Capítulo 3

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Ran Pov's

Acordo com o barulho do despertador do meu telefone e me arrasto preguiçosamente até o banheiro para fazer minhas higienes matinais. Lavo meu rosto com a intenção de me despertar para não voltar para minha cama quentinha e dormir o resto do dia. Quando estava saindo do quarto, o cheiro do café da manhã que meu irmão estava preparando invade minhas narinas. Se tinha uma coisa que Rindou era bom, além das brigas e do seu hobby de mixar música, era cozinhar. Mas ele só fazia isso quando tínhamos visita. Então, a essa altura, ele provavelmente já sabia sobre nossa convidada inesperada.

Rindou: Da próxima vez avisa que vai trazer gente, assim eu nem volto para não atrapalhar - ele disse após notar minha presença na cozinha.

— Não é nada do que você está pensando. Ela estava bêbada demais para eu conseguir explicar ao Kokonoi como ela chegou naquele estado. Eu não estava afim de comprar outra briga com aquele cara por um assunto assim.

Rindou: Se você não desse em cima da noiva dele, quem sabe ele parasse, né?! Você também dá motivo - ele disse terminando de arrumar a mesa - mas então, vocês??

— Não teve nada, já disse - sentei ao seu lado revirando os olhos já esperando a próxima pergunta - eu não sou tão babaca assim de fazer algo sendo que ela estava bêbada, né?! Mesmo com ela querendo.

Rindou: Quando ela finalmente te dá bola, aí você nega? Ran, sinceramente, acha mesmo que eu vou acreditar nisso assim? Ainda mais vindo de ti - ele colocou café em sua xícara, desacreditado de minhas palavras. Não podia julgá-lo, nem eu mesmo acreditaria se estivesse no lugar dele.

Kiara: Bom dia, meninos.

Agradeci mentalmente que ela tinha acordado e atrapalhado a conversa. Rindou pode ter dado um tempo no assunto, mas ainda olhava para nós dois desconfiado. Sabia que ele não falaria nada, pelo menos não na frente dela. Por hora, estava livre deste assunto.

Kiara povs

Quando cheguei na sala, havia um clima estranho entre Ran e Rindou. Sabia o que poderia estar passando pela cabeça do mais novo, apenas pelo jeito que ele nos encarava durante o café. Confesso que me senti uma adolescente novamente, depois de chegar tarde com o namorado, daquelas que a mãe fica encarando enquanto toma sua xícara de café, aguardando explicações e a cada minuto de silêncio fica ainda mais constrangedor. O silêncio já estava beirando o desconfortável, quando o Haitani mais novo decidiu se levantar para tomar um banho, não deixando de nos lembrar que teríamos reunião e que era melhor não demorar.

Queria dizer que não lembrava das minhas ações durante a noite anterior, mas seria apenas mentir para mim mesma. Apesar de ter bebido bastante, não me arrependia de nenhuma delas. Entretanto, isso não tornava a situação mais fácil. Ran não parecia querer falar disso, o que não era um problema para mim. Acho que nem saberia como começar uma conversa sobre o assunto no momento. Lembrei da existência do meu celular quando o mesmo vibrou, me despertando dos meus pensamentos. Ao desbloqueá-lo, pude ver inúmeras mensagens de Takemichi seguidas de algumas ligações perdidas do mesmo. Mas antes que eu pudesse entrar em sua conversa, o contato de Kokonoi tomou o primeiro lugar, indicando uma nova mensagem.

"Onde você passou a noite? Kazutora comentou que foi na festa, mas não te viu saindo."
"Liguei para Takemichi, mas ele e nada é a mesma coisa."
"Aquele garoto que você chama de melhor amigo não faz ideia de onde você pode estar. Só me avisa se está bem. Fico preocupado contigo."

Todas de ontem de madrugada. Isso explica as mensagens e ligações de Take. Por alguns segundos, sou levada a alguns anos atrás, quando ele realmente se importava assim. Quem lê essas mensagens até pensa que ele realmente estava "preocupado" comigo, mas essa versão dele já não existia há um bom tempo. Era mais uma das falsas vezes em que ele era minimamente carinhoso após uma discussão.

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