Capítulo 7

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O sol nasceu e com ele eu acordei, kazuha agi como se nada tivesse acontecido, varrendo o quarto com sua vassoura de palha,-_Bom dia! Dormiu bem?-ele falou sorridente, enquanto eu respondi apenas em um aceno positivo indo direto me arrumar para as aulas do dia.

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_Kuni...-sussurrou o loiro enquanto segurava a ponta da minha blusa quando eu já estava saindo pela porta do quarto.-_O que foi kazuha? Tem algum problema?-perguntei voltando para o quarto, fechando a porta logo em seguida.

_N-Não é nada, É que eu ainda não terminei de limpar as..-falou gaguejando, dando uma pausa olhando ao redor do quarto algo para terminar sua frase.-_O teto! Eu não terminei de limpar o teto!

_O teto?-questionei achando estranho o comportamento repentino do vampiro, arqueando uma sombrancelha quando vi o loiro começar a suar de nervosismo.

_É-continuou com os olhos baixos.

_Se você não quer vir comigo hoje, é só dizer.-falei rapidamente abrindo a porta e saindo pela mesma antes que o loiro corgitasse falar mais alguma coisa.

Enfim, depois das aulas de hoje eu tenho que comprar alguns ingredientes que estão faltando no meu laboratório.

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AHHHH! Por que?!!

Era o que gritava em minha mente enquanto me segurava para não arranhar as madeiras do chão do quarto de Kuni, minha barriga roncava como um monstro faminto, minha garras estavam estrapoladas para fora, enquanto saliva lutava para escorrer pela minha boca.

Eu estou com fome, com muita fome.

Minha cabeça começa a zumbir, minhas mãos a tremer, meu corpo parece vazio, mas pesado.

Eu preciso comer.

Acabo indo ao chão me contorcendo de agonia, de fome, sentindo meus dentes cerrarem meu lábio inferior, abrindo pequenos cortes que escorria o meu próprio sangue, este que não havia gosto, nem cheiro, nem aliviava minha dor.

E se eu morder Kunikuzushi? Ele não se importaria de me dar um pouco do seu sangue não é?

Não, ele se importaria.

E se eu o mordesse quando fosse dormir?

O QUE?! NÃO! JAMAIS FARIA ISSO COM ELE! ELE ME AJUDOU MUITO DESDE QUE CHEGUEI AQUI SEM PEDIR NADA EM TROCA!

Continuo a ouvir meu estômago roncar, então faço força para levantar para ver o relógio em cima da cômoda de madeira escura, que fica ao lado da cama de Kuni, mas quase quiz chorar quando vi que haviam se passado apenas 15 minutos desde que ele saira do quarto, ou seja, ainda demoraria uma eternidade para ele voltar e eu conseguir pedir ajuda.

Por que? Por que eu não falei que estava com fome quando ele perguntou?

Talvez eu tenha medo de assusta-lo, talvez eu tenha medo de perder sua confiança, perder a única pessoa que me faz sentir vivo, ou pior, matar a única pessoa que me faz sentir vivo.

Quando menos esperava ouço duas batidas na porta,  me levanto rapidamente, imaginando que já estou alucinando de fome, mas quando giro a maceta vejo Furina do outro lado da porta.

_Oi kazuha! Eu estou com horário livre e o scara mandou eu vir aqui ver como você está!-ela dizia animada mas tudo que eu conseguia pensar era como ia rasgar seu pescoço ao meio, de como ia sugar cada gota do líquido vermelho presente em suas veias, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa contra Furina mordi meu próprio braço com força, derramando meu próprio sangue no chão.

_E-EI O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?! VOCÊ ESTÁ DOENTE? QUER QUE EU CHAME AJUDA?!-ela gritava me chacoalhando, de repente correndo em direção a sua sala e gritando o mais alto que podia.

Corações à luz da lua (Kazuscara)Onde histórias criam vida. Descubra agora