Capitulo 6

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Após sairmos da pizzaria, pedi a Haruchiyo para me deixar em casa, afinal, cedo ou tarde, precisaria pelo menos pegar minhas coisas, e, julgando pelo horário, diria que era o momento perfeito. Na minha cabeça, a casa se encontraria vazia, já que a Kaus estava em horário de funcionamento e provavelmente lotada. Apesar de ter que voltar à realidade, o meu dia foi bem melhor do que se eu tivesse ido à festa... e a companhia de Sanzu não era tão ruim, afinal das contas.

Eu já estava parada há uns 20 minutos em frente à casa em que eu costumava chamar de lar... criando coragem para finalmente entrar, acho que para muitos isso seria considerado besteira, mas algo em meu coração me dizia que assim que passasse pela porta não teria mais volta. Kokonoi não era perfeito (estava bem longe de ser, na verdade), mas, no fundo, sentia que estava jogando fora o futuro ao qual minha eu adolescente tanto planejou e sonhava ao lado dele. Meu olho inevitavelmente se encheu de água com as pequenas lembranças que surgiam em minha mente, infelizmente ainda havia sentimento... mesmo que eu odiasse admitir, ainda gostava dele e arrisco dizer que ainda o amava, limpo meu rosto, respiro fundo e finalmente abro a porta. Um silêncio pairava pelo local... mas não um silêncio bom, e sim um desconfortável. Ao andar pelos cômodos em direção ao quarto, o clima parecia pesar tanto que chegava a incomodar quando respirava, sentia que ficava ainda pior a cada passo que eu dava, quanto mais me aproximava do meu quarto... mais sentia meu coração apertar.
Assim que entrei, consegui ouvir o barulho do chuveiro, meus planos foram novamente frustrados, já que isso significava que eu não estava sozinha assim como eu achei, mas me apressei para pegar uma mala embaixo da cama e não passar mais tempo que o necessário aqui.

Abro o guarda-roupa e vou jogando algumas roupas em cima da cama para dobrá-las e colocá-las dentro da mala que já havia aberto, nesse meio tempo pude escutar o chuveiro ser desligado e a ansiedade parecia dominar meu corpo estava torcendo para ele não querer conversar, não queria falar com ele, não queria vê-lo, mas eu não tinha muitas opções agora, já está ali mesmo, comecei aos poucos a dobrar as roupas, quando a porta do banheiro abriu e nossos olhares se encontraram, permaneci quieta, tentando focar nas roupas em minha frente enquanto o mesmo se aproximou em silêncio já praticamente todo arrumado se não fosse por sua camisa social aberta, sentando na cama observando a mala, ele parecia estar procurando as palavras certas para começar a falar, enquanto terminava de secar seu cabelo com a toalha.

Koko: Você tem certeza do que está fazendo? - ele solta após longos minutos quieto enquanto encarava o nada, jogando a toalha em cima da cama.

- É serio que é assim que quer começar a conversa? - digo, virando de costas para ele e abaixando para continuar separando as coisas das gavetas na intenção de não encará-lo.

Koko: faltam 4 meses para nosso casamento e, semana que vem, é nosso primeiro jantar de ensaio. A gente pode resolver isso - ele diz após se levantar e abaixar ao meu lado, segurando meu rosto, me fazendo encará-lo - sabe que não tem que sair daqui desse jeito, né? a casa é sua também, vamos conversar.

- Você me chamou de puta e me bateu, Kokonoi - meu olho enche de água novamente antes de conseguir continuar e tirar sua mão do meu rosto - não vou continuar aqui nessa casa, você prometeu nunca encostar em mim, lembra? era uma das únicas coisas em que eu ainda confiava, depois de tudo que já me disse, a única promessa que ainda não tinha quebrado - ele suspira, sentando no chão - eu não tinha medo de você, koko, mas agora quem me garante que você não vai fazer de novo? Eu não te conheço mais há um tempo e definitivamente você não é o mesmo cara com quem eu passaria minha vida e aceitei me casar - foi a minha vez de sentar, me esforçando para segurar as lágrimas na frente dele.

Koko: me desculpa, eu sei que isso não vai mudar o que eu fiz hoje e sei que sempre falo isso da boca para fora....., mas dessa vez é de coração. Eu sinto muito, kiara, eu não queria te acertar - sua voz estava carregada de culpa - eu não achei que entraria na frente daquele jeito.

