𝘊𝘩𝘪𝘯𝘮𝘰𝘬𝘶 沈黙

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 "As coisas soam mais fáceis quando são ditas; As coisas soam bem mais complicadas quando são sentidas." — Sam (Eu) 

  Ainda que tentasse ao máximo esquecer tudo o que estava passando em sua cabeça, o jovem William ainda tinha a esperança de que, no fundo alguém tivesse recebido sua carta. Suas palavras haviam sido verdadeiras, por mais que sempre tenha sido um bom mentiroso, aquele momento não conseguiu obstruir sua falsidade e talento ao esconder sentimentos; Ele havia posto tudo de si naquela carta, seus pensamentos, sua revolta consigo mesmo e seu maior segredo. Seu segredo proibido. 
  Era proibido amar, era proibido sair, era proibido lembrar do passado, era proibido pensar no futuro...porque ele tinha uma vida miserável. 
  Todo mundo de sua galáxia tinha medo dele, já que o mesmo não conseguia distinguir amor de medo, ele achava que era a criatura mais amada de sua galáxia, quando na verdade, as pessoas apenas temiam o que aconteceria caso seus poderes saíssem do controle. Ele acabou com a vida de seus pais, de sua família, de seu universo; Ficou louco, um êxtase de espasmo fez com que o choque de realidade chegasse tarde demais. Tudo que ele queria era ter algo para passar seu tempo, havia perdido tudo, o que mais ele poderia perder?

  Ele perdeu. Perdeu por um instante o que achou que seria o amor de sua vida, viu naquele homem o que não havia visto em mais nenhum outro acordo, viu nele não só a oportunidade de recomeçar e ser amado, mas também como uma oportunidade de invadir seu universo.
  Soa como egoísmo, porém a forma como ele sentia era diferente. Havia montado sua própria família, os chamava de capangas, mas na verdade, passavam mais tempo divertindo um ao outro do que tudo, também tinha Stanford, como esquecer desse detalhe; O homem de cabelos castanhos que fez sua vida virar de cabeça para baixo. Sua voz era encantadora, seus neurônios brilhantes, suas ideias eram magníficas, e o melhor, ele amava Bill, ele amava...ele amava Bill.


Ele era diferente

porque

ele não tinha medo de Bill

ele

amava

Bill


  O Cipher percebeu que aquela criatura com dois olhos, o amava, coisa que ninguém além de seus pais havia feito. 
  Era surpreendente, quem o amaria? Quem mais o veria daquela forma? Possessividade, ele queria ter o homem apenas para si, e não dividir com mais ninguém. Ele seria seu rei, ele seria seu companheiro para toda a vida, ele seria o motivo do seu governo, ele seria a inspiração para tudo em sua vida. Ele e Bill dominariam tudo, seriam a metade um do outro, seriam o sinônimo de perfeição. 
  E é claro, Ford também o enxergava de uma forma inigualável, construiu a cabana e pediu para que fizessem vitrais em sua homenagem, construiu um pequeno local para suas meditações e encontros com o mentor, mandou que fizessem uma tapeçaria com sua imagem, cortinas com mini triângulos nas bordas, prismas de cristais em sua mesa, desenhos seus espalhados por toda a parte, ele estava obcecado. "Ele é o centro do meu universo, o meu sol." Disse em um de seus diários. 

  Era uma obsessão mútua, talvez não tivessem o mesmo objetivo um com o outro, mas se desejavam na mesma intensidade. 

  Até por que, ele havia conseguido o que muitos não tinham, o amor de Ford. O amor dele era algo precioso, poucos o tinham. Ele era egoísta e narcisista, sempre estava certo e definitivamente era mais inteligente que os outros, colocava ele mesmo e suas experiências em primeiro lugar do que as pessoas, havia deixado o ego consumi-lo, e desde cedo se mostrou uma péssima pessoa. Stanley, Fiddleford, Dipper, Mabel, Soos, todos haviam sido vítimas de seu ego, as descrições feitas por ele no diário entregavam seu desgosto e repugnância ao se tratar da família, era simplesmente hediondo. 

𝑺𝑨𝑰𝑲𝑨𝑰 - (BillFord)Onde histórias criam vida. Descubra agora