O último desejo.

Prólogo.

Muitas pessoas fazem muitas coisas aos 19 anos. Alguns se perturbam com o ensino médio, outros com a escolha da faculdade, tem aqueles que vivem para agradar os outros e até os que vivem o hoje sem se preocupar com o amanhã. E tem a mim. Eu só preciso lidar contra a abolição da monarquia, agradar ao povo do Reino Unido e surpreende-los ao mesmo tempo, fortificar alianças e conquistar novas, e no tempo que sobra, quando sobra, tentar ser normal. O que não ia muito bem nos últimos dias já que a única coisa que eu fazia era me perturbar com o que havia acontecido. Eu nunca vou esquecer como tudo começou.
Meus pais já estavam cansados da crise que a Inglaterra estava enfrentando em relação à abolição da monarquia. O povo queria eleger seus próprios representantes -por motivos que ficaram mais explícitos no decorrer da história- enquanto a burguesia defendia a continuação da linhagem real. Meu pai, honesto como sempre, estava tentando achar uma forma de amenizar a situação, pois sabia que o povo não tinha chances de competir com a vontade da corte superior. Foi então que ele teve uma ideia fora do comum. Mas tudo bem, vamos do início.
Eu acabara de completar 19 anos quando meu irmão Charlie anunciou seu casamento com Hanna, a filha do embaixador da França. Apesar de estarmos no século XXI, o povo considerou aquilo uma piada, levando em conta ás crises do século XIV que resultaram na Guerra dos cem anos (que na verdade durou 116 anos).
Nenhum membro na monarquia ou da corte entendia o real motivo da falta de aceitação, o que só deixaram as coisas pior, resultando em vários protestos. Depois de inúmeras manifestações do povo tanto na mídia quanto nas ruas, meu pai chegou na conclusão de que o melhor seria anunciar a coroação do meu irmão. Mais uma escolha errada. Isso tudo resultou no surgimento de rumores de que meu irmão não tinha sangue real. O que bateu de frente com a burguesia que defendia a continuação da linhagem pura no comando. Todo mundo sabia que minha mãe tinha um caso antes dela e de meu pai se casarem, e logo depois disso apareceu gravida. Ninguém tinha provas concretas mas mesmo assim era um choque para todos, foi aí que meu pai teve outra ideia, uma suposta '' licenciatura'' do meu irmão para que eu assumisse o trono.
Nada havia sido planejado com tempo, tudo correu ás pressas. O povo adorou quando a suposta ideia de que futuramente eu assumisse ao trono percorreu pela mídia. Eu nunca tinha pensado nessa possibilidade e agora que estava acontecendo eu vi nela a oportunidade de ser reconhecida por todos os 19 anos que passei nas sombras dos meus irmãos, me esforçando ao máximo para ser uma filha perfeita. Tudo seria perfeito, a menos que...