"Às vezes, é no meio da escuridão que encontramos a luz do amor, mesmo que essa escuridão seja causada pela violência."
Helena é uma jornalista que vive numa pequena cidade de Tokyo e em suas publicações jornalísticas usa o pseudônimo "Blue" para nã...
"Cause, girl, you're perfect, you're always worth it And you deserve it, the way you work it"
(Porque, garota, você é perfeita, você sempre vale a pena. E você merece, pelo jeito que você faz acontecer).
Earned It - The Weeknd.
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Os olhos castanhos de Helena finalmente se encontram com o prédio onde vai trabalhar como jornalista.
O Jornal Sakura Kiss é uma bela empresa que promove oportunidades para aqueles que desejam publicar notícias de caráter nacional que alcançam inúmeros leitores do mundo inteiro.
E é o novo local de trabalho de uma jovem confiante e negra de uma beleza inestimável. Seus cabelos vermelhos realçam sua pele negra clara e seus olhos cujo tom lembravam amêndoas. Seu traje consistia em uma camiseta e uma calça de tom verde. Ela também usa um tênis confortável de cor branca para completar o look.
O Jornal Sakura Kiss pertence a primogênita da família Saito: Hera Saito. Foi com ela que Helena fez a entrevista para o cargo de nova redatora e fotógrafa daquele jornal de alto padrão. Diante de tantos candidatos, ela foi escolhida mesmo com o currículo tão simples, mas Hera disse que vê algo além da humildade de Helena.
Helena encara o grande prédio preto de 10 andares que parece que saiu de um daqueles filmes de Hollywood. Os portões chiques de vidro temperado, o jardim com a grama e flores minuciosamente aparadas, enquanto pessoas que freneticamente entram e saem do estabelecimento. Ela questiona-se no mais íntimo do seu ser ela seria bem-vinda naquele lugar, já que era comum daquele tipo de prédio de alta patente a maioria dos funcionários serem homens brancos, ricos e com poder aquisitivo.
Ser uma mulher negra, no meio de um espaço dominado por uma maioria masculina é um desafio, ainda mais quando se trata de um racismo estrutural. Antes que mais pensamentos depreciativos entrassem em sua mente, a ruiva atravessa o portão rolante de vidro e admira-se com a recepção.
É bem iluminado internamente e o ar-condicionado ajuda a reduzir o calor estonteante que fazia hoje. Havia 3 sofás de cor branca na recepção e uma mesinha de vidro com algumas revistas e um pequeno pote de balas para beliscar enquanto algum cliente ou investidor fosse chamado pela secretária.
A funcionária percebe a presença da novata, que a olha com uma desconfiança e uma aversão perceptível. Helena logo sente o coração apertá-la com aquele olhar que a feria, que a fazia sangrar internamente, que feria a sua pele... Feria a sua própria existência como sujeita... Como se seu lugar não fosse ali. E Helena devolveu o olhar da funcionária em um sorriso descontraído, o que fez a funcionária ficar mais confusa e logo lançou um sorriso falso à ruiva.
