Fora de Campo. Romance Gay (Joaquín Piquerez)

🇧🇷III🇧🇷:

Já havia passado uma semana desde o encontro de Joaquín e Lorenzo após o jogo. Nesse tempo, a troca de mensagens entre os dois não parava, fosse uma simples pergunta de "como foi o dia?" ou "o que estava fazendo?"...

Hoje, Lorenzo estava no centro de treinamento (CT), concentrado na academia. No entanto, ele sentia um aperto no peito, uma sensação ruim que o incomodava. Tentava afastar o pensamento, mas não conseguia evitar a preocupação que pairava sobre ele.

Lorenzo terminava seus exercícios de aquecimento quando Larissa, entrou na academia com uma expressão tensa. Ela se aproximou rapidamente, e Lorenzo, percebendo o nervosismo dela, interrompeu seus movimentos.

— O que aconteceu, Larissa? Lorenzo perguntou, preocupado.

Larissa respirou fundo, tentando se recompor antes de falar.

— Lorenzo, a babá do Lukas acabou de ligar... Ela disse que está levando ele para o hospital. Ele caiu da escada e bateu a cabeça.

Por um segundo, o mundo de Lorenzo parou. Ele piscou, tentando processar as palavras de Larissa. Suas mãos foram imediatamente à cabeça, e seus olhos começaram a encher de lágrimas. O desespero tomou conta.

— Não, não... Meu Deus, não! Ele murmurou, a voz trêmula, as pernas já vacilando.

Larissa se aproximou e o envolveu em um abraço forte, na tentativa de acalmá-lo.

— Vai ficar tudo bem, Lorenzo. Lukas é forte, ele vai ficar bem, tenho certeza. Disse ela com voz suave.

Mas Lorenzo não conseguia responder, apenas soluçava enquanto tentava se recompor. Larissa o levou até um banco próximo e lhe ofereceu um copo de água, na tentativa de acalmar os nervos do amigo. Seus companheiros de equipe, que estavam treinando por perto, perceberam a movimentação e se aproximaram, preocupados.

— O que aconteceu? Perguntou Murilo.

— Lukas caiu e está no hospital. A babá está levando ele. Explicou Larissa.

Murilo arregalou os olhos, sem acreditar, e imediatamente se dispôs a ajudar.

— Lorenzo, eu vou te levar até lá, ok? Nesse estado, não dá pra você dirigir. Eu cuido disso.

— Eu... eu preciso ver o Lukas... agora... Lorenzo mal conseguia falar, o pânico em sua voz era claro.

— E vamos, cara, respira. Eu já falei com o técnico e está tudo certo. Vamos para o hospital. Disse Murilo com firmeza, tentando passar confiança.

Murilo se afastou, indo rapidamente até o vestiário para pegar suas coisas e a mochila de Lorenzo. Ao retornar, encontrou Larissa ainda abraçando Lorenzo, que parecia um pouco mais calmo, mas longe de estar estável.

— Ele vai ficar bem, Lorenzo. O Lukas é um garoto forte, ele é esperto. Sussurrou Larissa.

— Eu sei, eu só... Lorenzo não conseguia completar a frase, as emoções o dominavam.

Murilo assentiu para Larissa.

— Vamos nessa. Larissa, você vem com a gente?

— Claro. Já avisei meu superior. Não vou deixar ele assim. Respondeu ela.

Com cuidado, Larissa e Murilo ajudaram Lorenzo a se levantar. Suas pernas estavam trêmulas, e ele mal conseguia andar. O trio se dirigiu ao estacionamento, onde o carro de Lorenzo estava. Larissa assumiu o volante, enquanto Murilo sentou no banco de trás. Lorenzo foi colocado no banco do passageiro, ainda visivelmente abalado.

— Segura firme, Lorenzo. Vamos chegar lá rápido. Larissa disse, ligando o carro e acelerando em direção ao hospital.

A tensão no ar era palpável, e Lorenzo só conseguia pensar em uma coisa: Lukas precisa estar bem.