Caminho do silêncio

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**Caminho do Silêncio**

Há uma solidão que me abraça, fria, 
Como a noite que nunca amanhece, 
No vazio das horas, sem alma, vazia, 
Onde a lembrança de ti, pouco a pouco, perece.

O eco do teu nome morre em meu peito, 
Silencioso, um sussurro que já não escuto, 
E o som da tua voz, que um dia foi abrigo, 
Agora é apenas um vazio absoluto.

Eu choro em silêncio, mas ninguém ouve, 
Meus soluços se perdem na escuridão, 
Cada lágrima que cai, um grito calado, 
Uma prece à sombra da desilusão.

Sinto o peso de um amor que nunca foi, 
Um sonho que nasceu já condenado, 
E essa dor, tão densa, me envolve, 
Me arrastando para o abismo do passado.

Teu olhar, que um dia me trouxe vida, 
Agora é uma miragem, distante e cruel, 
Uma chama que apagou sem aviso, 
Como um sol que se afoga num céu de papel.

Eu ainda me lembro do toque das tuas mãos, 
Um calor que agora parece tão distante, 
Mas em cada esquina da minha solidão, 
Teu rosto surge, como um fantasma errante.

As promessas que fizemos, agora esquecidas, 
São poeira soprada pelos ventos do adeus, 
E tudo o que era nosso, sagrado e eterno, 
Se quebrou, como vidro, nas mãos de Deus.

O tempo, cruel, continua a avançar, 
Roubando cada vestígio do que restou, 
E eu, prisioneiro das memórias quebradas, 
Me afundo no mar de tudo o que não se concretizou.

A esperança que um dia abriguei com cuidado, 
Hoje é cinza que o vento leva sem rumo, 
E o céu, que outrora nos cobria com carinho, 
É um véu escuro, de onde não há retorno.

Se ao menos eu soubesse como te apagar, 
Se ao menos eu pudesse desfazer cada traço, 
Mas as marcas que deixaste em minha alma 
São feridas que me prendem num eterno laço.

E assim, me entrego ao silêncio da dor, 
À sombra do que fomos, ao vazio, ao fim, 
Porque a saudade é o único refúgio 
Que ainda resta de ti dentro de mim.

Agora, só a escuridão me acompanha, 
Nesta estrada sem fim, sem cor, sem luz, 
E a dor é minha única companheira, 
Uma cruz que eu carrego... até que tudo se reduz.

O mundo segue, indiferente, lá fora, 
Mas para mim, o tempo parou, 
Cada passo, cada gesto, cada riso, 
É apenas lembrança de um amor que não ficou.

Teus olhos, que um dia brilharam para mim, 
Agora são apenas reflexos apagados, 
E cada noite sem ti é uma ferida aberta, 
Um eco distante de sonhos despedaçados.

Se o amor é uma prisão, então sou cativo, 
De correntes invisíveis que nunca se soltarão, 
E na escuridão dos dias que me restam, 
Carrego a ausência como minha única oração.

Não há redenção para quem amou em vão, 
Não há cura para o que não pode ser salvo, 
E na imensidão do silêncio que me cerca, 
Eu apenas existo... perdido, e sem alvo.

E assim, me vejo vagando por corredores escuros, 
Onde cada sombra é um reflexo do que não foi, 
Cada canto escuro, uma lembrança dolorosa, 
Cada suspiro, uma condenação ao que ficou para trás.

Os dias se arrastam como fantasmas de um passado distante, 
E as noites são um abismo sem fim, 
Onde o sono não alivia, mas agrava o tormento, 
E os sonhos se tornam pesadelos de um amor que nunca existiu.

Cada palavra não dita é um peso no meu peito, 
Cada promessa não cumprida, um corte profundo, 
E o silêncio, agora tão ensurdecedor, 
É um grito abafado de uma dor que nunca termina.

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⏰ Última atualização: Sep 09 ⏰

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