- Mas acertou... independentemente de querer ou não, você não devia nem ter começado toda aquela briga, sendo que não fiz nada que você já não tivesse feito muito pior. Eu nem dormi com o Ran igual você acha que aconteceu, eu estava bêbada e era noiva, mesmo que ele te provocasse, com isso você deveria ter resolvido fora de lá.

O silêncio voltou ainda pior que antes, nenhum dos dois ousava falar nada, me perguntava onde deu tão errado, aonde nosso relacionamento se tornou isso e, a essa altura, não conseguia mais segurar o choro, não que eu fizesse mais questão de tentar esconder as lágrimas, e como se a situação não fosse ruim o suficiente, meu corte havia voltado a sangrar, já que os pontos que Sanzu fez não eram dos melhores. Kokonoi, percebendo a situação, apenas levantou em direção ao banheiro e voltou com a caixa de primeiros socorros. Tentei pegá-la para mim mesma, refazer os curativos, mas ele apenas colocou a caixa atrás de seu corpo, sentando na intenção de que eu deitasse a cabeça em seu colo.

Koko: me deixa pelo menos refazer isso direito, você não vai conseguir sozinha - eu estava relutante em deixá-lo encostar em mim mesmo que eu não soubesse como iria refazer o curativo, eu não conseguia mais acreditar que ele não faria algo de ruim na primeira oportunidade que tivesse e o medo era tão forte que, mesmo que tentasse esconder, ele já havia percebido isso com as minhas esquivadas à medida que ele tentava se aproximar minimamente de mim - eu só vou limpar, eu juro, igual a quando eramos mais novos e você caiu tentando andar de skate naquela ladeira, lembra?... E aí, você decidiu se vai deixar eu refazer os pontos  - ele disse, segurando minha mão e me puxando para deitar a cabeça em seu colo. Era a primeira vez em 2 anos em que ele parecia estar se preocupando de verdade e não fingindo como sempre porque tinha uma segunda intenção por trás do que estava fazendo.

Ele pega um algodão molhando-o em álcool para limpar o machucado e assim que encosta em minha testa, instantaneamente empurro sua mão pela ardencia, recebendo um olhar que dizia "eu sei que doí, mas eu realmente preciso limpar". Respiro fundo enquanto ele espera alguns segundos antes de continuar limpando com todo cuidado que conseguia ter no momento, apenas fecho os olhos, respirando fundo novamente, afinal estava ardendo e doendo muito. E não conseguia evitar pensar nas milhares de dúvidas que estavam rondando minha cabeça, enquanto ele estava concentrado no que estava fazendo, tentava entender onde ele deixou de me amar... e nos tornamos isso, juntei toda a coragem que ainda restava em mim para quebrar o silêncio em que estávamos enquanto ele refazia os pontos.

- Quando que você deixou de me amar? - Abri os olhos ainda deitada em seu colo e pude vê-lo completamente perdido com a pergunta, cortando por acidente o fio antes de terminar o último ponto. Aproveito que ele parou de mexer no machucado mesmo que não tivesse terminado e me sento virada para ele, o encarando. - Onde foi que eu errei ? quando você passou a não querer mais estar comigo? só me diz isso, Kokonoi. Quando foi que deixei de ser a única para quem você tinha olhos? quando foi que eu não era mais o suficiente para te fazer feliz? - Minha voz estava completamente embargada a cada uma das perguntas e, enquanto esperava sua resposta, as lágrimas pareciam ainda mais insistentes. Ele não se atrevia a dizer uma palavra se quer para responder qualquer uma das perguntas que eu havia feito - em algum momento foi real? Qualquer uma das coisas foi real para você igual foi para mim?

Koko: é claro que foi real, Kiara, você me fez sim feliz - ele diz me puxando para um abraço, eu soluçava como uma criança em seus braços e o mesmo apenas me abraçou mais forte - você sempre foi o suficiente e não errou em nada, na verdade. Sou eu quem errei contigo, e muito - ele se afasta, pondo as mãos em meu rosto enquanto acariciava minha bochecha - o fato de você achar que eu não queria estar com você e precisar me perguntar se foi real só prova isso. Eu não deixei de te amar e sou um grande idiota de te fazer sentir como se eu não a amasse.

- O que cada uma delas tinha e eu não, então? Para elas serem sempre as primeiras para quem você corria, sendo que era comigo que você estava? Por que de verdade eu não consigo entender onde é que deu errado? Já me perguntei algumas vezes, quando foi que a gente se cansou de nós?

