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Existe algum adolescente no mundo que gosta de ir para a escola?
Talvez em algum lugar do mundo exista, mas com certeza esse adolescente não sou eu.
Primeiro dia de aula no segundo ano, e antes mesmo de chegar na escola eu já estava quase desistindo e voltando para casa para dormir até tarde.

─ Puta que pariu, Ruby! - aperto a buzina com ódio. ─ Tirou a carteira ontem, foi? - grito colocando a cabeça para fora da janela, e logo em seguida colocando-a para dentro e fechando o vidro. ─ Filho da puta... - murmurou irritada, enquanto estaciono o carro.

Depois de finalmente conseguir estacionar o carro, eu peguei meu telefone e comecei a mandar mensagem para Alyssa, avisando que já havia chegado.
No meio do silêncio dentro do carro, de repente, ouço um alto som de algo se chocando contra o vidro, me fazendo pular de susto.

─ Eai, Hudson! - Koosh gritou, batendo no vidro.

─ Fudido do caralho... - suspirei, com a mão no peito, tentando me acalmar. ─ O que quer, Koosh? - perguntei, descendo do carro.

─ Festinha lá em casa! Meus pais vão viajar.

─ Vou pensar se vou. - dei as costas para ele e comecei a entrar na escola

Koosh e eu éramos amigos não tão próximos desde o ano anterior. Ele era um repetente idiota. Mas sempre dava as melhores festas.

─ Ai, você, pirralho. - ouvi um dos imbecis do segundo ano gritarem, para um garoto qualquer em um quarteto.

─ Eu?

─ Você tem quantos anos? - Eliot perguntou.

─ Eu tenho 15.

─ Meses ou anos? - Brenner zuou.

─ Você é muito surreal.

─ Seu nome vai ser feto agora!

─ Eu não sei se eu gosto disso... - o garoto respondeu envergonhado.

─ Mas eu gosto!

─ Eliot, me admira saber que você foi o espermatozóide mais inteligente. Já que seu cérebro parece uma batata assada. - gritei, olhando para os dois.

─ Não se mete, Hudson!

─ Eu me meto sim. E se você não calar a boca eu vou meter um soco na sua cara feia. Talvez isso ajude você a não ficar assustando as pessoas com essa cara feia.

─ Intrometida... - os dois murmuraram, começando a se afastar.

─ Valeu...

─ Sem problemas! - sorrio. ─ Novatos?

─ É... - um garoto loiro disse sem jeito.

─ Eu sou a Delphine Hudson, veterana.

─ Hudson?

─ Sou eu.

─ Puta merda! - o garoto de camisa vermelha deu um largo sorriso. ─ Junta aqui! - ele puxa os amigos pra perto. ─ Essa é a Delphine Hudson, ela vive indo nas festas do meu irmão! Dizem que ela é uma das mais populares da escola!

─ Viram? Eu disse que esse seria o nosso ano! - eles desfazem a rodinha e se viram pra mim. ─ Eu sou o Benjamim, mas pode me chamar de Benji. E esses são Eddie. - ele aponta para um garoto de camisa listrada. ─ Irmão do Koosh. - aponta para o de camisa vermelha. ─ E Connor. - ele aponta para o "feto".

─ Prazer! Sejam bem vindos, novatos! - aceno, começando a me afastar, e indo até Katrina.

─ Junta ali, Delphi! Vou tirar uma foto de vocês! - Katrina disse me empurrando até as outras garotas do segundo ano.

Por sorte, o primeiro dia passou mais rápido do que o inesperado. Então, quando me dei conta, eu já estava em casa, com o meu amado pijama e conversando com Bailey e Alyssa por chamada de vídeo.

─ Alyssa, você pegou a minha escova de dentes?

─ Sai daqui, seu pirralho pervertido! - Alyssa gritou, arremessando uma almofada.

─ Ah, Benji, eu acho que sua mãe botou fora. Ela disse que iria comprar uma nova.

─ Benji?

─ É meu irmão idiota e pervertido! - Alyssa revirou os olhos, enquanto se levantava e trancava a porta.

─ Hoje eu conheci um novato chamado Benji.

─ Certeza que era o irmão da Aly. - Bailey falou, terminando de fazer seu skin care. ─ Ele e os amigos entraram esse ano.

─ Entendi.

─ Delphine, hora de dormir! - meu pai gritou, batendo repetidas vezes na porta.

─ Tá bom! - grito de volta. ─ Vou desligar. Boa noite, Aly e Bay!

─ Boa noite, piranha! - Alyssa disse me mandando um beijo.

─ Dorme bem, Delphi. - foi a última coisa que Bailey disse, antes de desligar.

Me levanto da cama e coloco meu celular para carregar, apago a luz e me deito.

𝑨𝒕𝒐𝒎𝒊𝒄 𝑯𝒆𝒂𝒓𝒕𝒔 - connorOnde histórias criam vida. Descubra agora