Capítulo 9

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_K-Kazuha...-era a voz de Kunikuzushi, parecia fraca, quase como se estivesse sem ar, ele está em perigo!

Levantei rapidamente da caminha, as luzes ainda estavam acesas o que significava que Nahida ainda estava acordada,-_Nahida!-gritei em desespero, procurando ela em volta do quarto, mas ela apareceu pela porta da entrada, com um olhar assutado.

_O que aconteceu?!

_Kunikuzushi! Eu ouvi ele! Ele está em perigo!-gritei voltando para minha forma original para que minha voz fosse mais alta, Nahida pareceu confusa mas inesperadamente ela começou a revirar sua bolsa que carregava consigo.

_O que está fazendo?

_Procurando a poção que ele te deu, a do sol! Venha rápido! Não temos muito tempo.-ela gritou me dando impulso para ajudar a procurar naquela pequena bolsa o mesmo frasco roxo que havia tomado junto de Kunikuzushi,-_D-Droga! Isso não vai dar certo!-falei me levantando, atravessando o quarto e abrindo a janela,-_Eu vou atrás dele!

_O que? Não! O sol já está quase nascendo! Você precisa dessa poção!-ela gritou me segurando pelo tecido branco da minha blusa, cuidadosamente parei, retirando sua mão com cuidado.

_Com poção ou não, o amor da minha vida precisa de mim.-falei abrindo asas e em seguida pulando a janela, me distanciando de uma Nahida perplexa.

~

Não sabia para onde exatamente estava indo, mas vez ou outra Kuni chamava meu nome, dizendo que provavelmente não iria sobreviver, que já havia perdido o movimento do único braço que ainda estava em seu corpo. Meu coração dói, apertava com cada coisinha que ele falava, ao mesmo tempo que doía escuta-lo sofrendo meu coração ansiava por mais um pouco da sua fragilizada voz, mais uma afirmação de que ainda tinha ar em seus pulmões.

Horas já haviam se passado, o céu escuro dá noite lentamente se tornava claro, levando as estrelas consigo, mas isso pouco importava, tudo que eu precisava era achar ele e levá-lo de volta.

Mas então o sol começou a aparecer, queimando minhas costas como se estivesse num incêndio, a dor era insuportável mas não podia parar, mesmo que sentisse como se meu interior estivesse pegando fogo eu precisava continuar.

Até que avistei uma grande mansão, era afastada de tudo que tinha perto, cercada por um monte de árvores negras que não davam passagem alguma para a luz da lua, mas também, para a luz do sol, então rapidamente fui para baixo delas.

Eu nunca tinha visto árvores tão altas, mesmo que estivesse em baixo delas ainda tinha uma boa distância entre eu e o chão.

Então ouvi o seu grito, estava perto, estava muito perto, o grito de Kunikuzushi vinha da mansão, era um grito arrastado, de dor, de sofrimento e mesmo quase sem voz seu grito foi alto o suficiente para que eu conseguisse vê-lo em pedaços numa espécie de arena.

_Kuni!-gritei voando em sua direção, sentindo as lágrimas correrem livres em meu rosto.

_K-Kazuha? Como você está aqui?-ele perguntou com uma voz rouca, mal tendo forças para manter seus olhos abertos.

_Isso não importa, vem, eu vou te levar para Akademiya.-falei pegando-o em meus braços com delicadeza, mas pequenos pedaços de si ainda foram ao chão, tirando do moreno pequenos grunhidos de dor.-_Não se preocupe, você vai ficar bem, eu vou te levar comigo e-

_Quem é você?-então me virei para trás, vendo uma nobre mulher de longos cabelos roxos presos em uma única trança, ela empunhava uma espada que tinha o mesmo símbolo do lugar, seu olhar era ameaçador, mas também familiar.

_Você é a mãe do Kuni?

_Sim, e você? É algum amigo dele?

_Sim, eu sou.

Corações à luz da lua (Kazuscara)Onde histórias criam vida. Descubra agora