Koko: as coisas só ficaram complicadas demais, era mais fácil quando éramos apenas adolescentes sem preocupações reais iguais agora. Talvez eu nunca deveria ter te envolvido nessa bagunça toda, talvez o nosso amor se foi antes mesmo de percebermos e ficamos presos nessa lembrança feliz que tínhamos, numa fantasia da nossa cabeça que queríamos que fosse real e só nos perdemos como um casal. Você merecia e merece alguém que te ame e que faça tudo por você e infelizmente eu sei que não vou ser essa pessoa. Eu te machuquei muito ao longo dos anos, não seria justo com você dizer que vou mudar, sendo que eu não acho que preciso mudar.

- Eu tentei terminar várias vezes e você sabe, já tem tempo que não somos mais um casal de verdade e todo mundo consegue ver, então por que, ao invés de aceitar por um fim em qualquer uma das vezes que conversamos, você me pediu em casamento?

Koko: se queria tanto por um fim, por que aceitou casar comigo? - disse desviando o olhar do meu, voltei a deitar para deixar ele terminar de refazer o último ponto que faltava.

A verdade é que essas eram perguntas que não precisavam de resposta, apenas não queríamos ficar sozinhos e esse sentimento só piorou ao longo dos anos. Não conhecíamos a vida um sem o outro do lado e talvez fosse egoísmo da parte de ambos nos prendermos apenas pela doce ilusão de que teríamos alguém. Era confortável estarmos juntos. Se tivéssemos percebido isso antes, teríamos mudado? Teríamos nos esforçado pelo relacionamento? São perguntas que não importavam mais a essa altura, afinal o relacionamento já tinha se desgastado.

Koko: lembra da primeira vez que te chamei para sair? - Apenas confirmo com a cabeça encarando o teto, ainda deitada em seu colo. - Você estava linda naquele vestido roxo e o cabelo preso. Eu já tinha te visto algumas vezes na casa do Inui e te achado linda, mas naquele dia você me surpreendeu.

- Eu estava super nervosa aquele dia...


**FLASHBACK**

Tóquio, 4.9.2005.

Lily: é só um encontro calma, kiara ksk, assim até parece que é o primeiro da sua vida.

- Não é, mas é diferente, então o que acha desse? - perguntei a ela após ter trocado de roupa pela 10° vez nos últimos 10 minutos.

Lily: eu gostei mais desse, mas está linda igual estava nos outros 9 vestidos em que você provou - disse enquanto me fazia sentar na cadeira de sua penteadeira e me ajudava a terminar de arrumar meu cabelo.

Acho que nunca fiquei tão nervosa para um encontro antes, Koko era bonito, gentil. Bom, comigo pelo menos. Já havíamos saído várias vezes, mas sempre com outros amigos em comum, ou até mesmo em jantares de "família" já que Inui, que era seu melhor amigo, era irmão mais novo da minha melhor amiga Akane e esses jantares eram quase uma tradição fazer-mos parte também, mas dessa vez era diferente, iríamos sair sozinhos apenas com a companhia um do outro.
Fiquei surpresa quando ele me chamou para sair, achava que ele estava interessado na irmã mais velha do Inui, mas talvez eu que fosse lerda demais para conseguir perceber seus olhares para mim.

Lily: já sabem aonde vão? - ela disse com o seu sorriso doce de sempre me olhando pelo espelho em nossa frente - e me lembra de novo por que não podemos contar desse encontro para Yuki? Ela amaria fazer parte disso.

- Primeiro, é a Yuki, ela foi contra você e o Hanma, quem dirá eu e o Kokonoi, às vezes ela é bem pessimista, sabe como ela é com pessoas como eles? Eu não sei ainda aonde vamos, ele só pediu para vestir algo chique.

Lily: ela vai superar isso ainda, eu acho, né? Bom, acho que está pronta, eu estou animada por você.

Me levanto da penteadeira parando em frente ao espelho, estava com um vestido roxo rodado diferente do que eu geralmente sou acostumada a vestir, minha maquiagem estava leve, apenas com um delineado, blush e um gloss, em meus pés um salto que fui totalmente contra, mas Lilly insistiu que era necessário para compor o look e, por fim, meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo baixo e jogado por cima de meu ombro, minhas mechinhas rosas estavam soltas com cachos perfeitos feitos pelo babyliss.

