraisa olhou para o seu corpo e desejou estar usando roupas melhores. Calça de moletom e um cropped de moletom vermelho, e ainda por cima estava sem sutiã.

"Que ótima roupa, Maraisa." Pensou consigo mesma.

— Acho que seu molho vai queimar. - Marília saiu da cozinha trazendo consigo uma garrafa de vinho tinto. — Espero que não se importe. - Ela balançou a garrafa.

— Oh, não. Merda, o molho! - A morena correu para desligar o fogo.

Marília se sentou no sofá e abriu a garrafa de vinho que tinha pegado sem permissão, encheu a taça e deu um grande gole, ela queria se embebedar para se sentir mais à vontade perto de Carla. Estar com a mulher era intimidador, a mulher exalava um certo domínio e tinha uma aura sensual que intrigava Marília.

Maraisa entrou na sala e admirou Marília sentada com as pernas cruzadas. A loira usava um suéter azul escuro básico e uma calça jeans escura e botas de salto. Marília a olhou por cima do ombro e apontou para a poltrona na sua frente.

— Sente-se, acho que precisamos conversar.

— Maraisa queria se sentar ao lado da loira, mas resolveu acatar a ordem da mais velha de se sentar na poltrona.

O silêncio estava lá e o desconforto também, Marília olhou séria e bebericou o vinho, Maraisa se encolheu na poltrona e começou a brincar com os cordões da sua calça.

— O que aconteceu ontem... - Maraisa tentou falar, mas Marília logo a interrompeu.

— Eu não vim discutir sobre isso. - Ela falou seca. — Acho que você tem algo a me contar, não? Vai invocar o espírito da Princesa Maraisa, ou eu posso ir embora? - Maraisa riu sem humor.

— Eu não preciso invocar espíritos nenhum. - Ela respondeu irritada.

Será que era tão difícil reconhecer assim? Será que Maraisa havia mudado tanto ao ponto de Marília não reconhece-la? Marília não podia dizer nada, não olhava em seus olhos por mais de três segundos.

"Okay, ela ainda acha que eu estou morta." Maraisa pensou apertando os olhos.

— E então? - A voz de Marília era impaciente, a morena sentiu isso. — O que você tem a me contar?

— É tanta coisa que eu nem sei por onde começar.

— Do começo, e por favor, resuma ao máximo.

«Destination Traits» - 𝐌𝐚𝐥𝐢𝐥𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora