Louco por você

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São Paulo, Brasil, 08 de março de 2024, 13h40.

~Victória's Pov:

Após o almoço, nós dois nos arrumamos para visitar minha mãe e meu irmão. Gian estava meio apreensivo de me levar, mas consegui convencê-lo. Eu sei que ele preza pela minha segurança acima de tudo e blá, blá, blá mas... às vezes esse troço me sufoca. Eu só queria que minha vida fosse menos... perigosa. Perigosa e arriscada. Meu medo constante é que iniciem uma operação contra essa máfia e Gianlucca seja preso.

Melhor eu parar de paranoia, senão enlouqueço.

Chegando à rua muito bem conhecida por mim, meu coração começa a acelerar bastante. Eu estaria voltando às minhas origens. Eu não estou muito preparada para esse reencontro surpresa. Não estou nada preparada, na verdade.

Quando paramos o carro na frente da casinha humilde, estremeço. Minha mãe estava sentada do lado de fora, olhando para o nada. Nem notou que o carro está aqui, muito menos se tocou de que tem pessoas olhando. Quando descemos do veículo, ela enfim olha para cima e me encontra aos prantos por finalmente vê-la. Se levanta, apressada em me dar um abraço, finalmente matamos a saudade que tínhamos uma da outra após um mês longe, sem contato algum.

- Meu amor! Minha princesinha! Que saudade! – diz, chorando e me enchendo de beijos em minha bochecha.

Que saudade de grude dela!

- Como você está? O que aconteceu com você durante esse tempo? Aquele monstro fez alguma coisa com você, meu bem?

Sei perfeitamente que Gian está me encarando, indignado. Quis rir, mas tinha que esclarecer as coisas antes.

- Mamãe, calma. Primeiro: eu estou bem. Depois: aconteceu bastante coisa. E por fim: o Gico não é um monstro. Ele é o melhor marido que eu poderia ter.

A mais velha me encara curiosa, como se eu estivesse brincando. Não julgo, afinal... eu fui levada que nem uma escrava daqui. E eu sei que sofremos muito até aqui, mas... eu estou realmente feliz. Sendo amada pelo meu marido, e dando todo o amor do mundo para ele também. Uma troca justa.

- Ele está cuidando de você direito? – pergunta, por fim.

- Está, mamãe. Gian está me fazendo bem feliz.

Entramos em casa. Ele estava meio apreensivo de encontrar o meu irmão, já que não queria nenhum clima muito estranho no ambiente. As coisas ficaram sérias quando se viram, é fato, mas acho que estão se acostumando com a presença um do outro.

- E então... como está sendo aqui? Sabe... sem o papai.

- Difícil, minha filha. A polícia encerrou as investigações do nada, não quiseram continuar por alegarem ser inútil, que os assassinos fugiram sem deixar rastros. Deram como acidente.

- Que absurdo! Alguém matou o papai! Não foi acidente, de jeito algum.

Que polícia desgraçada a desse país.

- Agora tenho que lidar com a saudade do seu pai, com a tristeza sem você e com as velhas fofoqueiras daqui do bairro. Depois que você foi embora com... seu marido, elas ficaram perguntando quem era o "homem lindo num sobretudo preto".

Gian segura uma risada, e eu também. Meu marido é realmente lindo, mas graças a Deus é meu mesmo.

- Meio que vai ter que aturar de novo. Elas acabaram de ver nós dois de mãos dadas – digo, e repouso minha mão na coxa de Gian.

- Que raiva – ri fraco, segurando minha outra mão – Bom, já que você está cuidando da minha princesa, eu só posso agradecer por tê-la deixado vir aqui.

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