- Estou nervosa - admito em voz alta, atraindo uma risada vinda da garota de cabelos azuis que vem até mim e segura minha mão.

Lily: Você está linda e vai dar tudo certo, você vai ver, agora você tem que se acalmar, se não como vai aproveitar a noite? - Após sua fala, pudemos escutar uma buzina do lado de fora. Ela foi olhar pela janela - ele chegou... qualquer coisa, falo para sua mãe que vai dormir aqui.


Me despeço dela, agradecendo por mais uma vez encobrir minhas saídas, não que minha mãe não soubesse das minhas saídas, mas preferia assim. Talvez ela também não entendesse tão bem e tivesse assuntos que não me sentia confortável em falar com ela, e garotos eram um desses assuntos. Paro em frente à porta e dou uma última conferida no meu vestido antes de finalmente sair pela porta, a fechando.
Ele estava lindo em um terno que parecia milimetricamente arrumado, parado encostado em um carro, caminho até ele com um pouco de vergonha, não sabia decifrar direito sua reação, talvez eu tivesse exagerado no vestido. Mas aí então ele também teria exagerado no terno se fosse assim.

Koko: você está... - ele para, parecendo analisar de cima a baixo o que eu estava vestindo - suspira - woah... acho que não da para descrever com palavras.

- Você também está muito bonito - digo entrando no carro após o mesmo abrir a porta.


*quebra de tempo*

Kokonoi havia me levado a um dos melhores restaurantes de Tóquio para jantarmos. A noite estava sendo uma das melhores da minha vida, conversamos de tudo um pouco e tudo nele era tão interessante. Após o jantar, estávamos sentados no meio de um parque vendo as estrelas enquanto tomávamos sorvete.

- As estrelas estão tão lindas hoje, dificilmente da para ver elas assim aqui em Tokyo - digo com minha atenção totalmente voltada ao céu.

Koko: ah, a lua também está muito bonita - ele disse enquanto eu sentia seu olhar sobre mim o tempo todo.

- E como você sabe que ela está bonita se nem ao menos está olhando para ela, hein? - digo, me virando para o mesmo sorrindo, ele não responde, apenas continua me encarando e leva sua mão em meu rosto e, inevitavelmente, fecho o olho quando ele começa a fazer carinho.

Koko: é que fica difícil prestar atenção em algo com uma companhia tão perfeita - sinto meu rosto esquentar, não esperava esta resposta vindo dele - fica muito fofa com vergonha.

- Para com isso - escondo meu rosto com minhas mãos.

Koko: está vendo, ainda mais fofa - diz, me puxando para mais perto dele - o que quer fazer agora?

- Não sei, está ficando frio e você tem coisa daquela gang, não tem? Não quero atrapalhar seu dia amanhã.

Koko: Você não atrapalharia em nada meu dia, moranguinho ,na verdade, melhoraria meu dia.

- Moranguinho? Por que moranguinho?

Koko: um dia eu te explico - ele se levanta, me estendendo a mão. Tinha começado a ventar, então o mesmo me entregou seu terno. - Podemos ver um filme lá em casa.

- Eu não sou do tipo de garota que vai para casa de alguém no primeiro encontro.

Koko: juro que vai ser só um filme, é só porque está tarde.

- Ok, só um filme, hein - digo, o acompanhando para o carro em direção à sua casa.

Por conta do horário, não podíamos fazer barulho quando chegássemos, já que seus pais estavam dormindo. Tiro meus saltos para fazer menos barulho ao entrarmos e, antes de subirmos para o seu quarto, ele passa na cozinha para pegar alguns salgadinhos e refrigerante. Seu quarto era extremamente organizado, como se ninguém se quer tivesse dormido aqui, mas ainda sim era um quarto de adolescente com videogame e jogo perto da comoda. A TV era grande, cobria quase toda a parede, o que chegava a ser exagero.

Koko: toma - ele diz, me entregando uma camiseta sua - o vestido não parece tão confortável para você deitar.

- Me ajuda a abrir? - digo, virando de costas para o mesmo - é que não consigo.

Kokonoi abre o zíper de meu vestido com cuidado, após isso ele se vira, me dando liberdade para poder vestir a camiseta que mais parecia um segundo vestido em mim, solto meu cabelo e dobro minha roupa, colocando-a em cima da cadeira que estava no canto da sala, agradecendo mentalmente por ter colocado um short por baixo do vestido. Nesse meio tempo, o mesmo já tinha tirado sua blusa social e sapato, deitando-se na cama.

