CAPÍTULO DOIS

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— Eu não vou comer cuscuz!— O menino gritou cruzando os braços e fazendo um biquinho com os lábios

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— Eu não vou comer cuscuz!— O menino gritou cruzando os braços e fazendo um biquinho com os lábios.

— Você vai sim, senhor! Ora mais!—
Liana colocou o prato a frente do filho e ele o afastou com afinco.

— Mas eu não gosto de cuscuz!

— Que história é essa de não gostar de cuscuz? Ontem mesmo você me pediu para jantar cuscuz. Não inventa, Átila! Come logo, eu preciso ir trabalhar.

O menino bateu o pé no chão, recusando-se a comer.

— Eu quero pão!

— Se tem cuscuz, não tem pão. Se tem pão, não tem cuscuz. Você sabe muito bem, então para de birra e come a sua comida, ou você vai ir pra escola com fome!— Sua voz saiu alterada e ela arrependeu-se logo em seguida.

O dia de Liana não começara bem. Logo cedo sua campainha tocou e quando ela abriu, um senhor de cabelos grisalhos, entregou-lhe um papel contendo o valor de um vidro mais a mão de obra do técnico que o colocou. Segundo ele, Átila havia quebrado o vidro com uma bolada.

Ela pagou a quantia sem questionar e o menino ouviu um duro sermão assim que acordou. Liana sabia que aquele era o motivo pelo qual  ele recusa-se a comer o cuscuz.

Irritado, o menino engoliu a comida, tomou um copo de leite e a contragosto, foi escovar os dentes. Liana arrumou os cabelos de Clarinha, sua filha caçula e com cinco minutos de atraso, a família Fragoso saiu pela porta.

Liana pegou a correspondência e enfiou, rapidamente os papéis na bolsa. Deixou Átila no colégio e se direcionou à Unidade Escolar Vicente Ribeiro, onde ela lecionava história para alunos de 5°, 6° e 7° ano.

Sua rotina frenética vinha se tornando cada vez mais insustentável. Átila passava a manhã estudando, mas à tarde ela precisa levá-lo ao trabalho, uma vez que não tinha com quem deixá-lo. O mesmo ocorria com Clarinha. A menina estudava à tarde, mas durante a manhã ficava na escola em que a mãe trabalhava.
Liana mal tinha tempo para respirar, dividindo-se constantemente entre os filhos, o trabalho e os afazeres domésticos.

                                (...)                           

10h40 Liana saiu do colégio com a pequena Clarinha nos braços.

— Mamãe, estou com fome— A pequena choramingou se aconchegando na mãe.

A mulher sorriu deixando um beijo na testa da garota.

— O que você quer comer, meu amor?

— Bolinho de chocolate— A menina passau a língua nos lábios fechando os olhinhos.

Liana riu em resposta.

Como Átila saia da aula apenas às 11h30, Liana aproveitou a meia hora para levar a menina num mercado com área de alimentação, que ficava próximo a escola.
Ela entrou no mercado segurando a mão da menina, a pequena escolheu o bolo e elas sentaram-se para que Clarinha pudesse comer tranquila.

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