Verena pov
Respirei fundo e pensei o que responderia.
- Por que eu não estou mais afim de ficar com você - menti e ele rir fraco
- Eu sei que está mentindo
- Mentindo? Eu simplesmente não quero mais. Não pode?
- Pode. Mas não faz sentido, a gente estava tão bem
- Mas era só ficada Richard, eu enjoei - menti mais uma vez, impossível enjoar dele e dessa vez ele gargalhou
- Agora você apelou. Eu sei que foi por causa daquele dia do elevador - ficamos alguns segundos em silêncio - Verena, foi você quem disse que não queria se envolver. Então, não tinha nada de errado eu ficar com outra pessoa - respirei fundo mais uma vez
- Eu sei, não te disse nada e não te cobrei nada - disse simples
- Mas se afastou - passou a mão no rosto e me olhou - Eu quero você perto! - nesse momento meu coração acelerou
- Eu não quero me envolver, Richard. - repito
- Por que, Verena? Porra, a gente se entende tão bem
- Eu não quero me machucar. Eu já te falei que não acredito em amores que dão certo
- E por isso precisa se afastar assim? - abaixei a cabeça
- Eu não gostei do que senti quando vi você com outra pessoa - olhei pra ele e ele sorriu de canto
- Tá vendo Verena? A gente se gosta pô, qual o sentido de ficar longe?
- Pô, você é chatoo - digo impaciente e ele rir
- Se você não quer, não vou insistir - diz vencido
Olhei uns segundos pra sua varanda e fiquei em silêncio. O porteiro interfonou e ele desceu pra buscar nosso jantar.
Levantei, fui até sua varanda e fiquei admirando a paisagem.
Pô Verena, qual é a sua? Ele está tão fofo falando de sentimentos, fazendo toda questão de ter você por perto e você fica nessa? Sua vacilona! Como diz Fernanda, depois fica aí pra titia. Aff! Como é difícil. Nesse momento queria minha mãe aqui, eu sei que ela ia me ajudar.
Ouvi a porta sendo aberta e virei vendo Richard entrar com as embalagens nas mãos.
- Quer ajudar pra colocar a mesa? - ele concorda com a cabeça
Comecei a abrir as embalagens e Richard trouxe as louças da cozinha. Arrumei tudo na mesa e sentamos pra comer.
- Gu deve estar até agora falando sobre hoje com meu pai - quebrou o silêncio
- Ele estava empolgadão
- É, ele está muito feliz
Voltamos a comer em silêncio. Parei de comer e fiquei o observando comer. Não posso negar o quanto ele é lindo, seus traços fortes e o maxilar marcado deixam ele ainda mais sexy. Esse cabelo loirin pivete caiu muito bem nele, e o sorriso nem se fala, é o homem mais lindo que já vi nesse mundo. Será mesmo que eu quero me afastar dele?
- Nossa, esse japonês é muito bom - ele diz
- É mesmo, uma delícia - concordei
- Agora já sei mais uma coisa que você gosta - sorriu de canto
- É
Terminamos de comer, ajudei ele a limpar tudo e voltamos pra sala
- Eu já vou - me aproximo da porta
- Tá, tudo bem - se aproxima de mim e me abraça
Abraço ele forte, meu rosto fica na altura do seu peito e consigo ouvir seu coração acelerado.
- Eu posso dormir aqui hoje? - pergunto ainda abraçada e ele me solta
- Não, não quero você aqui. Vai pra sua casa - diz brincando e eu mostro o dedo do meio pra ele - ohh menina ousada - eu rir
Saí de perto dele e me joguei no sofá
- Vamos fazer o que? - pergunto e olho pra ele
- Quer sair? - deita do meu lado
- Pra onde? - ele me olha e pensa
- Pera aê
Ele levanta, pega uma camisa que estava na cadeira e veste, calça seu chinelo e pega as chaves e sua carteira
- Vem - pega na minha mão e me ajuda a levantar
- Vamos pra onde? Olha minha roupa - digo
- Não precisa se arrumar - abriu a porta e saímos
Descemos até o estacionamento e entramos em seu carro. Ele deu a partida e saímos.
- Pra onde estamos indo? - olho pra ele
- Nenhum lugar importante, só quero te mostrar algo especial pra mim - me olha rápido e eu sorri
Continuei o caminho em silêncio, o clima estava estranho entre a gente. Ele não sabia o que se passava na minha cabeça e eu estava confusa em relação aos meus sentimentos.
Chegamos em um prédio e ele estacionou, parece até um pouco com o condomínio que a gente mora, subimos até um apartamento e ele abriu a porta.
- Você tem outro apartamento? Aqui é seu abatedouro? - ele riu
- Não, esse apartamento minha família fica quando vem pra o Brasil
- Ah tá - ele foi até a varanda e eu o segui
O apartamento tinha uma vista incrível, por ser muito alto, víamos quase toda sp
- Aqui é lindo - me aproximo
- É, aqui me lembra muito a Colômbia. Lá tem um lugar onde fico com minha família que a vista é muito parecida. Sempre que venho aqui lembro da minha família, dos nossos momentos juntos e ameniza um pouco a falta que eu sinto.
- Deve ser barra ficar longe da família, né
- Muito, as vezes me sinto muito sozinho aqui. Minha família é muito grande e aqui não tenho ninguém, só Juan mas ele já está pensando em voltar
- Mas você não vai ficar sozinho, sua vizinha vai estar com você - ele me olha e sorri de canto. Amo quando ele faz isso!
- Vou cobrar hein - eu sorri - E você? Só tem seu pai e Gustavo?
- Tenho minha família materna que mora na Itália, uma vez por ano vamos visitar e família paterna mora em Santo André, no interior, Gu sempre vai pra lá e eu vou poucas vezes. - olho pra vista - Me acostumei a ser só nos 3 que nem sinto falta de família grande, quando minha mãe faleceu eles até se aproximaram mais e me ajudaram muito, mas depois cada um seguiu seu rumo.
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Por toda vida. • RICHARD RIOS •
FanfictionDe uma hora pra outra. Um olhar diferente. Uma discussão com a vizinha e tudo muda na vida de Richard. " O que essa morena tem de diferente?"