Koko: tatuagem bonita nas suas costas, um dragão, né? Combina muito com o meu uniforme.

- Talvez seja o destino, né - digo me deitando em seu peito, me aconchegando enquanto o mesmo passou a fazer cafuné em minha cabeça - o que vamos assistir?

Koko: que tal um homem aranha?
- Apenas concordo.

Mas se continuar com o cafuné, vou acabar dormindo - ele apenas solta um riso e continua com o cafuné, o que faz com que não demore muito para eu adormecer.

**DIAS ATUAIS**

Koko: sempre amei a sua tatuagem nas costas, acho que é uma das minhas preferidas de todas que você tem - diz, começando a fazer cafuné em minha cabeça.

- Me surpreende você ter reparado nas outras - após tanto chorar, meus olhos estavam pesados - sempre amei seu cafuné.

Koko: gosto de mexer no seu cabelo - escuto sua voz meio longe, afinal mal conseguia manter meus olhos abertos.

POV Kokonoi.

Após ela acaba adormecendo, a pego no colo e a coloco na cama. Com calma, arrumo novamente suas coisas no armário e arrumo a minha mala, afinal não deixaria que fosse ela quem saísse se fui eu que errei. Não estava tentando ser legal, apenas acho que era o mais justo após tirar tudo dela, pelo menos assim algo continuaria normal em sua vida.

Após separar todas as minhas coisas, vou até o lado em que ela estava deitada na cama, ela dormia pacificamente e tão serena. Deixo um beijo em sua testa antes de sair do quarto com minhas coisas para esperar. Rindou, liguei para ele, apesar de odiar o irmão dele. Conhecendo a garota que havia passado pelo menos metade da minha vida, ela iria precisar de alguém para chorar e confortá-la e ninguém melhor para isso do que seu melhor amigo.

Estava na cozinha quando escuto a porta abrir e a imagem do Haitani mais novo se fazer presente em minha frente com sanduíches e alguns doces. Odiava o fato dele ter uma cópia da chave daqui, mas não era mais como se minha opinião aqui valesse algo.

Rindo: o que aconteceu? Ela está bem? Por que você não podia só falar pelo telefone logo?

- Nos terminamos - digo, colocando minha chave em cima do balcão - de vez, vocês estavam certos, não é justo com ela, nunca foi.

Rindo: vocês sempre terminam kokonoi.

- Sim, mas dessa vez é definitivo, ela ia embora. Quando sai do banho, vi que ela estava arrumando suas malas. - O mesmo apenas me encarava, parecendo finalmente aceitar - acho que o mínimo agora é pelo menos deixar a casa para ela. Eu não vou mudar e eu sei, você sabe e ela também sabe há um tempo, então vai ser melhor assim.

Rindo: demorou 4 anos para perceber... isso é sério? Vocês iam casar, mesmo depois de termos avisado várias vezes que isso só a machucaria mais, como você consegue ser um cara tão babaca? Nem parece o mesmo que movia mundos por ela, sinceramente me dá nojo o cara que você se tornou.

- Me poupe do discurso, eu sei o que eu fiz, eu só não queria que ela acordasse sozinha depois de tudo, eu refiz os pontos, seria bom observar se não vai inflamar, já que os que o Sanzu fez soltaram bem fácil e ela provavelmente vai sentir dor. Tem remédio na caixa de primeiros socorros do quarto e... antes de eu terminar, eu sou acertado no meio da cara por Rindou. - Ok, eu mereci isso.

Rindo: isso é por tudo que você vai fazer minha melhor amiga, passar tendo que resolver as coisas do casamento de vocês. Sua mão cortada era pouco e vou me contentar com a surra que o Ran te deu por tudo que fez até agora, mas se você chegar se quer perto dela novamente, eu mesmo vou te dar uma surra ainda pior.

Com certeza, meu olho ficaria roxo, mas ele estava certo em algumas partes do que falou. Apenas pego minhas coisas, coloco-as nas malas e levo para o carro, tenho que arrumar um lugar para ficar, mas isso será problema para o eu do futuro. Agora eu preciso me conformar e vou direto para a boate. O trabalho seria uma boa distração para o momento, pelo menos pelas próximas horas.

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⏰ Última atualização: Sep 09 ⏰

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