Capítulo 2 Vida Normal.

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Para não me perder enquanto viajava eu enumerei os continentes, é claro para cada um a ordem deve ser diferente mas, enfim, conforme converso com os colegas temos chegado a conclusões mais corretas em nossos mapas e logo teremos um mapa único...
Perdão caro viajante...
Não.
Você não está viajando, está lendo...
Sim.
Caro leitor, desculpe eu me perdi, do que estávamos falando mesmo?
Ah sim! Continentes!
O Continente 3 era o dele um bem simplório eu diria...

Os raios de sol já estavam entrando pela fresta da janela daquele pequeno apartamento e mais uma vez ele amanheceu no chão ao lado de sua cama, outra noite turbulenta de pesadelos, sonhos desconexos e muita dor; dor de cabeça, nas costas e dor na alma. Ele era um homem jovem por volta dos seus vinte ou vinte e cinco anos, pele morena, olhos escuros e cabelo preto curto, nada na sua aparência era muito chamativo.

O rapaz se levantou um pouco atordoado, olhou para o relógio digital ao lado da sua cama que marcava 7;36 da manhã, por um segundo ele pensou estar atrasado mas logo notou que a vizinha de baixo não estava gritando com seus filhos, os vizinhos de cima não estavam discutindo o casamento deles e lá em baixo, no pátio do condomínio, nem o vizinho do 307 estava tentando ligar sei carro velho ou as crianças do 202 estavam fazendo baderna, provavelmente porque era sábado.

Ele levantou se levantou sentindo muita dor, a  dor corporal era suportável mas a dor espiritual é um tipo que poucas pessoas conhecem uma angústia sem motivo aparente como se vozes gritassem em seus ouvidos e como se nada em sua vida tivesse sentindo. Esse era um sentimento muito recorrente na vida dele na verdade nessa altura fazia parte da sua vida, fazia parte dele, o que o tornava muito apático, frio e cinza parecia que sua personalidade não era capaz de sair desse espectro depressivo mas, não era como se ele estivesse deprimido, parecia mais como se ele estivesse confuso, como se em vinte anos ele ainda não tivesse encontrado algo interessante na vida. Um sentido.

Eu sei, eu sei, calma.
Você também não encontrou o sentido da vida, engraçado nem eu, mas, por que você faz as coisas que faz?
Você tem sonhos? Metas? Objetivos? Família? Amor? Honra?
Talvez o que você faz não tenha sentido se você olhar como algo isolado mas quando você se dá conta que isso faz parte de um objetivo aí as coisas fazem sentido e...
Ops, isso não é um dos meus devaneios.

A Morte do senhor Nogueira Onde histórias criam vida. Descubra agora