Metamorfose Artifical

O Palácio Dourado e a Realidade Artificial

Anatomy Grey despertou lentamente em sua cama luxuosa, os lençóis de tecido sintético suave deslizando sobre sua pele como uma brisa de uma manhã fresca. 

Acima dele, o teto de seu palácio dourado brilhava com luzes suaves que imitavam o nascer do sol, um espetáculo cuidadosamente programado por uma inteligência artificial dedicada a otimizar suas manhãs. 

As paredes pulsavam com vida, respondendo a cada pensamento seu, enquanto os criados — androides de corpo dourado, formados por músculos metálicos flexíveis e cobertos por uma fina camada de brilho metálico — se moviam com graça quase humana ao redor do quarto.

— Bom dia, senhor — disse um dos criados com voz suave, enquanto ajustava a iluminação para um tom mais relaxante e depositava uma xícara de café perfeitamente aquecida ao lado da cama.Anatomy acenou levemente com a mão, dispensando o serviço com um gesto preguiçoso. 

Ele se espreguiçou, sentindo seus membros despertarem, enquanto sua mente começava a fluir novamente para as atividades do dia. 

Ele tinha uma reunião importante, mas hoje, diferente dos outros dias, não precisaria se levantar fisicamente. O palácio, totalmente controlado por uma rede de IA interligada, seria moldado por suas necessidades mentais.

Ainda deitado, Anatomy fechou os olhos e, ao mesmo tempo, os abriu de uma forma diferente — em sua mente. Uma chamada holográfica começou a se desenrolar diretamente em sua consciência. As imagens se projetaram em sua visão interna, mas rapidamente se tornaram externas, tomando o quarto ao seu redor. A realidade física se dobrava à sua vontade. 

As paredes do quarto lentamente se dissolveram, transformando-se nas formas familiares de seu laboratório pessoal. Bancadas repletas de dispositivos tecnológicos e amostras experimentais surgiram ao seu redor, projetados por sua própria mente.

No centro dessa nova realidade estava a figura imponente da Condessa **Artemisia Stonen Grade**, a líder do Núcleo de Pesquisas e Desenvolvimento da Corporação Vida Extraterrestre.

 Ela era uma mulher de presença marcante, trajando uma vestimenta negra adornada com circuitos luminosos que pulsavam como veias elétricas ao longo de sua figura.

 Sua pele pálida e seu olhar penetrante pareciam hipnotizar qualquer um que a observasse, exalando uma autoridade quase inquestionável.

— Bom dia, Anatômico Grey — disse Artemisia com uma voz controlada e fria, enquanto suas mãos moviam-se suavemente no ar, manipulando várias telas holográficas com dados complexos flutuando ao redor dela. — Estamos prontos para avançar para a próxima fase. A Corporação está prestes a expandir sua influência para um novo quadrante do universo, e precisamos discutir os ajustes finais nas zonas de habitação controlada.

Anatomy sentiu o familiar brilho de excitação quando suas mentes se conectaram. Ele havia trabalhado incansavelmente para criar uma inteligência capaz de **replicar a experiência humana** em qualquer ambiente.

 Não importava o quão inóspita fosse uma região do universo, com sua tecnologia era possível transformar uma simples rocha estéril em um ambiente onde humanos pudessem viver, respirar e até prosperar. 

Contudo, havia um detalhe crucial: a qualidade de vida desses seres humanos seria **determinado pela posição social**.

— Então, tudo está funcionando conforme o esperado? — ele perguntou, enquanto suas mãos gesticulavam para trazer gráficos e relatórios detalhados à sua frente. — As zonas de habitação estão estáveis? Como estão os modelos de replicação humana nas áreas mais extremas?