Capítulo 8 - Eu não preciso das palavras

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Oi pessoal , espero que gostem do capítulo de hoje. Desfrutem ♥

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Sem ideia para onde ir e sem poder trabalhar, novamente se encontrava mergulhada no café na sala de convivência. Fechou os olhos por alguns segundos. Respirando profundamente. Tentava manter a calma e o foco, assim como pôde ajudar ela uma vez, talvez se mantivesse a calma, poderia ser útil novamente. Todos estavam trabalhando duro para ajudar Regina, e ela sabia que a sua equipe era a melhor. Ainda sim, já estavam fechando quarenta e oito horas sem notícias.

De olhos fechados, cansada, ela se recordava de alguns momentos juntos com ela. As duas jantando, assistindo filmes, jogando conversa fora. O relacionamento delas era muito mais do que sexo, como a maioria imaginava, Regina tinha muito mais a oferecer que somente aquilo que a pintavam. A forma que ela mesma um dia a viu. As coisas agora eram diferentes. Ela via a essência de Regina e entendia cada vez mais o que ela significava em sua vida.

– Hey Baby, não tem problema. – Regina havia colocado a mão sob o queixo de Emma. – Logo você vai se sentir assim também.

Emma se sentia mal, sabia que a havia magoado. Regina, depois de muitos anos mantendo isso em segredo, havia dito a Emma que a amava, e não havia tido resposta. A perita amava estar com a dominatrix, adorava as conversas, os jogos sexuais, os carinhos e toda a parceria que tinham juntas. Ainda sim, não sabia se a amava, e ainda que a amasse, ainda não conseguia expressar. Não pode retribuir o "te amo".

– Eu não sei quando vou estar confortável com essas sensações e esses sentimentos.

– Eu não preciso das palavras Emma.

Era mentira. Precisava. Pela primeira vez em muito tempo estava se entregando de corpo e alma a alguém. Claro que precisava que ela também estivesse aberta a esse amor. Emma sabia como ela se sentia. No entanto, não queria enganar ela ou enganar a si mesma.

Emma sofria com a lembrança. Eram somente três palavras. Três palavras. E não havia dito. Ela amava Regina, sabia disso, e agora se sentia culpada por não ter demonstrado da maneira que ela merecia. Cada vez que pensava que podia perdê-la sem ter a oportunidade de dizer o que realmente sentia, a enchia de tristeza.

Nunca havia sentido tanto medo e dor. Era como se algo estivesse rasgando ela de dentro para fora, com garras fortes e afiadas, e ela não pudesse fazer nada quanto a isso.

– Um dólar pelos seus pensamentos.

Jones entrava na sala, e observava a ex mulher triste, realmente triste. Estava visivelmente preocupada. Se antes ele tinha alguma dúvida sobre o envolvimento de Regina e Emma, agora ele tinha certeza que existia, e que era forte.

Ao contrário dos outros que ficaram chocados e indignados. Ele entendia. Conhecia Regina e Emma melhor que qualquer outra pessoa, e conseguia entender porque elas se apaixonaram uma pela outra.

– Estava pensando em Regina. E em como fui idiota de tê-la feito esperar por tanto tempo. Eu era tão dominada pelo medo, pelo medo de quem eu estava me tornando, e pelo medo do que os outros iriam pensar disso, que a única pessoa que realmente se importava comigo, que tinha paciência para mim, foi, no fim das contas, quem mais sofreu.

– Acho que foi muito tempo convivendo comigo. – Ele sorriu, tentando amenizar a culpa que ela estava sentindo. – Mas quando encontrarmos ela, você vai poder fazer diferente de mim, e falar como se sente.

– Pois é. – Emma sorriu.

– Ainda sim, confesso, que vocês são o casal mais improvável que eu poderia pensar. – Ele brincou. – Você não pode trabalhar, eu não posso trabalhar. Então, ao menos pode me dizer como isso começou?

Dissonância ✖ SwanqueenOnde histórias criam vida. Descubra agora