• Capítulo 1 •

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Verena pov

- Gu, tu não demora hein. Tem trabalho da escola pra fazer. Quero você em casa 17:00 - digo enquanto ele calça a chuteira

- Tá, Nena. Eu já sei - me responde sem paciência e olho brava pra ele - desculpa

A adolescência está chegando e ele está ficando rebelde. Vou já botar ele nos trilhos, não tô criando cobra pra me morder, ai ai.

Quem vê assim pensa até que é meu filho. Mas Gustavo é apenas meu irmão mais novo, mas com o falecimento da nossa mãe, eu acabei assumindo e papel de mãe da vida dele e crio ele junto com nosso pai, que tem a vida muito corrida e às vezes sobra tudo pra mim.

- Tô indo Nena - ele grita e bate a porta logo em seguida

Aproveitei que Gu saiu e fui arrumar a casa e preparar logo a janta porque hoje meu pai estaria em casa.

(...)

- Nena? Cheguei! - meu pai aparece na cozinha

- Oi pai. - sorri ao vê-lo

- Que cheiro gostoso! - se aproxima na panela que eu mexia

- Tô fazendo o Strogonoff que Gu gosta

- e cadê ele?

- Jogando bola. Já não sabe? Falando nisso, que horas são? - meu pai olha pra o relógio

- 18:35

- Não acredito - enxugo as mãos - Vou trazer esse menino pelas orelhas - meu pai gargalha

Fui até meu quarto e tirei o vestido de faxina que estava, vesti um short moletom e um cropped branco, prendi meu cabelo em um coque, calcei minhas sandálias e desci o prédio pra buscar Gustavo.

Segui até quadra e avistei os colegas dele, percorri meu olhar por todo local e vi Gustavo conversando com um moreno alto e mais dois coleguinhas dele

- GUUUU!! - ele me olha - Vem! Já passou da hora.

- Aaahh não Nena - revirei os olhos e me aproximei

- Bora Gustavo, não testa minha paciência. Você tem trabalho da escola pra fazer e de noite eu não vou poder te ajudar.

- Nena, mas esse aí é Richard Rios. - sussurra o nome - Deixa eu jogar bola com ele.

- Por acaso eu vi Richard Rios nascer, Gustavo? - digo já sem paciência e vejo o moreno rir

- Fala com ela, Richard - Gustavo pede a ele e o moreno arregala os olhos

- Oi, é... - olho pra ele impaciente - Deixa o moleque, ele é palmeirense fanático e eu jogo pelo palmeiras. Ele tá feliz! Depois eu ajudo ele com o trabalho

- Eu vou botar na sua porta pra cobrar - digo

- Pode ir, é o 709

- Gu, se comporta, tá? Eu vou sair, mas o pai tá em casa.

- Você vai demorar?

- 22 horas já estou em casa. Vem dá um beijo na sua irmã - ele se aproxima e eu me abaixo, ele beija minha bochecha e me abraça.

Olho pra o tal de Richard e ele está sorrindo com a cena.

Saí dali e subi o elevador voltando pra casa. Abri a porta e meu pai estava deitado no sofá assistindo jogo de basquete. Desde quando ele gosta de basquete?

- Cadê ele? - perguntou ao me ver entrar sozinha

- Ficou lá. Tem um jogador que ele gosta lá, parece que é nosso vizinho. Richard - tento lembrar o sobrenome - Mares, Lagoas... Alguma coisa assim?

- Rios - diz rindo - Richard Rios é nosso vizinho? Caraca! Que legal! Depois vou pedir uma foto - reviro os olhos e saio dali.

Vou até minha suite e entro no banheiro pra tomar um banho.

Tomei um banho rápido, escolhi uma roupa de correr, coloquei meus acessórios e saí.

- Pai, tô indo correr. O tal do Richard ficou de ajudar Gu com o trabalho da escola, mas antes das 22:00 ele precisa estar em casa, tá? - digo já na porta de saída

- Vá tranquila filha, cuido de tudo - rir baixo e fechei a porta, eu sei que não vai cuidar.

Desci o elevador e saí do condomínio. Fui caminhando até onde costumo correr e comecei a me alongar, depois comecei meu treino de corrida.

É nesse momento que minha mente descansa, que não me sinto sobrecarregada, que supero meus limites e me sinto forte pra caralho. A corrida é meu momento de escape, tento correr pelo menos 3 vezes na semana ou quando algo me tira do sério. Desde que comecei a correr não tive mais ansiedade e nem síndrome do pânico.

Corri 10km como estava na planilha de treino e voltei caminhando pra o condomínio.

Cheguei em casa 22:15, meu pai estava cochilando no sofá e o apartamento em total silêncio. Gustavo não chegou! Saí novamente, percorri o corredor e apertei a campainha do apartamento 709.

A porta foi aberta por um rapaz que eu não conhecia.

- Oi, boa noite! O Richard mora aqui? - pergunto educadamente

- Boa noite. - me olha desconfiado

- É minha irmã - ouço a voz do meu menino e o rapaz abre a porta completamente e vejo meu irmão e Richard jogando vídeo game

- Preciso dizer mais alguma coisa Gustavo Marchetti? - digo séria - passa pra casa agora - Richard levanta e vem até a porta

Ele guarda o controle do vídeo game e passa por mim batendo o pé

- Tá insuportável também  - resmunga

- O que? - ele me olha - Repete pra ver se eu não quebro seus dentes com um tapa só - digo brava

- Ihhh Nena, desculpa - sai andando pelo corredor e vejo entrar em casa

- Fizeram o trabalho da escola? - olho pra Richard

- Sim! Já mandamos pra o email da professora

- Se ele tirar nota baixa você que vai pagar a recuperação

- iihhh sai pra lá, ele vai tirar é 10 isso sim.  - diz convencido

- Espero! De qualquer forma, obrigada! Boa noite! - me despedi

- Por nada morena! - morena? quem deu essa liberdade? - Se precisar de alguma coisa, pode me procurar. - concordei com a cabeça e saí.

Por toda vida. • RICHARD RIOS •Onde histórias criam vida. Descubra agora