cap.7

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Com Jisung já devidamente trocado e de uniforme posto, sentou em um dos sofázinhos de couro, que existia na loja, ele estava um pouco mais longe do caixa. Sentei ao lado dele e ficamos olhando para o teto, onde a luz era bem forte, deixando um efeito de flash quando se piscava os olhos.

— Sabe, eu gosto de ficar aqui de madrugada, apesar do movimento ser muito baixo em comparação aos outros horários, parece que agora só existe tranquilidade— comentou baixo, quase sussurrando. Cruzou um braços e colocou uma perna sobre a outra — mesmo que eu sinta sono, essa é a única chance que eu tenho de ouvir meus pensamentos com mais clareza, mais leveza, entende? Pela manhã sempre é uma correria, pessoas agitadas, muitas das vezes estressadas, e isso acaba com o humor de qualquer um que esteja por perto— concordei com a cabeça e ele continuou falando e olhou pra mim — você é uma ótima companhia Minho — mirou mais profundamente em meus olhos, com um sorriso de lado, ele era tão bonito, parecia que nada o abalava, tão cheio de vida. Jisung se aproximou mais de mim e de repente me senti nervoso, mãos começando a ficar mais úmidas por causa do suor, meus pés se tornaram inquietos e eu tinha quase certeza que eu estava começando a corar.

Fazia um tempo que eu não me sentia assim, esperando por algo que nem tenho certeza se vai acontecer mesmo, ele ia me beijar? Agora? Ali mesmo? Bom... Não que não quisesse, mas seria tão de repente, talvez não é uma ideia tão ruim assim, imagina como é sentir o gosto daqueles...

Então senti um peso sobre meus ombros, ele tinha apoiado sua cabeça ali, ah era só isso. Acho que minha falta de contato real com algum ser humano começou a afetar a minha cabeça e imaginar coisas impossíveis.

— desculpa, é que eu tô meio cansado— bocejou e lutou para deixar os olhos no mínimo entreabertos— se meu pai me ver aqui sentado, ele me mata— soltou um risinho meio sem forças.

Olhei agora diretamente pra ele, seus cabelos hidratados cobriam todo o seu rosto naquela posição, suas mãos um pouco pequenas estavam apoiada sobre sua coxa e o pé ainda balançava pra lá e pra cá, tentando se manter acordado. Me vi ali sem saber o que fazer, me decidindo se eu ficava lá parado apenas  o olhando ou tentava acariciar o cabelo cheiroso dele. Falar em cheiroso, ele está muito nesse momento, principalmente seu cabelo, um cheiro adocicado e bastante gostoso ao mesmo tempo.

Querendo saber qual fragrância ele usava, cheguei mais perto discretamente e comecei a tentar descobrir do que era o cheiro agradável, encostei a pontinha do meu nariz de leve nas madeixas e o cheiro só aumentava, era tão gostoso... Parecia ser cheiro de morango, ou chocolate. Inspirei um pouco mais forte agora e quase deitava sobre a cabeça do garoto de tão próximo.

— pode tocar nele, se quiser— disse meio sonolento.

Ainda com um pouco de receio, levantei minha mão até a altura da raiz do seu cabelo e comecei um cafuné meio tímido, parecia que minhas mãos deslizavam sobre o cabelo do outro, além de cheiroso era macio e brilhoso, aprofundei mais o cafuné e encostei parcialmente minha cabeça em cima  do cabelo de Jisung.

Ele começou a encaixar seu rosto ainda mais entre meu pescoço e meu ombro, me fazendo sentir sua respiração leve e calma, causando-me um arrepio de leve. Ainda dando continuidade ao carinho sobre seu cabelo, Jisung parecia gostar do contato, ele moveu sua cabeça pra cima e pra baixo de leve, acarenciando-se em mim. Até que eu senti uma mão um pouco gelada tocar sobre a minha outra mão repousada sobre o estofado, ele começou a dedilhar meu dedos e colocou sua mão por cima da minha, dando suspiros baixos e harmoniosos.

Estávamos em uma bolha novamente, só que mais íntima, parece que Jisung precisava disso, de um afago, um carinho, ele estava tão lindo assim, parecendo um gatinho carente. O pedacinho visível do seu rosto estava começando a ganhar um tom rosado e sua boca estava rente a minha clavícula, estava tão gostoso ficar assim.

Até que senti sua mão que estava junto a minha subir devagar, primeiro passou timidamente pelo meu quadril e depois desceu mais um pouco até chegar na minha coxa, acrenciando ela. Quando tive a impressão que ele iria mais um pouco pra baixo, para uma área íntima demais, parei um pouco um cafuné e decide falar.

— Jisung, o que você- fui cortado por uma voz desconhecida que falava de longe.

— tem alguém aqui?? Olá?— a voz estava chegando próximo da gente.

Aí que cacete.

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⏰ Última atualização: Sep 09 ⏰

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