Capítulo 4

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Seokjin sorria para o marido enquanto lhe estendia a bolsa térmica. O alfa o olhou de cima a baixo e depois recebeu a bolsa com uma expressão fechada. Ambos estavam na pequena sala do alfa no sexto andar.

— Precisava vir assim até aqui? — vociferou, irritado. — Se eu soubesse que estava vestido assim, teria descido para buscar.

Seokjin olhou para as próprias roupas e sentiu vergonha.

— Eu sou gerente do setor de marketing agora. Como você acha que eu me sinto quando o meu esposo chega assim aqui? — perguntou, impaciente. — Como vou conseguir manter alguma moral aqui dentro se o meu ômega parece um... um... Quer saber? Esquece. Melhor eu me calar. — Dong-gun abriu a bolsa térmica e observou o que havia dentro. Por sorte, Seokjin havia preparado o seu prato preferido. Quando olhou novamente para o ômega, era visível o desdém em seu olhar. Seokjin abraçou os próprios braços, sentindo-se encurralado por aquela expressão cortante. — Amanhã, não suba, eu irei buscar a minha comida lá embaixo.

Seokjin queria gritar, queria chorar, mas, assim como das outras vezes que ele o destratou, engoliu em seco e assentiu. A voz da sua mãe em sua mente dizia que ele estava fazendo certo, que não devia reclamar, devia aguentar aquilo pelo bem da sua família. Com certeza, o trabalho havia estressado o seu marido e ele precisava extravasar de alguma forma. Serrando os punhos atrás das costas, olhou uma última vez para o alfa, desejou uma boa tarde e depois saiu.

Andou o mais rápido que pôde até as escadas de emergência e se escondeu lá dentro. Sentou-se nos degraus e desabou a chorar. Tinha conseguido segurar na frente do marido, mas aquela frustração reprimida precisava encontrar alguma válvula de escape e o choro era a mais inofensiva naquele contexto.

Apoiou os cotovelos nos joelhos e escondeu seu rosto entre as mãos. Soluçava tanto que podia escutar os ecos da sua respiração carregada pela escada. Esperava que ninguém aparecesse ali, esperava que ninguém pudesse vê-lo daquela forma.

Quando conseguiu se acalmar, respirou fundo, tentando regularizar a própria respiração novamente, e limpou o rosto na própria camiseta. Mesmo que aquele local tenha servido para que ele extravasasse um pouco, não podia continuar ali. Em casa, ele teria mais privacidade e poderia procurar algo para ocupar a mente.

Levantou-se. Mesmo estando no sexto andar, decidiu que novamente utilizaria as escadas. Queria evitar o máximo de pessoas possíveis. Se ele estava ridículo antes, como Dong-gun fez questão de jogar na sua cara, agora deveria estar deplorável.

Desceu os degraus rapidamente, queria sair daquele prédio o mais rápido possível. Quando chegou ao térreo, analisou a rota que deveria fazer para passar o mais longe possível dos clientes de nariz empinado daquela loja, de modo a não ser notado por eles.

Já estava quase na porta quando sentiu alguém segurar o seu braço. Quando se virou para encarar a pessoa que havia lhe segurado, encontrou um par de olhos grandes e negros o encarando. Era o homem que ele havia conhecido há poucos minutos.

Seokjin olhou para ele e depois para a mão em seu braço, com uma expressão fechada em seu rosto. Rapidamente, Jungkook o soltou.

— Está tudo bem, Jin?

O ômega desviou o olhar, não queria encará-lo, não queria que ele ou mais alguém visse o quanto ele estava quebrado naquele momento. Diferentemente do que gostaria, o alfa não se afastou, manteve-se ali, analisando o seu rosto e a sua postura atentamente. Os olhos inchados e o nariz vermelho denunciavam que o ômega tinha chorado há pouco tempo.

— Alguém fez algo contra você? — perguntou, preocupado. Perguntava-se o que poderia ter acontecido para deixá-la assim.

— Nada, ninguém fez nada. Eu preciso ir. — disse rapidamente, já pronto para fugir, mas Jungkook segurou o seu ombro.

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⏰ Última atualização: Oct 20 ⏰

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