Lucas olhou para Samantha com uma mistura de descrença e divertimento. "Você está brincando, certo? Lobas não existem."
Samantha suspirou, a paciência se esgotando. "Eu não estou brincando, Lucas. É sério."
"Então me mostre," ele desafiou, cruzando os braços. "Me mostre que você é uma loba."
Samantha hesitou por um momento, o medo de assustá-lo lutando contra a necessidade de provar sua verdade. Ela respirou fundo e fechou os olhos. Uma onda de energia quente percorreu seu corpo, e ela sentiu seus ossos se alongarem, seus músculos se contraírem.
Quando ela abriu os olhos, Lucas estava olhando para ela com a boca entreaberta, os olhos arregalados. Ela não era mais Samantha. Era uma loba, com um pelo preto como a noite, olhos dourados que brilhavam na luz fraca da lua e dentes afiados que se projetavam de sua boca.
Lucas engasgou, sem palavras. Ele deu um passo para trás, a descrença estampada em seu rosto."Você... você é mesmo uma loba," ele murmurou, a voz tremendo.
Samantha rosnou baixinho, um som profundo e ameaçador que ecoou na floresta. "Eu te avisei," ela disse, sua voz agora rouca e gutural.
Lucas ficou em silêncio, observando-a com uma mistura de medo e admiração. Ele nunca tinha imaginado que algo assim pudesse existir. Mas ali estava ela, uma loba de verdade, parada diante dele.
Samantha voltou a forma humana, seus músculos se contraindo e seus ossos se ajustando de volta ao lugar. Ela estava exausta, mas satisfeita. Ela finalmente havia convencido Gabriel.
"Eu... eu não sei o que dizer," Lucas disse, ainda atônito.
Ele se sentiu como se estivesse flutuando, as palavras da mulher ecoando em seus ouvidos como um trovão distante. Loba? Companheiro? Era loucura.
Sem dizer nada, ele se virou e caminhou em direção à sala, a imagem da mulher ainda gravada em sua mente. O peso da incredulidade o oprimia, a sensação de estar em um sonho maluco, um pesadelo que ele não conseguia despertar.
Na sala, ele se dirigiu à adega, a única constante em meio à confusão que se instalara em sua mente. Abriu a porta de madeira maciça e, com um movimento automático, pegou um copo de cristal. O whisky, envelhecido e forte, era uma promessa de alívio, de um momento de paz em meio à tempestade.
Ele encheu o copo até a borda e o ergueu, observando o líquido âmbar refletir a luz fraca da sala. A bebida, antes um prazer, agora se tornava um escudo, uma tentativa de bloquear a realidade que se estilhaçava diante de seus olhos.
O primeiro gole foi amargo, mas a sensação de ardência que desceu por sua garganta lhe trouxe um breve alívio. Ele precisava pensar, organizar as ideias, mas a mente se recusava a colaborar. A única coisa que ele conseguia processar era a imagem da mulher, a loba, seus olhos brilhando com uma intensidade que o deixava perturbado.
Ele respirou fundo, tentando recuperar o controle. O whisky, ele sabia, não resolveria nada. Mas, naquele momento, era o único refúgio que ele encontrava.
Samantha sorriu, com um sorriso fraco. "Eu entendo. É muito para processar."
"É," ele concordou, ainda olhando para ela com cautela. "Mas você é real. Você é uma loba de verdade."
Samantha assentiu, seus olhos brilhando. "Eu sou."
Lucas respirou fundo, tentando recuperar o controle. "Então... o que acontece agora?"
Samantha deu de ombros. "Eu não sei. Depende de você."
Lucas a encarou, seus olhos procurando uma resposta. Ele estava cheio de perguntas, de dúvidas, de medo. Mas acima de tudo, ele estava cheio de curiosidade.
Ele queria saber mais sobre ela, sobre sua vida como loba, sobre o mundo secreto que ela habitava.
"Eu... eu quero saber mais," ele disse finalmente, sua voz quase um sussurro.
Samantha sorriu, com um sorriso genuíno. "Então vamos começar."
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Meu Companheiro Destinos Traçados
WerewolfA lua cheia banhava a floresta com um brilho prateado, revelando a silhueta de Samantha, uma loba negra de olhos áureos. O ódio aos humanos fervia em suas veias, uma herança ancestral passada de geração em geração. Mas o destino, com sua ironia crue...