A Garantia

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São Paulo, Brasil, 02 de fevereiro de 2024, 15h40.

~Narradora's Pov:

A porta do escritório se abre, revelando um homem alto, loiro e forte, vestido com uma camisa preta de gola alta e por cima, um terno da mesma cor.

- Senhor, todos os membros do Conselho já estão aí – era Bruno, um dos seguranças da casa, que informava o homem sentado à escrivaninha.

O rapaz respira fundo, fechando o computador e se levantando para ajeitar seu terno. Procura o celular pela mesa e o põe no bolso, logo em seguida ajustando sua arma no cinto. Sério, sai de seu escritório pessoal e se dirige ao elevador de sua casa.

Desceu uns dois subsolos e andou alguns bons metros pra longe de sua casa até a sala de reuniões. Ficava num galpão secreto, porém ele tinha acesso de sua própria casa. Perigoso, talvez, mas já planejava mudar isso.

Ao abrirem as grandes portas do esconderijo, encontra todos os membros do Conselho reunidos, cada um sentado em suas cadeiras. Assim que percebem a presença intimidadora do rapaz, se levantam em sinal de respeito. Ao seu lado, estavam seus amigos de infância e companheiros de trabalho: Vinícius e Miguel Ângelo (Subchefe e Conselheiro, respectivamente).

Na ordem Conselheiro, Chefe e Subchefe, subiram até a parte mais alta, que dava vista para tudo e todos. Todos estão parados em frente aos seus assentos, esperando. O chefe dá uma olhada geral para todos os seus 230 homens de honra e respectivos herdeiros, sendo filhos ou não, e dá uma ajeitadinha no paletó, sentando-se em seguida. Assim que o faz, todos são convidados a ocuparem seus lugares.

O Conselheiro pigarreia e começa a reunião semanal.

- Como sabem, nossa corporação está crescendo ainda mais, com novos associados e dinheiro entrando direto das comercializações e acordos feitos. Porém, vimos que o Conselho está relutante com certos assuntos. Por isso, o chefe decidiu que é hora de vocês falarem o que querem no momento.

Todos se entreolharam com desconfiança. O chefe não era exatamente uma pessoa que aceitava opinião dos outros, ainda mais pela juventude. Qualquer um que o contrariasse corriam sérios riscos de encarar "Il Diavolo" cara a cara. E nesses dois primeiros anos de comando, ninguém ousou lhe irritar após o pico máximo de estresse do jovem, quando assumiu, já que ele deu em torno de 12 tiros na cabeça de um dos membros do Conselho após uma traição.

Bom, ninguém em sã consciência contraria o dono da coisa. Afinal de contas...

Gianlucca Mauad é o próprio diabo.

- Quem vai ser o primeiro a falar? – Gian perguntou, já que vai ser uma looonga reunião.

Pelo menos na cabeça dele.

Um dos membros mais antigos pigarreia e arruma a postura para falar.

- Senhor, se me permite... alguns dos nossos estão se perguntando sobre... sobre...

- Meu Deus, pare de me amolar e fala!

- Nossos membros estão se perguntando sobre a possibilidade de um casamento para nosso chefe.

"De novo não, porra!"

Desde que o pai morreu, há dois anos atrás, os membros mais antigos da época de seu pai e avô o perturbam todo dia sobre casamento. O bisavô de Gian, Henri Mauad, criou a regra (na concepção de Gian, ridícula) de que o chefe da corporação que tiver menos de 28 anos precisa se casar para ser legitimado e considerado responsável. No caso, o jovem "capo" tem 26, quase 27 anos, e não tem ao menos uma namorada. É claro, ele tem seus casinhos de uma noite, mas isso não é importante para ser o chefe de fato. Uma esposa é algo relevante.

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