Ela perdeu o marido em um trágico acidente.
Ele perdeu o melhor amigo e a mulher que amava.
Uma viagem inesperada pode ser a única saída para um coração que se quebrou, mas a volta pode trazer algumas surpresas e um sentimento que esteve guardado a...
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"Existem momentos assim... Momentos em que você acha que não vai mais aguentar. Mas aí descobre que consegue. Sempre consegue."
Amy Harmon Beleza Perdida
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As coisas estavam estranhas.
Desde que deixei o cemitério, três dias atrás, uma sensação de incompletude me perseguia, como se faltasse uma peça crucial em um quebra-cabeça impossível de montar.
Os dias sem Beneth passavam em um borrão indistinto. Eu estava apenas sobrevivendo, arrastando-me pelos momentos sem realmente vivê-los. A casa que costumava dividir com Beneth agora parecia um lugar estranho e desconfortável. Até mesmo me deitar na cama que costumávamos dividir parecia insuportável, o que me fez buscar um refúgio no quarto de hóspedes.
Isolada em minha bolha de dor, afastei praticamente todos à minha volta. Não conseguia voltar ao que era antes. Sair de casa para encontrar amigos tinha se tornado um passado distante. Minhas interações sociais resumiam-se a breves e monótonas ligações com meus pais. Essas conversas costumavam terminar abruptamente, deixando-os visivelmente preocupados com meu estado emocional.
A sensação de estar mergulhada na depressão era avassaladora. Me sentia adormecida, incapaz de despertar para a realidade. As lembranças da promessa feita diante da lápide de Beneth ecoavam em minha mente – a promessa de seguir em frente. No entanto, eu me via paralisada, sem saber como cumprir com isso.
O desafio de superar o que aconteceu parecia intransponível. Eu não conseguia vislumbrar um caminho que me levasse para fora desse estado de letargia e isolamento. Dias se passavam comigo alternando entre crises de choro e momentos de apatia no sofá, enquanto buscava desesperadamente uma forma de honrar minha promessa e retomar as rédeas da minha vida.
No meio de todo esse turbilhão, eu me via sendo confrontada com a presença de Dutch.
A transformação nele era evidente e dolorosa de se testemunhar. Ele parecia completamente diferente do homem que conheci. Dutch havia se tornado mais rígido, grosseiro, e acima de tudo, profundamente triste. A dor da perda o havia mudado de maneiras que eu conseguia compreender. Todos os dias, ele aparecia à porta de casa, uma presença constante e inquietante que eu me recusava a enfrentar.
