4

6 0 0
                                    

Toda informação é válida

A quantidade de documentos que enchiam a minha mesa, estava me matando. Me sentia perdida entre os papéis e nada que eu fizesse, parecia diminuir a quantidade de papéis ao meu redor.

Sinceramente, não pensei que estar no topo de uma organização de homens maus e obscuridade podia ser tão burocrática, isso me fez sentir falta da Colômbia.

Richard fazia algumas ligações tentando encontrar informações sobre o filho da puta que estava no meu encalço, enquanto Anne sustentava um bico resmungando que não precisávamos mais dela. Claro que era uma ideia absurda, no entanto, eu estava apenas tentando me pôr a par de tudo o que acontecia ao meu redor.

- O novo lote saiu alguns dias depois da partida de seu pai, não há a necessidade de se desesperar. - Anne cortou o silêncio, - Charlotte, me deixe fazer o trabalho que fui contratada para fazer. Se continuar desse jeito, é capaz que tenha um colapso e duvido que seu pai gostaria de passar as coisas para as mãos de sua mãe.

Mordi o lábio, o pensamento me fez estremecer. Papai odiaria saber que sua fortuna foi inteiramente gasta com futilidades - independentemente do quanto ele a bajulava.

Suspirei, não querendo sobrecarregar Anne. Só buscava entender o funcionamento de tudo aquilo. Por não ter me ensinado nada do que fazia, papai me deixou despreparada.

Como pensei que fosse um advogado, não me interessei em aprender os negócios da família. Agora, escolhida como única herdeira, sentia uma pressão enorme em minhas costas, precisava aprender tudo antes que algo ruim pudesse acontecer.

- Charlie, tenho algumas informações - Richard me olhou com seriedade, os olhos se voltando para Anne em seguida, como se pedisse permissão. Dei de ombros, indicando que não me importava. - Já sabíamos que a cabeça no freezer era de Carlos, mas quem a entregou a você foi seu braço direito. O problema é que tudo o que consegui descobrir sobre ele e suas habilidades no nosso meio foi apenas um nome, ele não passa de um fantasma.

Uni as sobrancelhas, franzindo o cenho enquanto encontrava os olhos azuis de Richard - Então qual é o nome do desgraçado que me fez guardar a porra de uma cabeça humana no freezer?

- Aiden.

- Aiden? - Ri com escárnio. - Eu definitivamente esperava por mais.

Anne riu, fazendo seus cabelos curtos balançarem suavemente. Recostei na cadeira, achando a situação realmente engraçada, mas, ao mesmo tempo, me sentia cada vez mais incomodada. Afinal, ainda não sabia com quem estava lidando.

- Espere, tem mesmo uma cabeça no freezer? - Anne perguntou, o riso morrendo em seus lábios. Richard a encarou com as sobrancelhas franzidas. O rosto dela começou a ficar pálido lentamente, denunciando o pavor que a tomava. - Estão brincando comigo?

Infelizmente, ambos negamos. Eu ainda não consigo lidar muito bem com essa situação e tento não pensar no quão problemático tudo isso é.

Richard voltou os olhos para mim.

- Só fico preocupado que associem a morte dele com você, ainda mais com o histórico que tinham. Uma coisa que ele disse é verdade, Carlos tinha problemas com seu pai pela divergência entre seus interesses.

Pensei por um momento. Se Carlos estava envolvido com tráfico humano às escondidas do meu pai, a culpa poderia recair sobre mim se a briga entre eles viesse à tona.

Richard tinha razão. Um nó se formou na minha garganta.

Sempre achei que ser advogada era algo perigoso e complicado. Mas se a verdade viesse à tona, minha carreira estaria arruinada e minha vida estaria em perigo.

Disponível até 13/09 - AIDEN: Ultrapassando LimitesOnde histórias criam vida. Descubra agora