Capítulo 31

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O Jogo de Davi

O ambiente era frio e austero, uma sala escura e sombria, onde as sombras dançavam nas paredes enquanto a única fonte de luz era um lampião fraco que projetava uma luz trêmula. Murilo estava amarrado a uma cadeira, seu olhar determinado e firme, tentando manter a calma apesar da situação desesperadora. Davi, com seu olhar cruel e calculista, estava em pé, a poucos passos de distância, saboreando a tensão que dominava o espaço.

Catarina, que havia chegado ao local com a polícia, estava assistindo com uma mistura de terror e determinação. A visão de Murilo amarrado e em perigo fazia seu coração doer, e a presença de Davi, com sua frieza implacável, fazia o medo se intensificar.

Davi, aproveitando o momento, se dirigiu a Catarina com um sorriso irônico, um olhar de desprezo e diversão nos olhos.

"Olha só quem eu vejo," Davi começou, sua voz carregada de sarcasmo, "a jovem que sempre se envolveu com homens perigosos, agora parece estar interpretando o papel de mocinha. Que ironia. Você sempre foi atraída por vilões, Catarina. Agora está aqui, no meio de uma situação que você mesma ajudou a criar, tentando salvar seu namorado da própria sombra que você tanto procurou."

Catarina engoliu em seco, seu rosto pálido, mas seus olhos brilhavam com uma determinação feroz. A ironia de Davi não fazia o menos sentido; era uma tentativa de desestabilizá-la, de tocar nas feridas que ele sabia que estavam abertas. Ela não iria se deixar abater.

"Você não entende nada sobre mim, Davi," Catarina respondeu, sua voz firme apesar do medo. "Nunca foi sobre os vilões ou o perigo. Sempre foi sobre o que é real, o que é verdadeiro. E o que é real aqui e agora é que Murilo é a minha vida, e eu farei o que for necessário para protegê-lo e garantir que você pague por seus crimes."

Davi riu, um som cru e sem alegria, e deu alguns passos em direção a Catarina. "Ah, claro. A heroína moderna. Muito conveniente para você, não é? Trocar os papéis e tentar parecer a mocinha, enquanto o seu amorzinho está aqui, amarrado e indefeso. É quase cômico, se não fosse tão patético."

Ele se voltou para Murilo, com um olhar que misturava desdém e satisfação. "Você, Murilo, sempre teve um gosto peculiar. Nunca imaginou que sua vida iria terminar assim, com uma mulher que se entrosa tão bem com o perigo e ainda tenta se vestir de heroína. A ironia é um prato que se serve frio, não é?"

Murilo olhou para Davi, o desdém em seus olhos se transformando em uma resolução firme. "Você não me conhece, Davi. E parece que nunca vai entender o que é o verdadeiro amor e a verdadeira coragem. Catarina não está aqui para se salvar, está aqui porque ela se importa. E isso é algo que você jamais vai compreender."

Davi sorriu, um sorriso que misturava raiva e diversão. "Então, vamos ver até onde você está disposta a ir, Catarina. Vamos ver se sua coragem é suficiente para enfrentar o que está por vir."

Enquanto Davi continuava a provocar e a ironizar, a polícia estava pronta para agir. Catarina, apesar da situação extrema, estava concentrada em uma única coisa: garantir que Murilo estivesse a salvo e que Davi fosse finalmente capturado. A tensão estava no auge, e cada palavra e cada gesto de Davi eram um lembrete sombrio do perigo iminente que ameaçava a vida de Murilo.

Com uma força renovada e uma determinação indomável, Catarina se preparava para enfrentar a situação com coragem e resiliência. O confronto final estava próximo, e cada segundo contava para garantir que o amor e a justiça prevalecessem sobre o caos e a crueldade.

Paixão e Perigo: Um Jogo Perigoso!Onde histórias criam vida. Descubra agora