Capítulo 6

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Depois de tudo que aconteceu, eu, kazuha e Mona decidimos voltar para o quarto, mas, passar por aquele corredor juntos, era como se o tiro que eu mesmo dei tivesse me acertado, fora nossas roupas completamente encharcadas da chuva, tanto que grudavam em nossa pele.

_E-Eu peguei isso,-se pronunciou o loiro colocando uma toalha branca ao redor de meus ombros, quase me abraçando por trás ao entregar,-_Pensei que fosse precisar.-mas surpreendentemente ele virou-se para Mona entregando em suas mãos uma toalha amarela,-_Não me esqueci de você.-acrescentou com sua voz serena mas desencadeando um trovão escandaloso nos céus, quase o fazendo parecer assustador.

_Ah! Obrigada! Vejo vocês amanhã!-disse a morena correndo com a toalha, deixando rastros de pegadas molhadas pelo corredor,-_Não precisava ter vindo, não ia matar ela de verdade.

_Eu sei mas pareceu ser algo sério, imaginei que poderia precisar do seu familiar.-ele falou com um sorrisinho maroto,-_Bom, meu familiar poderia fazer a gentileza de expulsar as pessoas do meu quarto? Acho que o clima foi completamente perdido mas talvez ainda não tenham ido embora.-ele assentiu, virando um pequeno morcego branco de orelhas avermelhadas, atravessando rapidamente o corredor.
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_Foi você que arrumou o meu laboratório não foi kazuha? Muito bem, fez um bom trabalho.

_Sério?? Que bom que gostou!-ele dizia com seu largo sorriso afiado, enquanto retirava alguns doces que haviam sobrado entre os cobertores.

Senti um peso que não havia sentido antes cair sobre meus ombros, eu não me arrependo do que fiz ou falei, mas sinto como se tivesse carregando um peso que não é meu, exausto por tirar uma dor que não foi eu que causei, logo me sentei na ponta da cama, já que estava molhado então mesmo que eu quisesse muito não queria molhar minha caminha.

Kazuha, vendo meu semblante melancólico deixou de lado os pacotes de doce e sentou-se ao meu lado.

_Você quer conversar sobre o que aconteceu?-ele falou colocando sua destra sobre meu ombro, em resposta, apenas movi minha cabeça em um não.

Em resposta ele levantou, foi no laboratório ainda sem falar nada, e voltou com uma pequena xícara branca de chá, que tinha leves detalhes azulados na borda e no pires que usava logo abaixo,-_Desculpa se não for do seu agrado, mas vai ser bom para você, não quero que fique resfriado.-ele dizia enquanto cuidadosamente me entregava a delicada xícara de porcelana.

Estranhamente me arrepiei ao toca-la, sua superfície quente criava um choque térmico entre minhas mãos e o pires de porcelana, depois de assoprar calmamente o vapor que saía do chá de ervas a temperatura da xícara foi lentamente me aquecendo, quase me fazendo dormir pela sensação leve de seu calor.

_Scara, eu posso te abraçar?-a pergunta me pegou de surpresa, quase fazendo com que eu derrubasse o objeto, mas assim que me estabilizei novamente, não consegui formular uma resposta.

Se eu disser sim, vou parecer muito carente, se eu disser não vou continuar com frio...

Meus olhos já estavam quase se fundinho com o chão quando kazuha suspirou forte, procurando naquele ar a coragem que precisava para continuar,-_Eu vou te abraçar, e, se você não quiser, me afaste ok?-então ele se aproximou, colocando delicadamente os braços em volto de meu corpo, esperando nem que fosse o menor dos protestos para parar.

Assim que se prendeu ao meu corpo ele apertou com um pouco mais de força, quase juntando todas as pecinhas do meu ser que haviam quebrado como vidro naquele chão frio, sua respiração estava ofegante, roçando seu bafo quente em meu pescoço.

_Chega, eu vou tomar banho.

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_Oi!-furina dizia alegre mostrando sua lontrinha branca com detalhes azulados,-_Isso é sério?

Corações à luz da lua (Kazuscara)Onde histórias criam vida. Descubra agora